Dagmar
Vulpi
O
tema é batido, mas nos últimos dias voltou a ocupar espaço na mídia, me refiro
aos já bem definidos, porém mal interpretados termos: Privatização e Concessão.
Há
definições claras para ambos, porém, as interpretações dependem do momento e de
qual lado esteja o interpretador, esquerda ou direita.
Exemplos
claros que confirmam isso são os eternos debates nas redes sociais, mais
especificamente no facebook. Dias desses fui inquirido por uma amiga do grupo Consciência
Política e Razão Social, onde, sua interrogativa solicitava minha definição
sobre privatização e concessão. Eu, sem invencionices busquei levar como
resposta o óbvio, ou seja, sem a influência político partidária, que conforme
já mencionado, o lado influencia diretamente na interpretação.
Tentarei
com dois exemplos ilustrar com clareza essa afirmativa.
No
primeiro, após determinada postagem feita em um dos grupos do facebook um dos
participantes, declaradamente petista, definia privatização como a “entrega” do
patrimônio publico a iniciativa privada, tendo no comentário subseqüente a
réplica, e esse por sua vez declaradamente peessedebista dizia ser a concessão e
não a privatização a “entrega” do patrimônio publico. No debate que seguia
pode-se perceber com clareza o quanto há de interferência política e conseqüentemente
distorções nas interpretações.
E essas distorções não param nas redes sociais,
onde sabemos haver todo tipo de opinião, vindas dos mais variados tipos de
pessoas que tratam a maioria dos assuntos com a emoção.
Veremos
neste segundo exemplo como as interpretações distorcidas se estendem até os
profissionais da mídia que deveriam tratar o assunto com imparcialidade, limitando-se
a passar a informação com clareza, mas também ali o que prevalece é a conveniência
da subjetividade. Vejam o exemplo da sempre
parcial Miriam Leitão, onde ela assina matéria intitulada: “Governo briga com
sinônimos: conceder é privatizar” discorrendo uma análise talvez equivocada
para um profissional que se propõe a passar informação.
Num
imbróglio típico a mencionada faz um “mistureba” incluindo e excluindo a seu
prazer comparações entre atos da Dilma do Fernando Henrique Cardozo e do Lula,
citando feitos desse e daquele de forma a justificar um em detrimento do outro.
Confira
a interpretação da Miriam: “Quando se
trata de uma empresa que não fornece serviço público, como o setor siderúrgico,
ou de mineração, ou de aviões, aí o termo é privatização. O governo vendeu as
siderúrgicas da Siderbrás, a Vale, a Embraer. Elas não lidam diretamente com o
público, não prestam um serviço. Fabricam aço, aviões e extraem minério de
ferro”. Percebam que a global separa
as empresas publicas em dois tipos, porém, essa separação foi feita
exclusivamente com a subjetividade da justificativa, podendo ou não ser aceita,
e mais uma vez a interpretação dependerá do momento e de qual lado esteja o
interpretador, esquerda ou direita.
E
você está de que lado? Será?
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Abração
Dag Vulpi