O programa de internação compulsória
de viciados em drogas, do governo do Estado, começa hoje em São Paulo com
expectativa de filas por causa da alta demanda de familiares em busca de
tratamento forçado a parentes que não largam o vício.
Na
semana passada, muitos parentes de viciados em crack entraram em contato.
"Eles telefonaram para saber quando o juiz vai estar aqui. Só hoje
[anteontem] foram cinco telefonemas", disse um funcionário à reportagem.
O governo estadual diz que tem
capacidade para atender a demanda e que há cerca de 700 leitos no Estado para
isso. O viciado pode, por exemplo, ser levado...
para ser internado em outro Estado.
para ser internado em outro Estado.
A internação compulsória está
prevista na lei de psiquiatria. Para que ela ocorra é necessário que um médico
assine um documento indicando que o usuário precisa ser internado, mesmo contra
a vontade. A Justiça decide se isso deve ou não ser feito.
A criação do programa para esse tipo
de medida ocorre um ano depois de uma intervenção policial na região da
cracolândia, que visava coibir o tráfico e tentar levar usuários a tratamento.
Não surtiu efeito -- a venda da droga persiste e as ruas seguem tomadas por
usuários.
PROTESTO
Um protesto organizado por meio de
um fórum no Facebook acontecerá hoje em frente ao Cratod.
Entre os apoiadores da manifestação
está padre Julio Lancelloti, defensor dos direitos dos moradores de rua.
"A internação compulsória é
considerada o último recurso. É a exceção e não pode virar regra", disse.
O padre questiona se há capacidade para atender todos.
Ele, que se reuniu com entidades de
atendimento a viciados durante a semana, disse que o temor de todos é o mesmo.
"O que a gente prevê no dia 21 (hoje) é um número muito grande de mães
querendo a internação involuntária dos filhos", disse.
Na involuntária, um parente vai a um
centro de atendimento e pede a internação. Um promotor tem 72 horas para
analisar o caso, sem a necessidade de juiz. É diferente da compulsória, que
depende do aval de médicos e que passará pelo magistrado, mesmo sem aval da
família.
UOL
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