PSC integrou a base de apoio do PT
até as eleições de 2010, mas pretende lançar candidatura própria em 2014
Até as últimas eleições
presidenciais, em 2010, o Partido Social Cristão (PSC) fez parte da bancada de
apoio ao PT. Mas em 2014 a legenda promete lançar candidato próprio, que vai
concorrer com a presidente Dilma Rousseff (que deve tentar a reeleição) e com o
tucano Aécio Neves, adversário direto dos petistas. O vice-presidente do PSC,
Everaldo Pereira, não disse quem será o candidato porque o partido analisa
vários nomes. "Temos até 30 de setembro (data limite para filiação partidária)
para ver quem poderá concorrer pelo PSC", disse, em entrevista ao Terra.
Pereira também não dá como certo o
apoio à base governista nas disputas pelos governos estaduais. "Teremos
várias candidaturas próprias também nos Estados e ainda temos tempo para
decidir as coligações que vamos formar. Se, como e com quem vamos caminhar ainda
será decidido. Onde não tivermos candidatura própria, veremos as alianças mais
interessantes para a população", garantiu.
A atitude pode demonstrar certa
insatisfação com a forma como o PT está lidando com a polêmica em torno da
presidência do Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à frente da Comissão de Direitos
Humanos da Câmara. No final de março, Everaldo cobrou apoio dos petistas para
manter o pastor na presidência do colegiado. A discussão acabou atraindo os
holofotes para o PSC, um partido pequeno e, até então, desconhecido da maioria.
Para Everaldo, no entanto, a legenda não foi a maior beneficiada pela atenção
repentina.
"O mais interessante dessa
discussão toda é que a CDH passou a fazer parte da agenda nacional, uma
comissão que até então ficava restrita a pequenos grupos, com pequenos
interesses. São vários os assuntos de direitos humanos que há anos não são
discutidos ali: direitos indígenas, gente presa indevidamente, gente sem comer,
sem moradia", afirmou.
Apesar disso, Everaldo prevê que o
partido deve aumentar sua participação no Congresso e nos governos estaduais já
nas próximas eleições, mas não trabalha com metas. "A política não é uma
ciência exata. Mas, pelo histórico do partido, que em 2002 elegeu um deputado
federal, em 2006 elegeu nove, em 2010, foram 17 deputados e um senador, podemos
dizer que a meta é avançar, nunca recuar", disse.
O vice-presidente do PSC afirma que
a legenda não reúne apenas evangélicos, mas é um partido com "princípios
cristãos", e diz não confundir política com religião. "Gosto de dizer
que o PSC não segrega, não exclui nem discrimina. Não é um partido religioso,
ele tem princípios cristãos. O partido tem bandeiras importantes, como o fim do
fator previdenciário, a PEC 300, regulamentação da emenda 29, defende a reforma
tributária e defende os direitos humanos", argumentou.
Terra
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