Ao tomar posse hoje (13) como ministra da Cultura, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) disse que pretende trabalhar para o fortalecimento da produção nacional e pela recuperação do patrimônio cultural do país.
"Não podemos aceitar a lógica devastadora do mercado e a pasteurização do mercado. Devemos incentivar nossa participação internacional e esse será um outro desafio", discursou Marta.
A nova ministra da Cultura ressaltou a boa relação que mantém com a presidenta Dilma Rousseff. Ela destacou a importância do legado deixado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no setor.
"Estou muito orgulhosa pela possibilidade de participar mais de perto de um governo que ajudei a eleger e realizar um trabalho em uma área com a qual me identifico muito", disse a petista
De saída da pasta, a ex-ministra Ana de Hollanda ressaltou suas conquistas em quase dois anos de trabalho e disse que sua sucessora tem as condições de dar continuidade ao trabalho.
Segundo ela, o país precisa dar continuidade, principalmente, no fortalecimento das políticas de direito autoral.
Ana de Hollanda avalia sua gestão como positiva e diz não ter faltado apoio político
A ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda avaliou hoje (13) como positivo o saldo de seus 20 meses à frente da pasta. Cantora, compositora e gestora cultural, Ana de Hollanda foi substituída pela senadora Marta Suplicy que assumiu dizendo que pretende trabalhar para o fortalecimento da produção nacional e pela recuperação do patrimônio cultural do país.
“Criamos toda uma nova infraestrutura para o ministério crescer. Criamos a Secretaria de Economia Criativa, propusemos novas discussões, pagamos todo o passivo [dívidas] relativo aos pontos de Cultura, conquistamos a confiança para avançarmos e obtermos um orçamento bem melhor”, declarou Ana de Hollanda à Agência Brasil, referindo-se à proposta orçamentária de quase R$ 3 bilhões aprovada pelo Ministério do Planejamento.
O valor, o maior da história do ministério, é, segundo a assessoria, 54% superior ao de 2011, quando Ana de Hollanda assumiu o cargo. E pode atingir os R$ 5 bilhões com o montante autorizado a ser captado por meio das leis de incentivo fiscal.
Desgastada por críticas e polêmicas, Ana de Hollanda disse não ter lhe faltado apoio político, mesmo que vários e importantes projetos de leis encaminhados pelo ministério à Casa Civil não tenham avançado, caso da reforma da Lei de Direito Autoral (Lei nº 9.610) e da regulamentação do Estatuto dos Museus.
“Não acredito [que o governo não tenha dado o devido apoio]. O que acontece é que a presidenta gosta de tudo muito detalhado e o ministério lida com temas transversais, que envolvem outros ministérios. Tudo, portanto, tem que ser muito discutido e é natural que haja uma demora”, afirmou Ana de Hollanda, dizendo que sua sucessora dará continuidade a muitos dos projetos. “Eles estão sendo tocados e vão ser tocados”.
Coordenadora do Pontão de Articulação da Comissão Nacional de pontos de Cultura, Patrícia Ferraz, garantiu que, ao contrário do que diz a ex-ministra, nem todo o passivo financeiro com os pontos de Cultura foi pago.
“Avaliando o todo, a realidade não é esta. Não só o passivo não foi todo pago, como o ministério deixou de pagar ou pagou com muitos meses de atraso as parcelas dos convênios a vários pontos de Cultura. Além disso, desde 2010, o ministério não lança um edital para novos pontos. Na última gestão, o Programa Cultura Viva foi desmontado”, afirmou Patrícia, por telefone.
Presente à cerimônia de transmissão de cargo, o ator e diretor teatral José Celso Martinez Corrêa disse que a expectativa da classe artística aumenta com a chegada de Marta Suplicy. “A Marta tem mais visibilidade. É uma mulher mais atirada. A Ana é maravilhosa, mas é tímida. Nossa expectativa agora é muito maior.”
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