sexta-feira, 29 de junho de 2012

Paraguaio presidente do Parlasul é barrado em hotel na Argentina

Mendoza Unzain fica fora de reunião do Mercosul no Intercontinental
Presidente do Parlasul, Mendoza Unzain mostra cópia de uma carta detalhando medidas do governo argentino para barrá-lo na reunião do Mercosul Reuters

MENDOZA - O presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul), Ignacio Mendoza Unzain, bem que tentou. Ele procurou entrar no Hotel Intercontinental de Mendoza, onde acontece a cúpula do bloco. Mas enquanto via parlamentares de outros países, inclusive do Brasil, ingressarem no prédio, Mendoza acabou ficando para trás: os seguranças barraram a sua entrada.

O país não havia sido convidado para a reunião do Mercosul. Mesmo assim, uma delegação paraguaia desembarcou na cidade dias atrás. Mendoza Unzain, ligado ao general Lino Oviedo, esperneou, disse que era um absurdo o presidente do Parlamento do bloco não poder entrar. Ele ainda argumentou que não representava o governo e que fora eleito diretamente pelo povo paraguaio, mas não adiantou e não pôde participar do encontro desta quinta-feira.
Vários representantes do Parlasul participaram do encontro, inclusive o brasileiro Dr. Rosinha, sem terem a entrada barrada.


Países do Mercosul decidem suspender Paraguai do bloco

Brasília - Os países do Mercosul decidiram suspender o Paraguai do bloco, mas sem a aplicação de sanções econômicas, disse o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. O ministro declarou ainda que o prazo de suspensão será definido pelos presidentes dos países do Mercosul na reunião marcada para amanhã, na cidade argentina de Mendoza.

Diplomatas envolvidos nas discussões sobre o Paraguai disseram que existe a possibilidade de que o Paraguai seja suspenso até as próximas eleições presidenciais, que devem ocorrer em abril do ano que vem. Na prática, o Paraguai não participaria também da próxima reunião do Mercosul que será em dezembro no Brasil, país que assume amanhã a presidência temporária do bloco, atualmente com a Argentina.

"O entendimento é com base no Protocolo de Ushuaia. No Artigo 5º existe uma primeira frase que fala na suspensão das participações nas reuniões e uma segunda que fale de direitos e obrigações. A decisão foi de nos mantermos na primeira frase, da suspensão", disse Patriota.
As declarações do ministro foram dadas durante um intervalo da reunião do Mercosul que contou com a participação dos ministros das Relações Exteriores do Brasil, da Argentina, do Uruguai e da Venezuela.

O Paraguai já havia sido excluído desse encontro, como havia sido anunciado logo após os questionamentos do bloco sobre o impeachment relâmpago do presidente Fernando Lugo.
"Lamentamos muito essa situação [de suspensão do Paraguai]. Tivemos 11 chanceleres [da Unasul] no Paraguai e destacamos que havia dúvidas sobre o processo [de destituição], com a falta de defesa do presidente Lugo. Isso levou a uma constatação de que não existe uma plena vigência democrática [no Paraguai]".

Segundo Patriota, os ministros do Mercosul entendem que o Paraguai não respeitou o chamado Protocolo de Ushuaia, assinado na década de 1990, pelos quatro países do bloco, incluindo o Paraguai, além do Chile e da Bolívia.
"O protocolo preconiza que a plena vigência democrática é uma condição essencial para o processo de integração. Então foi nesse sentido que se tomou a decisão de domingo passado [suspensão do Paraguai da reunião do Mercosul] e que se deverá se tomar a decisão amanhã [sobre o prazo de suspensão do país]", disse.

Patriota declarou ainda que, além da questão do Paraguai, os países do Mercosul deverão tratar da intensificação das relações com a China. Os presidentes devem aprovar declarações para fazer acordos com o país asiático.

Segundo o ministro, a questão sobre a maior aproximação com a China foi discutida entre autoridades das pastas de Relações Exteriores do Mercosul, da Bolívia, do Chile, além da Guiana, do Suriname e México.
Na última segunda-feira (25), o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, participou de reunião – por teleconferência de Buenos Aires e ao lado da presidenta Cristina Kirchner, da Argentina – com a presidenta Dilma Rousseff e o presidente José Mujica, do Uruguai.
"Há interesse em se retomar diálogo mais frequente e uma cooperação mais intensa [com a China]", disse Patriota.

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