Durante campanha em Campinas, a
presidente afirmou que os governos petistas governam para o povo
Ricardo Brandt, O Estado de S. Paulo
CAMPINAS - No maior evento já
realizado durante a campanha em Campinas, a presidente Dilma Rousseff e o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defenderam neste sábado, 20, que o PT
"representa uma nova forma de fazer política" no Brasil, em comício
do candidato a prefeito da cidade Márcio Pochmann (PT). Para cerca de 10 mil
pessoas que lotaram duas praças no centro de Campinas, Dilma e Lula atacaram os
governos do PSDB e mandaram um recado para o PSB, partido do adversário local
Jonas Donizette, atual aliado do governo federal e possível adversário do PT em
2014.
"Somos de um governo que não
persegue ninguém e não discrimina, mas isso não significa que eu não tenha
time", afirmou Dilma.
O candidato do PSB local usa em sua
campanha a aliança do com o PT no governo federal para dizer que terá boas
relações com Dilma, apesar de ser coligado na cidade com o PSDB, que tem o vice
em sua chapa.
Segundo Dilma, que definiu Campinas
como única cidade do interior do país que ela fará campanha nesse segundo
turno, Pochmann representa o novo como ela representava em 2010, mas "não
a inexperiência".
"Dizem para vocês, como diziam
de mim, que eu não tinha experiência, que eu era uma pessoa que não era capaz
de governar. O que eles queriam apontar é que nós somos os representantes de
uma nova forma de fazer política. Política decente", afirmou Dilma.
Os principais ataques vieram de
Lula. "Diziam que o Márcio era apenas um poste, como diziam que a Dilma
era um poste, que não sabia governar. Mas é de poste em poste que o Brasil vai
ficar iluminado", afirmou Lula.
A presidente afirmou que a principal
diferença é que os governos petistas governam para o povo. "Representamos
10 anos de governo, 8 anos do Lula e dois meus. Nos quais nós aprendemos a
fazer desse país, um país desenvolvido onde as pessoas tenham oportunidades, de
estudar", disse a presidente.
O ex-presidente relembrou sua
primeira eleição a presidente em 1989 quando afirmou que era "um
bagrinho" e acabou indo para o segundo turno. Segundo ele, os meios de
comunicação na época tiveram medo do Lula.
"A tentativa de intimidar a
sociedade com a figura do Lula. As mesmas pessoas que amavam o cristo porque
tinha barba, em odiavam porque eu tinha barba", afirmou. "O Brasil
não pode cometer o erro que cometeu em 1989", afirmou Lula ao citar a
eleição presidencial em que foi derrotado por Fernando Collor.
"Não foi o Lula que perdeu, foi
o Brasil que perdeu a chance de ter evoluído 20 anos atrás para o momento que
está vivendo hoje. Se tivéssemos ganho a eleição, não teríamos tantos jovens na
criminalidade, já teríamos duas ou três vezes mais estudantes fazendo
universidade", disse o ex-presidente, que indicou pessoalmente o nome do
economista Pochmann para a disputa em Campinas.
O presidente afirmou também que o
PSDB em 20 anos a frente do governo do Estado de São Paulo não beneficiou
Campinas como o PT no governo Federal. "Duvido que os tucanos que estão no
governo do Estado tenham colocado nesses 20 anos em Campinas o dinheiro que eu
pus quando fui presidente", disse Lula, que também afirmou que o PSDB
levou para a cidade apenas "presídios e os pedágios mais caros do
Brasil."
Num palanque repleto de ministros do
governo federal, prefeitos eleitos petistas e lideranças nacionais do partido,
o ex-presidente Lula mandou um recado para o adversário local do PSB, que tem
usado a aliança do partido no governo federal na campanha.
"Não tem na história do país
nenhuma demostração de alguém que por ter um programa de rádio e ficar
distribuindo cadeira de rodas, dentadura, tenha dado certo como prefeito de
qualquer cidade desse país", afirmou Lula. Jonas, que é deputado federal
foi radialista em Campinas.
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