Depois de quase dois dias de
julgamento, a Justiça do Rio condenou, na noite de hoje (30), três dos 11
policiais militares acusados de participação na morte da juíza Patrícia Acioli,
em agosto de 2011. Os três receberam penas diferenciadas. O cabo Jefferson de
Araújo Miranda foi condenado a 26 anos; o cabo Jovanis Falcão, a 25 anos e seis
meses; e o soldado Junior Cezar de Medeiros, a 22 anos e seis meses. Todos em
regime de reclusão, inicialmente fechado.
Os três réus foram condenados pelos
crimes de homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha. O juri foi
presidido pelo juiz Peterson Barroso Simão, do 3º Tribunal do Juri de Niterói.
Ao ler a sentença o magistrado disse que "a população não suporta mais a
banalização da violência e que a vitória não deve ser sobre o inimigo, mas
sobre o próprio ódio".
O juiz relatou na sentença que a
participação de cada um foi "decisiva". "A barbárie não pode se
espalhar em solo fluminense, nem brasileiro", disse o magistrado, que
manteve a prisão dos réus e declarou a perda do cargo público.
Em seguida, o juiz Peterson Barroso
descreveu a participação de cada um dos condenados. O cabo Jovanis Falcão
apresentou culpabilidade intensa. Ele ocultou o terceiro executor no veículo
Palio que participou do crime, ateou fogo no carro para inviabilizar a perícia
técnica e tinha em sua casa espólio de guerra. "Ele apresentou
personalidade de completo desvalor à vida alheia", disse o juiz.
Jefferson de Araújo Miranda, segundo
a sentença, tem personalidade desregrada, participou do planejamento da
execução e contactou uma terceira pessoa para localizar a casa da magistrada. O
juiz destacou ainda que ele possui bens incompatíveis com a sua renda. Seu
papel foi considerado importante na dinâmica criminal. "As várias versões
apresentadas por ele geraram imenso distúrbio no processo", disse o
magistrado.
O soldado Junior Cezar de Medeiros,
que recebeu a menor pena, também teve participação considerada expressiva. De
acordo com a decisão, "como policial, cabia a ele dar bons exemplos e
proteger a sociedade, mas nada fez para evitar o crime". Também teve
personalidade considerada "distorcida". Na busca e apreensão em sua
residência, foram encontrados R$ 23.370.
No dia 4 de dezembro do ano passado,
o cabo da Polícia Militar, Sérgio Costa Júnior, - o primeiro a ser julgado -
foi condenado a 21 anos de prisão, beneficiado pela delação premiada. Ele disse
em depoimento à polícia como foi tramada a morte da juíza Patrícia Acioli. O
cabo testemunhou como foi a mecânica do crime que possibilitou à Divisão de
Homicídios a elucidar o caso rapidamente. O cabo Júnior disse que ele mesmo
participou da morte da magistrada, executada com 21 tiros, na porta de casa, em
um condomínio na região oceânica de Niterói, quando retornava do Fórum de São
Gonçalo no final da noite.
Mais sete policiais militares -
acusados também de participação na morte da juíza - incluindo o tenente-coronel
Cláudio Oliveira, que comandava o batalhão de São Gonçalo, aguardam julgamento
de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.
Agência Brasil
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