Sem consenso interno, o Conselho
Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) concluiu ontem (22) à
noite a avaliação sobre a situação política do Paraguai, depois da destituição
do então presidente Fernando Lugo do poder em 22 de junho. Para o governo do
atual presidente Federico Franco, a ausência de acordo deixa claro que não
haverá sanções ao país no órgão, nem que o tema retornará à pauta.
Em visita ao interior do Paraguai, o
presidente Franco disse estar feliz e comemorou a ausência de sanções na sessão
da OEA. “Com isso [a sessão], conclui sem sanções [ao Paraguai]", disse o
ministro das Relações Exteriores, José Félix Fernández Estigarribia, referindo-se
à possibilidade de o país ser suspenso do organismo a exemplo do ocorrido no
Mercosul e na União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
De acordo com o chanceler,
representantes de 26 países se manifestaram favoráveis ao atual governo do
Paraguai e oito contrariamente. "São 26 contra oito, o que chamamos, no
futebol, de goleada. A decisão da OEA é um apoio total ao povo paraguaio”,
disse. “Enquanto o Paraguai se comportar tão bem como agora, a OEA não voltará
a discutir especificamente o caso.”
Estigarribia disse que amanhã (24)
viaja para Washington, nos Estados Unidos, para uma reunião de ministros das
Relações Exteriores. O chanceler aproveitará a oportunidade para reiterar que o impeachment de
Lugo ocorreu, de acordo com a legislação paraguaia, sem o rompimento da ordem
democrática no país.
Em meio à polêmica sobre a destituição
de Lugo do poder, a OEA decidiu enviar 500 observadores, a partir de dezembro,
para o Paraguai. O objetivo é que o grupo acompanhe o processo eleitoral no
país. Em 21 de abril de 2012, cerca de 3 milhões de eleitores irão às urnas
para a escolha do presidente, do vice-presidente, dos governadores, senadores e
deputados.
O tema foi proposto pela delegação do
México e rejeitado pelos representantes da Nicarágua, do Equador e da Argentina.
A missão de observadores pretende fazer o monitoramento de todas as etapas do
processo eleitoral no Paraguai.
*Com informações da agência pública de
notícias do Paraguai, Ipparaguay
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