Dosimetria deve ser concluída até o
dia 18, quando ele se aposenta
Angela Lacerda, para O Estado de S.
Paulo
RECIFE - O presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, considerou nesta segunda-feira, 5,
ser viável a redução da pena do operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes
de Souza, condenado a 40 anos pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de
quadrilha, evasão de divisas, corrupção ativa e peculato, dentro do processo do
mensalão.
"No plano das possibilidades é
viável", disse Ayres Britto, em entrevista, durante solenidade no Tribunal
Regional Federal da 5. Região (TRF-5), no Recife. "É preciso conversar com
os ministros, aqui e ali há um comentário, mas nada ainda definido, combinado,
ajustado".
Segundo ele, uma eventual redução
será com base "técnica". "Tudo é possível no ajuste final, que
chamamos de dosimetria", afirmou. Ele deixou claro que uma redução da pena
não tem relação com a proposta da defesa de Marcos Valério, feita em setembro,
ao STF e Ministério Público Federal (MPF), de delação premiada mediante novas
informações sobre o caso.
"É com base no que já se
encontra nos autos", destacou. "Não tem nada a ver com o que ele
falou, se falou, em setembro". O presidente do STF sequer confirmou o
encontro de Valerio. "Não sei nem se ele falou em setembro".
O tribunal retoma o cálculo das
penas na terça-feira, 7. Ayres Britto acredita que a dosimetria das penas dos 25
acusados no processo do mensalão será concluídas nas quatro sessões que se
realizam até o dia 18, quando ele completa 70 anos e se aposenta
compulsoriamente do cargo. "Prefiro acreditar que terminaremos o processo
em quatro sessões", afirmou.
Ele participou de solenidade de
aposição do busto do ex-ministro do STF, o paraibano Djaci Falcão (1919-2012) ,
na sede do TRF-5. Em seguida viajaria para Aracaju (SE), para o encontro da
magistratura nacional com a presença de 91 tribunais.
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