sábado, 15 de dezembro de 2012

PSDB quer indicar Telhada para Comissão de Direitos Humanos

O PSDB pretende indicar o vereador eleito Coronel Telhada como integrante da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal. A decisão foi discutida internamente no partido nas últimas semanas, e a indicação deve sair em fevereiro do ano que vem,  quando os vereadores são nomeados para as vagas nas comissões.


O partido diz que a indicação faz sentido porque a comissão aborda também a questão da segurança pública. Chama-se Comissão Extraordinária de Direitos Humanos, Cidadania, Segurança Pública e Relações Internacionais. Por ser uma comissão extraordinária, ela não analisa projetos de lei, apenas promove debates sobre os assuntos.

Telhada foi comandante da Rota entre 2009 e 2011. Foi eleito em outubro deste ano com o sloganUma Nova Rota Política para São Paulo, com mais de 89 mil votos. Em sua carreira, matou 36 suspeitos de crimes. Segundo ele, as mortes ocorreram em confrontos, “dentro da lei”. Com a indicação, ele seria o representante do PSDB nas discussões sobre tema dos direitos humanos no Legislativo Paulistano. A presidência da comissão, no entanto, pode ficar com o PT.

A disputa pelo comando e por vagas em comissões já movimenta os bastidores políticos da Câmara. A tendência hoje é que a presidência da Comissão de Constituição e Justiça, considerada uma das mais poderosas, fique com o atual presidente da Casa, José Police Neto (PSD). O PT pode ficar com a presidência da Comissão de Finanças ou abrir mão para o PV em busca de uma composição com o partido.

O PSB pleiteia Educação, e o PT também quer Saúde. O PMDB pode indicar o presidente da Comissão de Educação ou de Transportes. A presidência da Câmara na próxima gestão deverá ser do PT, com o vereador José Américo.

Ex-coronel da Rota acompanha Serra e ganha elogio

Quinto vereador mais votado de São Paulo, com 89 mil votos, o coronel Paulo Telhada (PSDB) fez campanha nesta quarta-feira (10) ao lado do candidato de seu partido à Prefeitura, José Serra. Telhada se elegeu com o lema "bandido bom é bandido morto", sob a fama adquirida nos tempos em que foi comandante da Rota, a tropa de elite da Polícia Militar paulista.

Durante caminhada na zona oeste, o coronel posou para fotos com eleitores e ouviu de seus admiradores que criminosos "devem ser mortos mesmo". Três policiais reconheceram o ex-comandante e bateram continência. "A população sente carência da figura de um herói. Fico feliz quando sou tratado assim", disse.

Telhada matou 36 suspeitos de crimes na carreira e afirma que todas as mortes ocorreram em confrontos, "dentro da lei". "Dizem que eu sou violento. Eu sou um cara hiper, mega, super, hiper, mega tranquilo", declarou.

Mais tarde, o candidato a prefeito defendeu o trabalho de Telhada no comando da Rota, em sua gestão no Estado. "Foi um homem muito competente, seguindo as orientações do governo: uma política firme que respeita os direitos humanos", disse.

Telhada negou que tenha ameaçado o repórter André Caramante, da Folha de S. Paulo, que deixou a cidade com a família após receber mensagens de policiais. "Nós tivemos uma desavença e eu pedi uma coisa que todo mundo faz: ?Pessoal, manda carta pro jornal, de desagravo?. Eu não devo nada, não temo nada." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo 

Coronel Telhada, o quinto vereador mais votado de São Paulo, foi eleito com o lema ‘bandido bom é bandido morto’

A bancada de vereadores eleita com a bandeira da segurança pública tem dois ex-comandantes da Rota que somam 77 mortes, um coronel que defende a PM na gestão da Prefeitura e duas vítimas da violência urbana. Paulo Adriano Telhada (PSDB), Álvaro Camilo (PSD), Conte Lopes (PTB), Ari Friedebach (PPS) e Masataka Ota (PSB) estreiam na Câmara Municipal com a tarefa de tratar de um tema que, na teoria, só pode ser decidido por Estado ou União.

Quinto vereador mais votado de São Paulo, coronel Telhada foi eleito com o lema “bandido bom é bandido morto”. Ele afirma que vai tentar criar a operação-delegada (bico oficial da PM pago pela Prefeitura) para a Guarda Civil Metropolitana (GCM). Ao longo de 30 anos de corporação, matou 36 suspeitos em supostos confrontos com marginais. Ele garante que todos os mortos “eram bandidos”.

O ex-deputado Conte Lopes, tenente do jovem Telhada em início de carreira na Rota, também vai para o Legislativo com a missão de “fortalecer a GCM”. Ele credita sua eleição à sensação de insegurança da sociedade paulistana. E promete agir nessa área. “A população clama por segurança. Vou colocar guardas nas portas das escolas para combater o tráfico de drogas”, diz.
Com 41 mortes nas costas entre as décadas de 1970 e 1980, quando esteve à frente da Rota, Lopes afirma ter agido “legalmente” em todas as ações. “O problema é que você, na função de comando, vai à frente (para ajudar os demais)”, conta o ex-capitão, que afirmou não ter sido oficial “do tipo que só fica passeando de viatura o dia inteiro”.

Ex-comandante da PM durante o governo de José Serra entre 2006 e 2010, o coronel Álvaro Camilo tem o mesmo discurso em defesa da GCM. Diz também que vai defender mais contratações de policiais militares para a operação delegada da Prefeitura e a manutenção de coronéis da reserva no comando das subprefeituras.

Auxílio. Além dos três ex-PMs, outros dois debutantes na Câmara prometem ações de combate à violência e de apoio às vítimas. Pai do garoto Ives Ota, assassinado em agosto de 1997, o comerciante Masataka Ota é coordenador do Movimento Paz e Justiça Ives Ota, que presta auxílio psicológico às vítimas de violência. Ota quer ampliar a rede de auxílio para pessoas que ficaram abaladas após episódios de violência na Secretaria Municipal de Saúde.

Presidente do projeto “Viva em Segurança”, Friedebach teve a filha Liana e seu namorado assassinados em 2003. Um dos acusados pelo crime era um menor de idade, conhecido como Champinha. Desde então o hoje vereador tem se dedicado a defender o aumento de pena para menores infratores envolvidos em crimes hediondos. No Legislativo, pretende desenvolver “ações locais possam auxiliar no combate a violência”, mas ainda não tem nenhuma proposta específica na área.

O coordenador do Observatório de Segurança Pública da Unesp, Luís Antonio Francisco de Souza, atribui a eleição de policiais como uma “policialização da política” que se fortalece não só na cidade de São Paulo. “As pessoas tendem a colocar a segurança pública como um dos progblemas centrais das suas vidas. E associam a ideia da segurança, não no sentido democrático, a determinadas personalidades que acabam tendo bons desempenhos nos processos eleitorais”, diz.

A eleição de personalidades como Telhada e Conte Lopes, com grande número de mortes no currículo, também mostra para ele uma tendência preocupante. “Você vê a população estimulando um tipo de postura diante da segurança pública que não é a mais acertada para o estado de direito”, analisa.

Para ele, esse tipo de escolha também mostra uma tendência de municipalização da Segurança Pública, hoje gerida principalmente pelos governos estaduais. “No âmbito municipal, tem vereadores, administradores, assessores de prefeitos policiais, o que revela uma maior pressão para obter recursos e ações policiais municipais”, afirma.
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,ex-policiais-da-rota-eleitos-em-sp-somam-77-mortes,942652,0.htm



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