Maioria
das pesquisas divulgadas até domingo, 30, deu vitória ao presidente sobre o
opositor
CARACAS
- Uma semana antes das eleições, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, negou
que o socialismo do século XXI que lidera esteja esgotado e viu como
"impossível" uma vitória da burguesia, enquanto Henrique Capriles
abarrotou as ruas de Caracas e criticou o Governo por ser "escuridão para
a casa".
Faltando
sete dias para as eleições que definirão o presidente para os próximos seis
anos, Capriles exibiu o poder da oposição ao liderar uma concentração na
capital venezuelana ao mesmo tempo em que Chávez viajou ao estado de Zulia
(noroeste) para presidir um ato na cidade de Cabimas. "Dentro de uma
semana estaremos em plena batalha nas urnas", previu Chávez em sua chegada
a Cabimas.
Para
o presidente, candidato a uma terceira reeleição consecutiva, "é
impossível que a burguesia" vença no dia 7 de outubro. Chávez disse que
nesse dia "o povo voltará a ganhar", pois "sabe como foi
beneficiado" com a revolução bolivariana que ele iniciou em 1999, e a qual
considera "necessário" consolidar.
O
presidente venezuelano advertiu, no entanto, que no próximo domingo a oposição
talvez tente executar ações violentas, "planos desesperados da extrema
direita", mas disse que seu Governo os derrotará "e não apenas nas
urnas". "Estamos prontos para enfrentá-los, neutralizá-los e garantir
que se respeite a decisão do povo no domingo 7", ressaltou.
Chávez
também qualificou como "muito lamentável" a morte em sua cidade natal
de Barinas de três seguidores de Capriles em um fato ocorrido no sábado com um
grupo aparentemente governista, três de cujos integrantes foram detidos, entre
eles o autor dos disparos.
"Não
é com violência que vamos nos enfrentar; é voto a voto", disse a seus
seguidores em Zulia, lhes advertindo que na oposição alguns "andam
acariciando a ideia de desconhecer e cantar fraude" no domingo, e que
perante isso "a melhor vacina é a votação em massa".
Em
entrevista na televisão previamente gravada e divulgada neste domingo, Chávez
insistiu que "ninguém em seu bom juízo pode dizer" que seu modelo de
socialismo do século XXI esteja esgotado.
"Tanto
não está esgotado que a direita teve que se disfarçar de esquerda e Capriles
procura captar votos enganando o povo, escondendo o pacotaço neoliberal que
implantará", disse Chávez.
"No
período 2013-2019 serão consolidadas as mudanças que o socialismo do século XXI
transformou a Venezuela no país menos desigual do continente", insistiu
Chávez, incluindo Capriles no que denominou "direita radical e enlouquecida".
"Eu
estendo a mão à nova direita" que, vaticinou, surgirá após as eleições.
Capriles,
por sua vez, foi à capital venezuelana como parte do percurso que empreendeu
esta última semana para finalizar as visitas "povo a povo" que
caracterizaram sua campanha e que, segundo ele, o levaram a "mais de 300
cidades".
O
líder opositor liderou uma grande concentração no centro de Caracas, reduto do
chavismo e até onde chegaram diversas caravanas que partiram de diferentes
pontos da capital.
Em
seu discurso, Capriles leu passagens do programa do Governo de Chávez e, embora
não tenha chegado a zombar dele, alertou que "não tem nada a ver" com
a solução dos problemas dos venezuelanos. "Convido a quem ler ponto por
ponto o programa governista e depois que o leia completinho diga se aqui está
contemplada alguma solução para os problemas dos venezuelanos", desafiou.
"O modelo do socialismo do século XXI já se esgotou porque se comprometeu,
por exemplo, em acabar com a violência, mas nestes 14 anos a multiplicou por
cinco", insistiu Capriles.
Ele
acrescentou que após percorrer o país pôde confirmar que tem as "estradas
destruídas", que as pontes "estão caindo" e são registradas
explosões na indústria petrolífera. Chávez quer seis anos mais no poder para
ver "se agora sim" pode resolver os problemas nacionais, quando em 14
anos não o fez e privilegiou "os presentes" ao exterior que somam
mais de US$ 60 bilhões, especificou Capriles. "O Governo de Chávez
significou luz para fora e escuridão para a casa", acrescentou Capriles,
ao advertir que "os presentes" incluem recursos para sanear um rio de
Nova York.
Neste
domingo venceu o prazo para se apresentar pesquisas eleitorais sem que elas
mostrem uma tendência única, embora o panorama esteja dominado por estudos que
dão uma vitória a Chávez sobre Capriles.
Por
sua vez, a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena,
defendeu que o sistema de votação do país "está blindado" e previu
que no dia 7 de outubro os venezuelanos terão um "processo eleitoral
formoso e perfeito.
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