O
julgamento da Ação Penal 470, o processo do chamado mensalão, recomeçou com a
parte final do voto do ministro-relator Joaquim Barbosa sobre as acusações de
gestão fraudulenta no Banco Rural. Os réus dessa etapa são Kátia Rabello, José
Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório, todos dirigentes do banco
na época dos fatos.
O
relator iniciou a sessão relembrando as imputações feitas aos dirigentes do
Banco Rural, por fraudes e falsidade dos empréstimos. O primeiro ponto abordado
hoje foram as renovações sucessivas de operações de empréstimo. Segundo
Barbosa, os dirigentes do Banco Rural buscaram omitir o risco dessas operações,
cujos recursos eram destinados ao PT.
De
acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a gestão fraudulenta
do banco permitiu a alimentação de esquema de corrupção, a lavagem de dinheiro
de recursos públicos desviados e a distribuição da verba entre os políticos
aliados ao governo, ocultando sua origem.
Barbosa
listou na sessão anterior, do dia 30 de agosto, várias irregularidades na
gestão do Banco Rural, entre elas a concessão de empréstimos no valor de R$ 32
milhões ao PT, à SMP&B Comunicação e à Graffiti, sem que os clientes
tivessem capacidade financeira para garantir a quitação do débito.
O
relator também disse que o banco classificou os riscos dos empréstimos de forma
equivocada e que, em nenhum momento, sinalizou que iria cobrar essas dívidas, o
que ocorreu apenas quando as acusações vieram à tona.
Após
o voto de Barbosa, o julgamento deste capítulo prossegue com a votação do
ministro-revisor do processo, Ricardo Lewandowski.
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Dag Vulpi