O juiz Cleanto Guimarães Siqueira
fixou multa diária de R$ 10 mil e prisão caso o advogado Gustavo Bassini (foto)
não retirasse os conteúdos do ar em 24h
Advogado Gustavo Bassini Schwartz |
O juiz Cleanto Guimarães Siqueira,
da segunda Vara Cível de Vila Velha, acatou a ação da
Associação dos Magistrados do Espírito Santo (Amages) contra o advogado Gustavo
Bassini Schwartz. A instituição acusa Bassini de postar em seu site (www.direitodefamilia.com.br)
conteúdo calunioso, difamatório e injurioso contra magistrados capixabas.
Em seu despacho, o juiz defere a
liminar da Amages, como requerida, e fixa em R$ 10 mil a multa diária e pena de
prisão em caso de descumprimento da decisão, que determinou que o advogado
retirasse todo o conteúdo do site envolvendo magistrados da Amages no prazo de
24 horas.
Sem ter como cumprir a decisão no
prazo estipulado, Bassini preferiu retirar o site do ar. “Como não tenho banco de
dados para buscar as matérias rapidamente, não teria como retirar somente as
relacionadas aos magistrados da Associação dentro do prazo. Afinal, publico conteúdo
no meu site desde 1997. É muito coisa. Inclusive, há vários artigos elogiando
magistrados. Mas como o juiz restringiu todos os magistrados, sem distinção, o
único jeito foi retirar o site do ar”.
Bassini, que disputou a eleição para presidente da
Subseção da OAB-Vila Velha e acabou sendo derrotado num processo tumultuado que
se encontra sob análise do Ministério Público Federal, acredita que a “censura”
seja perseguição de uma “meia-dúzia de juízes de Vila Velha que tentam
destruí-lo”.
O advogado afirma que a perseguição
se intensificou a partir do momento em que decidiu se candidatar à presidência
da OAB-Vila Velha. “Sofri retaliações durante todo o processo eleitoral. Só
conseguiu registrar minha candidatura graças uma decisão da Justiça Federal. A
ordem não divulgou meu material de campanha aos advogados, impedindo que eu
disputasse a eleição em
pé de igualdade com o meu adversário”, reclama.
Diante do histórico de perseguições,
Bassini classifica a decisão do juiz Cleanto Guimarães Siqueira como mais uma
retaliação. “A decisão do juiz cheira tem o ranço da ditadura militar. Como um
juiz decide que os conteúdos são inverídicos antes de qualquer análise mais
apurada. Ele simplesmente pulou as etapas processuais da instrução. Não tive
oportunidade de provar que os conteúdos são verdadeiros”, protesta.
O advogado também vê com estranheza
a iniciativa da Amages “de se prestar a esse serviço para favorecer a cinco ou
seis juízes. São juízes useiros e vezeiros em descumprir a lei, as
prerrogativas dos advogados. Eles formam blocos dentro do judiciário para
proteger as próprias decisões”, denuncia.
Embora a ação da Amages não
discrimine os nomes dos magistrados que se sentiram “ofendidos” pelo conteúdo
publicado no site, o advogado aponta o juiz Carlos Magno Moulin, diretor do
Fórum de Vila Velha, como o mentor da ação.
Bassini também se disse desapontado
com o Tribunal de Justiça do Espírito Santo. “Gostaria de um posicionamento do
presidente do Tribunal [desembargador Pedro Valls Feu Rosa] em relação às
atividades desses magistrados que se sentem blindados pelo Poder Judiciário
para fazer e desfazer qualquer ato, em especial os de interesse pessoal”.
Em função das férias forenses, o
advogado disse que só poderá entrar com recurso a partir do dia 18 de janeiro.
Ele também prometeu levar o caso ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Moulin festeja decisão
A desconfiança do advogado Gustavo
Bassini de que o juiz e diretor do Fórum de Vila Velha, Carlos Magno Moulin, é
o mentor da ação, fica evidente na manifestação pública do magistrado em seu
site. O primo de Carlos Magno, o também juiz Flávio Moulin, também comemora a
vitória da Amages.
No site (http://carlosmagnomoulin.wordpress.com/)
do juiz Carlos Magno, que continua acessível, livre de qualquer censura, o
magistrado replica a notícia da Associação Brasileira dos Magistrados (AMB)
sobre o caso. Na nota postada pela AMB, o nome do advogado não é citado, mas,
no seu site, o juiz Carlos Magno faz questão de esclarecer a identidade de
Bassini. Ele cita ainda o pai do advogado, uma vez que o site foi registrado em
1997 com o CNPJ da empresa de Brasiliano Schwartz.
A nota da AMB é precedida do
seguinte texto: “Notícia emblemática publicada pela AMB. O advogado cujo nome
não aparece na notícia é Gustavo Bassini Schwartz que, por meio da empresa CAFÉ
DUBRA LTDA-ME (pertencente ao próprio advogado e a Brasiliano Lopes Schwartz –
seu genitor), mantinha site para atacar diariamente a honra de autoridades no
Espírito Santo”, comemora Carlos Magno.
No texto da AMB, Flávio Moulin,
também se manifesta regozijando a decisão favorável à Amages: “É uma importante
conquista da Magistratura em defesa das Prerrogativas dos juízes capixabas. A
decisão servirá de parâmetro e, certamente, evitará novas ofensas dirigidas não
só a Magistrados, mas a qualquer cidadão”, festejou Flávio Moulin, que é também
diretor-adjunto da Secretaria Defesa de Direitos e Prerrogativas da AMB.
Seculo Diário
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