Mendoza
Unzain fica fora de reunião do Mercosul no Intercontinental
Presidente do Parlasul, Mendoza Unzain mostra cópia de uma carta detalhando medidas do governo argentino para barrá-lo na reunião do Mercosul Reuters |
MENDOZA - O presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul), Ignacio
Mendoza Unzain, bem que tentou. Ele procurou entrar no Hotel Intercontinental
de Mendoza, onde acontece a cúpula do bloco. Mas enquanto via parlamentares de
outros países, inclusive do Brasil, ingressarem no prédio, Mendoza acabou
ficando para trás: os seguranças barraram a sua entrada.
O país não havia sido convidado para a reunião do Mercosul. Mesmo
assim, uma delegação paraguaia desembarcou na cidade dias atrás. Mendoza Unzain,
ligado ao general Lino Oviedo, esperneou, disse que era um absurdo o presidente
do Parlamento do bloco não poder entrar. Ele ainda argumentou que não
representava o governo e que fora eleito diretamente pelo povo paraguaio, mas
não adiantou e não pôde participar do encontro desta quinta-feira.
Vários representantes do Parlasul participaram do encontro, inclusive
o brasileiro Dr. Rosinha, sem terem a entrada barrada.
Países do Mercosul decidem suspender
Paraguai do bloco
Brasília - Os países do Mercosul decidiram suspender o Paraguai do
bloco, mas sem a aplicação de sanções econômicas, disse o ministro
das Relações Exteriores, Antonio Patriota. O ministro declarou ainda que o
prazo de suspensão será definido pelos presidentes dos países do Mercosul na
reunião marcada para amanhã, na cidade argentina de Mendoza.
Diplomatas envolvidos nas discussões sobre o Paraguai disseram que
existe a possibilidade de que o Paraguai seja suspenso até as próximas eleições
presidenciais, que devem ocorrer em abril do ano que vem. Na prática, o
Paraguai não participaria também da próxima reunião do Mercosul que será em
dezembro no Brasil, país que assume amanhã a presidência temporária do bloco,
atualmente com a Argentina.
"O entendimento é com base no Protocolo de Ushuaia. No Artigo 5º
existe uma primeira frase que fala na suspensão das participações nas reuniões
e uma segunda que fale de direitos e obrigações. A decisão foi de nos mantermos
na primeira frase, da suspensão", disse Patriota.
As declarações do ministro foram dadas durante um intervalo da reunião
do Mercosul que contou com a participação dos ministros das Relações Exteriores
do Brasil, da Argentina, do Uruguai e da Venezuela.
O Paraguai já havia sido excluído desse encontro, como havia sido
anunciado logo após os questionamentos do bloco sobre o impeachment relâmpago
do presidente Fernando Lugo.
"Lamentamos muito essa situação [de suspensão do Paraguai].
Tivemos 11 chanceleres [da Unasul] no Paraguai e destacamos que havia dúvidas
sobre o processo [de destituição], com a falta de defesa do presidente Lugo.
Isso levou a uma constatação de que não existe uma plena vigência democrática
[no Paraguai]".
Segundo Patriota, os ministros do Mercosul entendem que o Paraguai não
respeitou o chamado Protocolo de Ushuaia, assinado na década de 1990, pelos
quatro países do bloco, incluindo o Paraguai, além do Chile e da Bolívia.
"O protocolo preconiza que a plena vigência democrática é uma
condição essencial para o processo de integração. Então foi nesse sentido que
se tomou a decisão de domingo passado [suspensão do Paraguai da reunião do
Mercosul] e que se deverá se tomar a decisão amanhã [sobre o prazo de suspensão
do país]", disse.
Patriota declarou ainda que, além da questão do Paraguai, os países do
Mercosul deverão tratar da intensificação das relações com a China. Os
presidentes devem aprovar declarações para fazer acordos com o país asiático.
Segundo o ministro, a questão sobre a maior aproximação com a China
foi discutida entre autoridades das pastas de Relações Exteriores do Mercosul,
da Bolívia, do Chile, além da Guiana, do Suriname e México.
Na última segunda-feira (25), o primeiro-ministro da China, Wen
Jiabao, participou de reunião – por teleconferência de Buenos Aires e ao lado
da presidenta Cristina Kirchner, da Argentina – com a presidenta Dilma Rousseff
e o presidente José Mujica, do Uruguai.
"Há interesse em se retomar diálogo mais frequente e uma
cooperação mais intensa [com a China]", disse Patriota.
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