O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, réu no julgamento do mensalão, em foto de arquivo |
Após
ser condenado por maioria no Supremo Tribunal Federal (STF), o
ex-ministro da Casa Civil José Dirceu divulgou nota nesta
terça-feira em seu blog para se defender das acusações no
julgamento
do mensalão.
Dirceu afirmou que "continuará a lutar até provar sua
inocência". "Vou acatar a decisão, mas não me calarei.
Não abandonarei a luta. Não me deixarei abater", escreveu.
Dirceu
é apontado pelo Ministério Público como mentor do esquema de
captação ilegal de recursos e compra de apoio político no primeiro
mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta terça, o STF
fechou maioria pela condenação do petista por corrupção ativa.
Ainda pesa sobre ele a acusação de formação de quadrilha. Apesar
da maioria, Dirceu ainda não está condenado porque faltam ainda os
votos dos ministros Celso de Mello e Ayres Britto para o resultado
ser declarado.
Na
nota, José Dirceu reclamou de ter sido transformado em inimigo
público numero 1 em "ação orquestrada e dirigida pelos que se
opõem ao PT e seu governo". "Há sete anos, me acusam
diariamente pela mídia, de corrupto e chefe de quadrilha. Fui
prejulgado e linchado. Não tive, em meu benefício, a presunção de
inocência", protestou.
O
ex-ministro, que teve o mandato de deputado federal cassado após o
escândalo, também afirmou que se apegará à "sede de justiça"
para seguir em frente. "Minha sede de justiça, que não se
confunde com o ódio, a vingança, a covardia moral e a hipocrisia
que meus inimigos lançaram contra mim nestes últimos anos, será
minha razão de viver", escreveu.
O
mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
No
relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou
como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o
ex-deputado e ex- presidente do PT José
Genoino,
o ex-tesoureiro do partido Delúbio
Soares,
e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por
formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda
por corrupção ativa.
Em
2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da
República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso.
Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em
até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene,
ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na
denúncia.
O
relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do
suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus
sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além
das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza
Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de
quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A
então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José
Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram
denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e
lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia,
Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro
e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação
(Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de
Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por
peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O
ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a
processo
por
peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia
inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles
o próprio delator, Roberto Jefferson.
Em
julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações
finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus
restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz
Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto
Lamas,
Antônio Lamas, ambos por falta de provas.
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