quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Ex-combatentes argentinos pedem retomada das negociações sobre Ilhas Malvinas


Brasília - Ex-combatentes argentinos na guerra das Ilhas Malvinas apresentaram hoje (3) uma carta à Embaixada britânica em Buenos Aires cobrando a retomada das negociações sobre a soberania do arquipélago e pedindo a desmilitarização da região. A carta é assinada por veteranos apoiados pelo Movimento Mães e Avós da Praça de Maio, que reúne mães e avós de desaparecidos durante os governos militares na Argentina, além de organizações sociais e sindicatos.

Segundo informações da emissora multiestatal de televisão, Telesur, os ex-combatentes rechaçaram a continuidade da militarização das ilhas, lembrando que em 1985 foi estabelecida na Ilha de Soledad uma grande base militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Eles também ressaltam que o local tem sido equipado "com arsenal militar de grande poder de fogo" e pedem a remoção do material nuclear do Atlântico Sul.
Ainda segundo a Telesur, o texto está alinhado à carta enviada pela presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, ao primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, em que cobra o diálogo sobre o tema. As ilhas estão atualmente sob domínio britânico. A disputa entre os dois países, envolvendo o controle da região, dura quase dois séculos.
A carta da presidenta argentina, acusando o Reino Unido de colonialismo, foi publicada em vários jornais britânicos e reproduzida na agência pública de notícias da Argentina, a Telam. "Há 180 anos, em um exercício aparente de colonialismo do século 19, a Argentina foi alvo de armas que levaram à retirada das Ilhas Malvinas, situada a 14 mil quilômetros de Londres [capital do Reino Unido]”, diz o texto.
Em resposta, David Cameron recusou o pedido de Cristina Kirchner e fez um apelo para que ela aceite o resultado do referendo que será feito em março sobre o estatuto político do arquipélago. De acordo com assessores de Cameron, a população das Malvinas tem demonstrado "o desejo claro de ser britânica" e o primeiro-ministro fará "o possível para proteger" seus interesses.
A questão do controle das Ilhas Malvinas é assunto constante nas reuniões do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). O Brasil e a maioria dos países latino-americanos apoiam a Argentina na reivindicação pelo controle das ilhas.
Agência Brasil |*Com informações da emissora multiestatal de televisão, Telesur

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