O PSDB pretende indicar o vereador eleito
Coronel Telhada como integrante da Comissão de Direitos Humanos da Câmara
Municipal. A decisão foi discutida internamente no partido nas últimas semanas,
e a indicação deve sair em fevereiro do ano que vem, quando os vereadores
são nomeados para as vagas nas comissões.
O partido diz que a indicação faz sentido
porque a comissão aborda também a questão da segurança pública. Chama-se
Comissão Extraordinária de Direitos Humanos, Cidadania, Segurança Pública e
Relações Internacionais. Por ser uma comissão extraordinária, ela não analisa
projetos de lei, apenas promove debates sobre os assuntos.
Telhada foi comandante da Rota entre 2009 e
2011. Foi eleito em outubro deste ano com o sloganUma Nova Rota Política para
São Paulo, com mais de 89 mil votos. Em sua carreira, matou
36 suspeitos de crimes. Segundo ele, as mortes ocorreram em confrontos, “dentro
da lei”. Com a indicação, ele seria o representante do PSDB nas
discussões sobre tema dos direitos humanos no Legislativo Paulistano. A
presidência da comissão, no entanto, pode ficar com o PT.
A disputa pelo comando e por vagas em
comissões já movimenta os bastidores políticos da Câmara. A tendência hoje é
que a presidência da Comissão de Constituição e Justiça, considerada uma das
mais poderosas, fique com o atual presidente da Casa, José Police Neto (PSD). O
PT pode ficar com a presidência da Comissão de Finanças ou abrir mão para o PV
em busca de uma composição com o partido.
O PSB pleiteia Educação, e o PT também quer
Saúde. O PMDB pode indicar o presidente da Comissão de Educação ou de
Transportes. A presidência da Câmara na próxima gestão deverá ser do PT, com o
vereador José Américo.
Ex-coronel da Rota acompanha Serra e ganha elogio
Quinto vereador mais votado de São Paulo, com
89 mil votos, o coronel Paulo Telhada (PSDB) fez campanha nesta quarta-feira
(10) ao lado do candidato de seu partido à Prefeitura, José Serra. Telhada se
elegeu com o lema "bandido bom é bandido morto", sob a fama adquirida
nos tempos em que foi comandante da Rota, a tropa de elite da Polícia Militar
paulista.
Durante caminhada na zona oeste, o coronel
posou para fotos com eleitores e ouviu de seus admiradores que criminosos
"devem ser mortos mesmo". Três policiais reconheceram o ex-comandante
e bateram continência. "A população sente carência da figura de um herói.
Fico feliz quando sou tratado assim", disse.
Telhada matou 36 suspeitos de crimes na
carreira e afirma que todas as mortes ocorreram em confrontos, "dentro da
lei". "Dizem que eu sou violento. Eu sou um cara hiper, mega, super,
hiper, mega tranquilo", declarou.
Mais tarde, o candidato a prefeito defendeu o
trabalho de Telhada no comando da Rota, em sua gestão no Estado. "Foi um
homem muito competente, seguindo as orientações do governo: uma política firme
que respeita os direitos humanos", disse.
Telhada negou que tenha ameaçado o repórter
André Caramante, da Folha de S. Paulo, que deixou a cidade com a família
após receber mensagens de policiais. "Nós tivemos uma desavença e eu pedi
uma coisa que todo mundo faz: ?Pessoal, manda carta pro jornal, de desagravo?.
Eu não devo nada, não temo nada." As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo
Coronel Telhada, o quinto vereador mais votado de São Paulo, foi eleito com o lema ‘bandido bom é bandido morto’
A bancada de vereadores eleita com a bandeira
da segurança pública tem dois ex-comandantes da Rota que somam 77 mortes, um
coronel que defende a PM na gestão da Prefeitura e duas vítimas da violência
urbana. Paulo Adriano Telhada (PSDB), Álvaro Camilo (PSD), Conte Lopes (PTB),
Ari Friedebach (PPS) e Masataka Ota (PSB) estreiam na Câmara Municipal com a
tarefa de tratar de um tema que, na teoria, só pode ser decidido por Estado ou
União.
