Brasília – Uma série de eventos em Taguatinga, cidade a 20 quilômetros de Brasília, pretende conscientizar crianças e adolescentes sobre os males dos entorpecentes, principalmente do crack. A ideia é mostrar que, no combate às drogas, não basta a repressão. A informação é a mais poderosa arma para evitar que jovens caiam no vício.
Os eventos começaram com uma caminhada, que percorreu o Taguaparque, a maior área de lazer da cidade, às 9h. A maratona continua ao longo de todo o dia de hoje (6) com palestras, shows musicais, partidas de futebol, gincanas e teatro infantil no centro cultural do parque. Do lado de fora, casas de recuperação montaram estandes onde ex-dependentes químicos distribuem panfletos e fornecem aconselhamento. Alimentos não perecíveis também estão sendo arrecadados.
Um dos organizadores do evento, o empresário Carlos Roberto Gomes da Silva, 37 anos, explica que decidiu promover a 1ª Marcha contra o Crack e Outras Drogas como forma de ajudar a sociedade. “O esclarecimento é a melhor ferramenta para combater as drogas. A conscientização precisa ser feita desde cedo”, diz. Ele pretende repetir o evento a cada seis meses em Taguatinga e expandir a marcha em outras cidades do Distrito Federal, como Ceilândia, Paranoá e São Sebastião.
Para quem se livrou do vício, a prevenção é o melhor caminho para impedir que os jovens caiam nas drogas. “O importante é evitar a primeira dose. Para isso, a informação e o lazer são os melhores caminhos”, comenta Adenilson dos Santos, 36 anos, ex-dependente químico e coordenador da Casa de Recuperação El Shaddai, que trabalha com a recuperação de usuários de drogas.
Em tratamento há sete meses na El Shaddai, Henrique Soares, 24 anos, defende o reforço do auxílio aos moradores de rua para combater o crack, não apenas por meio de ações paliativas, mas retirando-os definitivamente da rua e os acolhendo em centros de recuperação. “Eles são a maioria dos pacientes e não têm condições de pagar tratamento”, avalia.
Adenilson dos Santos defende ainda a promoção do esporte e da cultura nas comunidades para evitar que as crianças e os adolescentes passem a usar drogas. “A partir do momento em que os jovens têm com o que ocupar a mente, as drogas não entram na vida deles”, opina. Em relação às campanhas educativas, ele defende que as atividades sejam permanentes. “Não adianta a escola promover uma semana de palestras e só voltar a repetir a ação no ano seguinte. A educação tem de ser no dia a dia”, observa.
Agência Brasil
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