O presidente da Comissão de Direitos
Humanos e Minorias (CDHM), deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), ignorou o
apelo feito hoje (9) pela maioria dos líderes da Câmara para que ele
renunciasse ao cargo. O deputado é acusado de racismo e homofobia e também de
estelionato. Como condição para renunciar à presidência da comissão, Feliciano
exige que o PT de retire os deputados José Genoino (PT-SP) e João Paulo Cunha
(PT-SP) da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por terem sido ambos condenados
pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A condição imposta por Feliciano não foi
aceita.
Segundo relato de alguns líderes,
durante a reunião, Marco Feliciano colocou-se na condição de vítima e se
comprometeu a evitar declarações polêmicas. Na semana passada, por exemplo, o
pastor disse que antes da chegada dele à presidência da CDHM, o colegiado era
comandado por Satanás.
Para o líder do PPS, deputado Rubens
Bueno (PR), Feliciano está prejudicando a imagem da Casa. De acordo com Bueno,
Feliciano não atendeu ao apelo dos líderes e ao chamando para que renuncie e,
com isso, passou a ser o o responsável pela crise. "Ele não pode se
colocar acima da instituição [Câmara dos Deputados] e não está à altura para
presidir a comissão”, disse Bueno.
Já o líder do PSOL, Ivan Valente
(SP), acusou Feliciano de estar se “aproveitando politicamente” da polêmica.
“Ele negou os pedidos para sair e se propôs a continuar. Entendemos isso como
um grande desrespeito. Ele sabe que está lucrando econômica e politicamente com
isso”, criticou Valente.
Ao final do encontro com os líderes,
Feliciano evitou a imprensa e pediu apenas que lhe dessem uma chance para
trabalhar. O deputado disse que, desde que assumiu a presidência do Conselho de
Direitos Humanos e Minorias, já perdeu seis quilos e que está “tentando viver”.
Na reunião dos líderes, o presidente
da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), revogou o requerimento aprovado na
semana passada na comissão, a pedido de Feliciano, para impedir o acesso de
manifestantes às reuniões do colegiado.
Com isso, as próximas reuniões serão
abertas, mas Feliciano poderá restringir o acesso de pessoas, caso considere
que isso seja necessário para o bom andamento dos trabalhos. “Amanhã (10), nós
vamos abrir a sessão. Se houver manifestação, vamos ao regimento, Artigo 272”,
disse Feliciano. Esse artigo diz que espectadores ou visitantes que se
comportarem de forma inconveniente na Câmara serão retirados do recinto, por
decisão do presidente presidente da Casa ou de alguma comissão.
Agência Brasil
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