A Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta quinta-feira nota em que se
posiciona contrária às iniciativas para diminuir a maioridade penal. Para o
presidente em exercício da CNBB, dom José Belisário da Silva, a redução não vai
representar o fim da violência e contribuiria "para criminalizar ainda
mais os adolescentes". Ontem, o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, argumentou que qualquer tentativa de alteração da maioridade
penal é inconstitucional.
Divulgada após
reunião do Conselho Episcopal Pastoral, a nota considera que o Estado e a
sociedade não têm cumprido o seu dever de assegurar os direitos de crianças e
adolescentes, e isto tem se refletido na delinquência juvenil.
"Criminalizar o adolescente com penalidade no âmbito carcerário seria
maquiar a verdadeira causa do problema, desviando a atenção com respostas simplórias,
inconsequentes e desastrosas para a sociedade", diz a nota.
A CNBB
considera positivo o papel do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) na
responsabilização dos delitos cometidos por adolescentes e defende a
implementação das medidas socioeducativas. "Ele (o ECA) reconhece a
responsabilização do adolescente autor de ato infracional, mas acredita na sua
recuperação, por isso propõe a aplicação de medidas
socioeducativas", diz trecho da nota.
Para a CNBB
cabe à sociedade exigir a implementação destas medidas, assim como o
investimento em educação e saúde de qualidade e de políticas públicas que
eliminem as desigualdades sociais.
"A Igreja
continua acreditando na capacidade de regeneração do adolescente quando
favorecido em seus direitos básicos e pelas oportunidades de formação integral
de valores que dignificam o ser humano", diz a nota. O texto também alerta
para a necessidade de combate às drogas e da estrutura que a sustenta e que é
"causadora de inúmeras situações que levam os adolescentes à violência".
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