sexta-feira, 31 de agosto de 2012

As ações afirmativas não solucionarão a defasagem no ensino brasileiro


A política equivocada de fazer remendos para mascarar a deficiência do ensino, não deveria encontrar eco na sociedade brasileira, pois, é exatamente na implantação das chamadas ações afirmativas, caso das cotas raciais, que o governo vai maquiando e desvirtuando a origem do problema.
Nesta semana, a presidente Dilma sancionou a Lei das cotas raciais, onde, se tudo funcionar conforme o planejado, que é difícil, serão beneficiados 120.000 jovens brasileiros. O erro do governo se encontra nessa política de pseudo-protecionismo, onde ele não procura tratar a origem do problema, mais vende a idéia dos paliativos, e estes, por mais que sejam implantados nunca serão suficientes para corrigir a falha.

 De acordo com relatório lançado hoje (31) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), hoje há no Brasil 1.419.981 crianças na faixa de 4 e 5 anos de idade que não estão matriculadas no sistema de ensino. Até 2016, o Brasil tem a obrigação de incluir todas as crianças de 4 e 5 anos na escola. Tarefa que não será nada fácil, já que uma emenda constitucional aprovada em 2009 ampliou a faixa etária em que a freqüência à escola é obrigatória. Antes, apenas a população de 7 a 14 anos tinha que estar necessariamente matriculada no ensino fundamental, mas a partir de 2016 o ensino obrigatório irá cobrir desde a pré-escola até o ensino médio (dos 4 aos 17 anos).

O relatório -Todas as Crianças na Escola em 2015 – Iniciativa Global pelas Crianças Fora da Escola – baseou-se em estatísticas nacionais, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2009. No total, cerca de 3,7 milhões de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos estão fora da escola no Brasil. A maior defasagem é na pré-escola e no ensino médio, já que entre os brasileiros de 6 e 14 anos o grupo que não freqüenta a escola é menor, cerca de 730 mil.

Entre os brasileiros de 4 e 5 anos que não estão matriculados nos sistemas de ensino,  56% do total são negros. Os números indicam que a freqüência ainda insuficiente de crianças de 4 e 5 anos está relacionada à falta de vagas na rede pública.
A representante do Unicef - Maria de Salete Silva - ressalta, que o maior desafio está “na outra ponta” da educação básica. O relatório diz que 1.539.811 adolescentes entre 15 e 17 anos estão fora da escola. Nesse caso, os problemas de frequência não estão tão relacionados à falta de vagas, mas ao desinteresse da população nessa faixa etária pelo ensino médio. Para muitos jovens já envolvidos com o mercado de trabalho, a escola é pouco atrativa.

“Isso requer uma mudança muito grande no ensino médio. Estamos com a maior população de adolescentes da história do Brasil, a gente não pode perder isso e esperar para resolver na próxima geração porque está condenando o país a ter milhões de adultos sem formação escolar”, avalia Salete.

Segundo ela, não será necessário apenas ampliar as vagas para incluir os jovens que estão fora da escola, mas torná-la mais atrativa para a realidade deles. “Você precisa trazer o aluno e incorporar na escola aquilo que é parte do projeto de vida deles. A escola está longe da vida dos adolescentes”, aponta.

Para incluir toda a população de crianças e jovens ainda fora da escola, o estudo aponta como uma das medidas necessárias a ampliação dos recursos para a área. O Unicef apoia a meta de investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, prevista no Plano Nacional de Educação (PNE) que está em debate no Congresso Nacional.

“A gente discorda de quem acha que o problema da educação no Brasil não é dinheiro, mas gestão. Nós temos problemas sérios de gestão, mas só com os recursos que temos hoje não conseguimos fazer tudo que é necessário: incluir todos na escola, ter qualidade, professor bem remunerado e capacitado, escola com boa infraestrutura. O desafio é enorme”, argumenta.

Como observamos o governo tenta tratar o problema no varejo, criando paliativos para beneficiar 120.000 jovens com cotas raciais, enquanto temos 1.419.981 crianças com idade de 4 e 5 anos e 1.539.811 de adolescentes entre 15 e 17 fora do ensino fundamental.

Precisamos refletir sobre o problema do ensino brasileiro.
Será que todos os erros são originários do século XVIII, mais especificamente no sistema escravocrata da época?
Será que a criação das cotas raciais para jovens já adultos é a solução?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!

Abração

Dag Vulpi

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

Seguir No Facebook