O
Supremo Tribunal Federal (STF) vai realizar na próxima terça-feira (11) uma
audiência de conciliação para discutir a adoção de livros de Monteiro Lobato
pela rede pública de ensino. O caso chegou ao STF por meio de um mandado de
segurança apresentado pelo Instituto de Advocacia Racial (Iara) e pelo técnico
em gestão educacional Antônio Gomes da Costa Neto. Ambos afirmam que a obra de
Monteiro Lobato tem “elementos racistas”.
Em
2010, o Conselho Nacional de Educação (CNE) determinou que a obra Caçadas
de Pedrinho não fosse mais distribuída às escolas públicas por considerar
que ela apresentava conteúdo racista. O conselho apresentava trechos da obra
para justificar o veto à obra: “Tia
Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca
de carvão.”
Em
seguida, o Ministério da Educação (MEC) recomendou que o CNE reconsiderasse a determinação . O
conselho decidiu então anular o veto e indicar que as próximas edições do livro viessem
acompanhadas de uma nota técnica que instruísse o professor a contextualizar a
obra ao momento histórico em que ela foi escrita.
Com o
mandado de segurança, o Iara pretende anular a última decisão do CNE. Eles
pedem ainda a “imediata formação e
capacitação de educadores” para que a obra seja utilizada “de forma adequada na educação básica”.
No mandado de segurança, eles afirmam que o livro Caçadas de Pedrinho é
utilizado como “paradigma” e que
essas regras devem nortear a aquisição, pela rede pública de ensino, de
qualquer livro literário ou didático que contenham “qualquer forma de expressão de racismo cultural, institucional e
individual”.
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Dag Vulpi