Um
dia depois do previsto, Roberto Gurgel vai apresentar argumentos da acusação
contra os 38 envolvidos no processo e centrar existência de 'núcleo político'
em esquema
O
segundo dia do julgamento do mensalão será dedicado a exposição dos argumentos
da acusação contra os 38 réus envolvidos no processo. Na sessão do Supremo
Tribunal Federal (STF) desta sexta-feira, 3, o procurador-geral da
República, Roberto Gurgel, deve centrar a sustentação da ideia de que um
"núcleo político" comandava um esquema de compra de apoio político no
Congresso Nacional
A
participação de Gurgel ocorrerá com um dia de atraso. A expectativa era de que
a acusação já tivesse exposto sua argumentação nessa quinta-feira, 2, mas a
discussão sobre desmembrar ou não o processo atrasou o andamento da sessão.
O
procurador-geral terá cinco horas para falar. Sua estratégia deve ser destacar
a atuação do ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o
ex-presidente do PT José Genoino e o publicitário Marcos Valério, que
integrariam o "núcleo político" do mensalão. Assim como na denúncia,
Dirceu será apontado como o "chefe de uma quadrilha". O procurador
dirá que ele, no comando na Casa Civil a partir de janeiro de 2003, montou e
gerenciou a compra de apoio de partidos políticos, esquema tornado viável pela
prática de diversos crimes, como corrupção, lavagem de dinheiro, peculato e
formação de quadrilha, evasão de divisas e gestão fraudulenta.
O
principal ponto da acusação também é o maior desafio imposto ao
procurador-geral da República. Se não conseguir demonstrar que há provas
suficientes para mostrar que Dirceu comandou a compra de apoio no Congresso, os
ministros do Supremo poderão absolvê-lo.
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