Após
apelo da presidente Dilma Rousseff, Marta se colocará à disposição para gravar
mensagens para a propaganda no rádio e na TV
São
Paulo - A senadora Marta Suplicy (PT) vai se reunir na próxima
segunda-feira (27) com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para,
finalmente, colocar um ponto final nas divergências e selar a paz entre os
dois. Num almoço no Instituto Lula, a ex-prefeita de São Paulo discutirá com Lula
sua entrada na campanha do petista Fernando Haddad, terceiro colocado nas
pesquisas de intenção de voto.
Após
apelo da presidente Dilma Rousseff, Marta se colocará à disposição para gravar
mensagens para a propaganda no rádio e na TV. A senadora deve ouvir do
ex-presidente o pedido para que apresente o seu afilhado político na periferia,
uma vez que Marta é forte nestas regiões e pesquisas indicam que o candidato do
PRB, Celso Russomanno, cresceu nos redutos de Marta, especialmente na zona
leste.
Marta
se reuniu com Dilma duas vezes nesta semana. Nos encontros, Dilma disse à
senadora que só decidirá de que maneira entrará na campanha de Haddad após 7 de
setembro. Aos caciques petistas, Dilma avisou que está envolvida nas
negociações com os servidores federais em greve e focada nas medidas para
alavancar a economia brasileira. A presidente ressaltou à senadora que agora
não poder se indispor com os outros dois partidos da base aliada (PRB e PMDB)
que têm candidatos à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD).
Há
nove meses, Marta desistiu de disputar a Prefeitura de São Paulo atendendo a um
pedido de Dilma e, desde então, vem relutando em entrar na campanha de Haddad.
Ela chegou a dizer que ele teria de "gastar muita sola de sapato" e,
numa homenagem a Lula, afirmou, na presença do ex-ministro da Educação, que
"só o novo não basta". Contrariada, a senadora foi a grande ausência
do encontro municipal do partido que selou Haddad como candidato.
Líderes
petistas contam que, ao longo dos últimos meses, a senadora e o ex-presidente
cultivaram ressentimentos mútuos. Marta avalia que, ao forçar a candidatura de
Haddad, Lula a deixou sem horizontes políticos para disputar um mandato no
Executivo. Já Lula entende que a senadora erra ao não apoiar Haddad. Na última
semana, Marta deu o primeiro passo: ligou para Lula dizendo-se feliz com a sua
recuperação após o tratamento contra um câncer na laringe.
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Dag Vulpi