O Brasil não deve quantificar as
metas nacionais de conservação da biodiversidade durante a 11ª Conferência das
Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, a COP11, que está acontecendo
em Hyderabad, na Índia, desde o último dia 8. Os negociadores mostrarão que o
país tem condições e disposição para cumprir as recomendações internacionais.
Observadores brasileiros, que
participaram das discussões preparatórias para o evento, afirmam que o governo
não terá dificuldade em mostrar, nos próximos nove dias da conferência, avanços
na adaptação das Metas de Aichi. Estas diretrizes foram criadas na última COP,
em 2010, no Japão, estabelecendo porcentagens mínimas de proteção terrestre e
marítima; a necessidade de disseminar o conceito de biodiversidade entre as populações
e a eliminação de subsídios para atividades lesivas à biodiversidade.
O governo brasileiro conseguiu
ampliar o debate sobre a conservação da biodiversidade envolvendo
representantes de vários setores. Na Índia, o resultado destas reuniões, conhecidas
como Diálogos sobre Biodiversidade, pode aumentar o destaque do país no evento.
O mecanismo de consulta pública e de debates com setores como a indústria e as
universidades resultou em uma série de orientações que devem ser seguidas pelo
Poder Público e privado, até 2020, como estratégia brasileira para garantir a
conservação de espécies em território nacional.
Além desses temas, mais dois pontos
dominam as negociações oficiais e os debates paralelos entre os representantes
de mais de 100 países que estão participando da COP. As estratégias para
mobilização de recursos que seriam usados na conservação biológica do planeta é
apontado como assunto mais polêmico. Ainda que os 192 países que participaram
da COP10 tenham reconhecido a necessidade de adotar ações para estancar a perda
de espécies no mundo, os efeitos da crise financeira mundial têm dificultado o
comprometimento de nações mais ricas com a injeção de recursos para viabilizar
estas mudanças.
Outra discussão que domina as salas
e corredores da conferência, segundo negociadores, é a implementação do
Protocolo de Nagoya, o marco regulatório para definir o acesso a recursos
genéticos, que ainda tem assinatura de apenas seis países, entre eles, o
Brasil. A conferência termina no dia 19 de outubro.
Carolina Gonçalves da Agência Brasil
| Edição Beto Coura
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