Uma missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) vai ao Paraguai para avaliar a crise política no país e a condução do processo de impeachment de Fernando Lugo. O grupo será liderado pelo secretário-geral da entidade, José Miguel Insulza.
Insulza apresentará um relatório ao Conselho Permanente da OEA, formado por 35 nações, e a entidade deverá se posicionar sobre a situação do Paraguai. A data da viagem não foi anunciada. Será avaliada, ainda, a possibilidade de convocação de uma assembleia geral para tratar da crise no país.
A ida de Insulza não teve apoio unânime dos membros da OEA, que se reuniram hoje (26), por quase quatro horas, em uma sessão extraordinária em Washington para discutir o tema.
A Nicarágua, a Argentina e a Venezuela defenderam a suspensão do Paraguai do Conselho Permanente da OEA, alegando que Lugo foi julgado sumariamente pelos parlamentares e o direito de defesa do ex-presidente não foi respeitado plenamente. No último dia 22, a Câmara dos Deputados e o Senado do Paraguai aprovaram a destituição do ex-bispo católico, acusado de má gestão, em menos de 24 horas. O vice, Federico Franco, assumiu o governo.
Já o Brasil propôs que a OEA se posicionasse somente após reunião dos chefes de Estado da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), marcada para a próxima sexta-feira (29) em Mendoza, na Argentina. Segundo o representante brasileiro no organismo internacional, Breno Dias da Costa, muitos integrantes da OEA ainda estão divididos sobre a legalidade do impeachment de Lugo e seria prudente aguardar o resultado do encontro da Unasul, bloco formado por 12 países. “Não me parece lógico que essa organização tome uma decisão sem ouvir os países mais diretamente afetados pela situação no Paraguai”, disse.
Na sessão, o representante do Paraguai na OEA, embaixador Bernardino Saguier, defendeu a legitimidade do novo governo de Federico Franco e acusou o Brasil, a Argentina e o Uruguai de se aliarem para prejudicar seu país. O representante brasileiro repudiou a acusação.
O Mercosul decidiu suspender os paraguaios do bloco devido à forma e a rapidez com que o processo contra Lugo foi conduzido.
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