Jovens,
de 17 e 20 anos, já estavam dentro de coletivo, na Rodoviária de Vila Velha
Stéphanie Correia, 20 anos, cobriu a
cabeça ao
chegar ao DPJ de Vila Velha
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Chegou
ao fim, na tarde deste domingo, na Rodoviária de Vila Velha, o mistério sobre o
desaparecimento de duas jovens moradoras da Serra. Às 16h, a estudante Gabriely
Rangel Nascimento, 17 anos, e a intérprete da Língua Brasileira de Sinais
(Libras) Stéphanie Correia, 20, foram retiradas, por policiais da Delegacia
Antissequestro (DAS), de um ônibus que seguiria para São Paulo.
As duas foram levadas para o Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vila Velha, onde prestaram depoimento até a noite. Lá, Gabriely disse que tinha medo da reação da família, por isso preferiu fugir para viver com Stéphanie.
As jovens estavam num coletivo da Viação Itapemirim, na Rodoviária de Vila Velha. Stéphanie – que era loira – estava com o cabelo escuro e mais curto. Ela desceu do ônibus com a cabeça coberta pelo gorro do casaco. No trajeto da plataforma até a viatura, ainda dentro da rodoviária, a intérprete de Libras foi agredida por parentes da estudante.
O drama da busca por notícias das jovens começou na noite de sexta-feira, quando Gabriely não retornou para casa, em Nova Almeida, Serra, após a aula. Na mesma noite, parentes de Stéphanie descobriram que ela não havia ido trabalhar e estava sem fazer contato com a família, que vive no bairro Serra Dourada, ainda na Serra.
A falta de notícia das jovens mobilizou, desde sábado, homens das polícias Civil e Militar, conselheiros tutelares, além de amigos, parentes, que chegaram a percorrer hospitais, Departamento Médico Legal (DML), motéis e outros estabelecimentos.
No sábado pela manhã, a mãe da estudante, Suziany Rangel, 40, divulgou para a imprensa imagens das garotas. Ontem à tarde, a polícia descobriu que as jovens haviam comprado duas passagens com destino a São Paulo.
Os plantonistas do Conselho Tutelar foram acionados para avisar aos parentes das duas, e, a partir daí, foram montadas campanas nas rodoviárias de Vitória e Vila Velha, onde parentes de ambas se dividiram.
Após os depoimentos, Stéphanie foi autuada no Artigo 248 do Código Penal, por indução a fuga de incapaz e pode ser condenada a pena de até um ano de reclusão ou multa. Ela vai responder em liberdade.
DECLARAÇÕES DE PARENTES
"Não
aceito (o relacionamento). A Bíblia e a sociedade condenam isso. Vamos
contratar um bom profissional para tratar, mudar o quadro" - Suziany
Rangel - mãe de Gabriely
"Stéphanie
não é a única culpada disso tudo. Há um ano e três meses elas namoram e estão,
inclusive, noivas, com direito a madrinha" - Andreza Alves André -
Tia de Stéphanie
"Descobrimos
o caso entre as duas há quatro meses. Fizemos pressão, e Stéphanie disse que
terminaram. Mas, pelo visto, isso não aconteceu" - X, 28 anos, irmão de
Stéphanie
"Minha
filha ganhava presentes de Stéphanie. Ela estava comprando minha filha, mudou a
cabeça da Gabriely, que tinha até um namoradinho" - Fábio Nascimento, pai
de Gabriely
União de famílias dá lugar a discussões e até a tumulto
Pai de gabriely foi contido durante
confusão
com parentes da professora
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Nos
primeiros dias, as famílias de Gabriely e de Stéphanie uniram forças para
facilitar as buscas por notícias das jovens. Ontem à tarde, no entanto, o clima
entre elas já não era o mesmo. Quando estavam de campana na Rodoviária de
Vitória, o pai da estudante, 38 anos, exaltou-se ao referir-se à instrutora de
Libras. Parentes de Stéphanie reagiram ao ouvir os insultos. Os envolvidos na
confusão foram contidos. A PM foi acionada, mas ninguém foi detido.
"Stéphanie
acha que é namorada da minha filha. Ela é uma diaba! Há dois anos que essa
mulher está atrás da minha filha", dizia o pai da estudante.
O
coletivo em que as meninas foram encontradas saiu da Rodoviária de Vitória às
15h35 e seguiu direto para Vila Velha, onde elas embarcaram.
O
conselheiro tutelar Lindeir Costa explicou que eles foram informados de que as
duas embarcariam para São Paulo entre as 14h e as 16h de domingo.
"Não
podemos revelar de que forma alcançamos essa informação. Mas, assim que a
tivemos, falamos com as famílias – que ajudariam na identificação das duas – e
nos dividimos nas rodoviárias". Em depoimento, Gabriely disse que tinha
medo da reação da família. Por isso preferiu fugir para viver com a namorada.
Fonte: A
Gazeta
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