O governo dos Estados Unidos identificou o diretor do filme Inocência
dos Muçulmanos, como sendo Basseley Nakoula, informou uma fonte nos serviços de
segurança, que pediu para não ser identificada, nesta quinta-feira, 13. O filme
que ridiculariza o profeta Maomé desencadeou uma onda de protestos em países
islâmicos, que resultou na morte do embaixador norte-americano na Líbia,
Christopher Stevens.
Inicialmente,
um suposto israelense americano chamado Sam Bacile assumiu a responsabilidade
pelo filme. Mas crescentes evidências mostram que ele não existe. O verdadeiro
autor deve ser Nakoula, que havia dito para a Associated Press que
apenas trabalhava na parte logística da companhia que produziu a película.
Nakoula,
de 55 anos, é um cristão copta californiano que teve problemas com a lei no
passado. Ele nega que tenha inventado Bacile.
As
informações são da Associated Press.
Estopim de revolta, filme insulta profeta Maomé
Estopim da nova onda de protestos no mundo islâmico, o filme Inocência dos
Muçulmanos retrata o profeta Maomé como um adúltero, bissexual, pedófilo e
sanguinário. Aparentemente, os 14 minutos postados na internet são um trailer
de um longa-metragem de duas horas escrito, produzido e dirigido por um cidadão
americano de origem israelense de 56 anos que usa o pseudônimo de Sam Bacile.
"Esse
é um filme político", afirmou Bacile àAssociated Press. "Os EUA perderam muito dinheiro e muitas
pessoas em guerras no Iraque e no Afeganistão, mas estamos lutando com ideias."
De acordo com a agência de notícias, o cineasta decidiu se esconder por temer
represálias.
Para
o jornal Wall Street Journal, Bacile foi mais direto. "O Islã é um câncer", disse.
Em trechos disponíveis no YouTube, o profeta aparece tendo relações sexuais com várias mulheres. Para os muçulmanos, qualquer representação de Maomé é blasfêmia.
Pastor
Terry Jones
Bacile
recebeu apoio do pastor da Flórida Terry Jones, que ameaçou fazer uma fogueira
de exemplares do Alcorão, enfurecendo multidões no mundo islâmico. Ontem, o
chefe do Estado-Maior dos EUA, Michael Mullen, telefonou a Jones pedindo que
ele mude de posição.
O
Egito determinou a inclusão na lista de procurados do pastor americano e nove
coptas (cristãos egípcios) que vivem nos EUA. Eles são acusados de participar
ou promover o filme.
Sob
ataque, a Igreja Copta condenou duramente o filme, dizendo que ele é uma
tentativa de "difamar as religiões e
dividir os povos, sobretudo o do Egito".
Segundo
os processos abertos pelo Ministério Público do Cairo, o vídeo no YouTube tem
cenas que "propagam uma ideologia
extremista com o objetivo de provocar a discórdia e o menosprezo às religiões
monoteístas e danificar a união nacional e alterar a paz social".
Islamofobia
A
comunidade islâmica americana e especialistas no mundo árabe temem que a morte
do embaixador americano na Líbia, Christopher Stevens, leve a um aumento da
islamofobia no Ocidente.
Quando
as manifestações contra representações diplomáticas dos EUA em Benghazi e no
Cairo começaram, na terça-feira, o Conselho das Relações Islâmico-Americanas
(Cair) publicou nota na qual pedia ao mundo islâmico e árabe que "ignorasse os produtores extremistas que criaram
uma porcaria de filme (Inocência dos Muçulmanos). Eles não representam a
população americana ou a religião cristã". Ontem o Cair, com outras
entidades árabes e islâmicas dos EUA, reprovou a ação contra os diplomatas na
Líbia.
Lamentando
a morte dos diplomatas americanos, Samer Araabi, do Instituto Árabe-Americano,
disse que a ação "fortalece a agenda
dos islamofóbicos no país, que rapidamente usarão esses eventos como
justificativa para pintar a fé islâmica como antiocidental e violenta".
Segundo
o líder muçulmano, "esses mesmos indivíduos têm um papel na criação desse
conflito ao financiarem, produzirem e disseminarem o filme com o objetivo claro
de incitar uma reação como essa".
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