Dilma Rousseff durante Café com a Presidente no Palácio do Planalto Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil |
Avessa a entrevistas, a presidente Dilma
Rousseff falou menos com jornalistas no segundo ano de seu mandato. Das 100
entrevistas que concedeu desde que tomou posse em 2011, 64 foram no primeiro
ano e 36 em 2012. Na hora de falar com exclusividade, a presidente tem
priorizado veículos estrangeiros e programas de televisão do Brasil, em
especial os de entretenimento. A maior parte de todas as 22 entrevistas
exclusivas concedidas por Dilma nos dois primeiros anos do mandato foi para a
imprensa internacional (9) e para programas populares da TV brasileira (6), nos
quais ela dificilmente é questionada sobre temas espinhosos. Sem o traquejo
para falar de improviso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, auxiliares
acreditam que a fórmula tem funcionado para a imagem da presidente. Diante dos
bons índices de popularidade do governo, que se mantém com 62% de aprovação, a
estratégia de comunicação deve ser mantida.
Lula também falou pouco com a imprensa nos
primeiros anos de governo. Segundo balanço divulgado no Blog do Planalto, ele
deu 1.004 entrevistas - quase 80% delas no segundo mandato. Diferentemente de
Dilma, Lula investiu na imprensa regional, responsável por mais de um terço das
entrevistas exclusivas que concedeu. Já Dilma, das 78 entrevistas coletivas que
concedeu em dois anos, 27 foram no exterior. Nos programas de TV, Dilma mostra
quase sempre uma faceta mais adocicada. Para o Fantástico, da Globo, abriu
as portas da casa oficial, o Palácio do Alvorada. Diante das câmeras, fez uma
omelete para Ana Maria Braga, do Mais Você. E, para a apresentadora Regina
Casé, também na Globo, revelou que o neto Gabriel, 2 anos, é quem lhe diz
"não" com frequência. Segundo a Presidência, ela concede entrevistas
de acordo com a "possibilidade de sua agenda" e que outras
autoridades também falam em nome do governo, como os ministros. A
Secretaria de Imprensa não respondeu a questionamentos específicos sobre a
estratégia de comunicação, mas ressaltou a importância da Lei de Acesso à
Informação, que facilita a consulta a arquivos públicos.
(Terra)
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