O advogado Luiz
Francisco Corrêa Barbosa, que representa Roberto Jefferson no processo do
mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), disse que a denúncia foi
oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) para calar as pessoas que
poderiam detalhar o esquema de compra de votos.
Corrêa explicou seu
ponto de vista a jornalistas, ao fim da sessão desta terça, com uma referência
à acusação contra Geiza Dias, ex-gerente financeira da empresa de
publicidade SMP&B. “Denunciaram essa moça como foi denunciado Roberto
Jefferson, para silenciá-los, para não acontecer nada. Foi de caso pensado que
fizeram isso”.
Nesta tarde, a defesa
de Geiza disse que ela poderia ter revelado mais informações sobre o mensalão
se tivesse participado do processo como testemunha, e não como ré. No direito
penal, a testemunha é obrigada a falar somente a verdade sob pena de cair no
delito de falso testemunho. Já o réu não é obrigado a falar tudo o que sabe
para não produzir prova contra si.
“Esse castelo de
cartas que começou a cair ontem, com a notável sustentação do Marcelo Leonardo
[advogado de Marcos Valério], aquilo foi arrasador, foi um tsunami. Hoje
temos apenas um rescaldo, uma coluna que ainda não caiu. Sobrou alguém ali
embaixo, eu acho que ali embaixo vai estar o procurador [responsável pela
denúncia] e nós vamos desmascarar isso”, disse Corrêa.
De acordo com o
advogado de Jefferson, a ação penal foi “açodada” e “incompleta”, argumento que
será uma das linhas de defesa a ser apresentada na próxima segunda-feira (13),
quando está agendada sua sustentação oral. “Há razões que a própria razão
desconhece. As coisas terem sido feitas dessa forma, não sei para servir a
quem”.
Um dos exemplos de
pouca perícia do Ministério Público apontado por Corrêa foi o fato de os
procuradores não terem demonstrado a origem de verbas ilícitas. “A denúncia
fala 13 vezes que não sabe de onde veio o dinheiro. Se não sabe, aprofunda e
vai saber”.
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