terça-feira, 11 de setembro de 2012

MP investiga trabalho de ONG em favor de Russomanno

Por Sérgio Roxo, no Globo:

O Ministério Público Eleitoral investiga o candidato do PRB, Celso Russomanno, por usar sua ONG de defesa de direitos do consumidor na campanha à prefeitura de São Paulo. Durante as atividades de rua, ele indica a entidade aos eleitores que o procuram relatando problemas com compras ou dificuldade de atendimento em serviços públicos. Quem procura um comitê eleitoral com o mesmo tipo de queixa também é aconselhado a ir à entidade. O candidato afirmou ontem que “não teme a investigação”.
O promotor Roberto Senise informou ontem que notificou o candidato do PRB, que tem até a próxima semana para prestar esclarecimentos sobre a suposta irregularidade.
O Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (Inadec) foi fundado em 1995 e funciona em uma casa no bairro do Ipiranga, na Zona Sul da cidade. Os fundadores são Celso Russomanno e o seu irmão, Mozart Russomanno. O site da entidade tem um link para a página da campanha do candidato do PRB. Russomanno ganhou fama com quadros de defesa do consumidor em programas de TV.
Russomanno: “pago do próprio bolso”Nesta segunda, o GLOBO acompanhou a movimentação na sede da ONG. A comerciante Sueli Aparecida Ferreira, de 50 anos, contou que pela manhã havia ido ao comitê de Russomanno na região da Avenida Nove de Julho. “Lá, falaram que eu deveria vir aqui”, contou a comerciante.
Sueli disse que comprou um apartamento em um conjunto habitacional, mas o vendedor do imóvel não era o proprietário de fato. Por isso, o negócio não pôde ser concretizado. Segundo ela, o advogado do Inadec informou que precisaria consultar o processo que ela move no Juizado Especial de pequenas causas contra o vendedor para depois saber se podem interceder. Sueli afirmou que, durante o atendimento, não foi pedido a ela que votasse no candidato do PRB.
Outra eleitora de Russomanno, a catadora Almerinda Maria de Jesus Silva, de 74 anos, também foi à ONG ontem. Ela disse que havia comprado um óculos numa ótica, mas desistiu do negócio. Mesmo assim, está sendo cobrada em R$ 6 mil. A catadora chegou até a entidade por indicação da filha, que, segundo ela, trabalha como copeira em um comitê de Russomanno. O advogado da entidade disse a ela que precisaria fazer uma consulta para saber se poderia auxiliá-la.

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