Promotores e procuradores de Justiça lançaram
na manhã de hoje (12) o Manifesto Paulista contra a PEC 37. A Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) 37, que tramita no Congresso Nacional,propõe
limitações ao poder de investigação do Ministério Público (MP). A atividade
encerra a semana de mobilização feita pelos ministérios públicos de todos os
estados para pressionar os parlamentares a rejeitar a proposta.
“Já estamos fazendo essa campanha há cerca de
um ano, buscando espaço para contribuir na formação de opinião da sociedade.
Intensificamos agora porque vemos a proposta avançar. Nós pretendemos denunciar
os riscos de uma proposta que, em vez de aperfeiçoar a
investigação criminal,
quer reduzir. Por isso a proposta é chamada de PEC da Impunidade”, criticou o
procurador-geral de Justiça, Márcio Elias Rosa.
Na avaliação do procurador-geral, a PEC está
em oposição a um momento em que a sociedade cobra mais respostas para a
expansão dos índices de violência. “Esse trabalho não pode ficar concentrado
nas mãos de um só setor, porque é uma concentração indevida de poderes. Na boa
República, todos investigam”, defendeu.
De acordo com o presidente da Associação
Paulista do Ministério Público, Felipe Locke Cavalcanti, caso a proposta seja
aprovada, o Brasil será o quarto país do mundo a
impedir a investigação por parte de
promotores e procuradores. “Somente dois países na África e um na Ásia [limitam
a ação do MP]. São países onde não há democracia. No resto do mundo, o
Ministério Público investiga, somando com a polícia. Queremos CPI [Comissão
Parlamentar de Inquérito], MP, Receita Federal... que todos os agentes do
Estado investiguem”, defendeu.
Márcio Rosa disse que a intenção da
proposição da PEC é impedir a apuração de crimes contra a administração
pública, crimes econômicos e de abusos por parte do próprio Estado. “Eles
querem impedir que uma instituição como o Ministério Público possa desempenhar
na plenitude aquilo que a Constituição definiu”, declarou.
O procurador-geral destacou ainda que a
operação deflagrada esta semana contra a corrupção em 12 estados brasileiros,
apesar de não estar diretamente relacionada à campanha, exemplifica os tipos de
investigações que poderiam ser prejudicadas com a aprovação da PEC 37.
Agência Brasil
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