Quinto vereador mais votado de São Paulo,
coronel Telhada foi eleito com o lema “bandido bom é bandido morto”. Ele afirma
que vai tentar criar a operação-delegada (bico oficial da PM pago pela
Prefeitura) para a Guarda Civil Metropolitana (GCM). Ao longo de 30 anos de
corporação, matou 36 suspeitos em supostos confrontos com marginais. Ele
garante que todos os mortos “eram bandidos”.
O ex-deputado Conte Lopes, tenente do jovem
Telhada em início de carreira na Rota, também vai para o Legislativo com a
missão de “fortalecer a GCM”. Ele credita sua eleição à sensação de insegurança
da sociedade paulistana. E promete agir nessa área. “A população clama por
segurança. Vou colocar guardas nas portas das escolas para combater o tráfico
de drogas”, diz.
Com 41 mortes nas costas entre as décadas de
1970 e 1980, quando esteve à frente da Rota, Lopes afirma ter agido
“legalmente” em todas as ações. “O problema é que você, na função de comando,
vai à frente (para ajudar os demais)”, conta o ex-capitão, que afirmou não ter
sido oficial “do tipo que só fica passeando de viatura o dia inteiro”.
Ex-comandante da PM durante o governo de José
Serra entre 2006 e 2010, o coronel Álvaro Camilo tem o mesmo discurso em defesa
da GCM. Diz também que vai defender mais contratações de policiais militares
para a operação delegada da Prefeitura e a manutenção de coronéis da reserva no
comando das subprefeituras.
Auxílio. Além dos três ex-PMs, outros dois
debutantes na Câmara prometem ações de combate à violência e de apoio às
vítimas. Pai do garoto Ives Ota, assassinado em agosto de 1997, o comerciante
Masataka Ota é coordenador do Movimento Paz e Justiça Ives Ota, que presta
auxílio psicológico às vítimas de violência. Ota quer ampliar a rede de auxílio
para pessoas que ficaram abaladas após episódios de violência na Secretaria
Municipal de Saúde.
Presidente do projeto “Viva em Segurança”,
Friedebach teve a filha Liana e seu namorado assassinados em 2003. Um dos
acusados pelo crime era um menor de idade, conhecido como Champinha. Desde
então o hoje vereador tem se dedicado a defender o aumento de pena para menores
infratores envolvidos em crimes hediondos. No Legislativo, pretende desenvolver
“ações locais possam auxiliar no combate a violência”, mas ainda não tem nenhuma
proposta específica na área.
O coordenador do Observatório de Segurança
Pública da Unesp, Luís Antonio Francisco de Souza, atribui a eleição de
policiais como uma “policialização da política” que se fortalece não só na
cidade de São Paulo. “As pessoas tendem a colocar a segurança pública como um
dos progblemas centrais das suas vidas. E associam a ideia da segurança, não no
sentido democrático, a determinadas personalidades que acabam tendo bons
desempenhos nos processos eleitorais”, diz.
A eleição de personalidades como Telhada e
Conte Lopes, com grande número de mortes no currículo, também mostra para ele
uma tendência preocupante. “Você vê a população estimulando um tipo de postura
diante da segurança pública que não é a mais acertada para o estado de
direito”, analisa.
Para ele, esse tipo de escolha também mostra
uma tendência de municipalização da Segurança Pública, hoje gerida
principalmente pelos governos estaduais. “No âmbito municipal, tem vereadores,
administradores, assessores de prefeitos policiais, o que revela uma maior
pressão para obter recursos e ações policiais municipais”, afirma.
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,ex-policiais-da-rota-eleitos-em-sp-somam-77-mortes,942652,0.htm
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