Pessoa
saudável tem 10 mil espécies de micro-organismos em si, diz estudo.
Projeto teve
participação de quase 80 instituições multidisciplinares.Um grupo de cientistas
anunciou nesta quarta-feira (13) a identificação do micro-bioma humano, ou seja,
dos trilhões de bactérias e vírus que povoam as diferentes partes do corpo, e
de seus genomas, e elaboraram o mapa com sua localização.
O Projeto do
Microbioma Humano, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (em
inglês NIH), anunciou os resultados da pesquisa em uma teleconferência
simultânea à publicação de artigos nas revistas "Nature" e
"PLoS", da Academia Americana de Ciências.
Do projeto,
participaram quase 80 instituições de pesquisa que trabalharam durante cinco
anos com um subsídio de US$ 153 milhões (R$ 316 milhões) do Fundo Comum do NIH.
O corpo
humano adulto e saudável abriga dez vezes mais micróbios do que células
humanas, e esse contingente inclui arqueobactérias, vírus, bactérias e
micróbios eucarióticos, cujo genoma, combinado, é muito maior que o genoma
humano.
Ao todo, uma
pessoa saudável tem cerca de 10 mil espécies diferentes de microorganismos
espalhadas pelo seu corpo.
'Como os
exploradores do século 15 que descreviam os contornos de um continente
recém-descoberto, os pesquisadores deste projeto empregaram uma nova estratégia
tecnológica para definir integralmente, pela primeira vez, o panorama microbial
normal do organismo humano', disse o diretor do NIH, Francis Collins.
Para definir
o microbioma humano normal, o grupo estudou 242 voluntários saudáveis (129
homens e 113 mulheres), dos quais obtiveram tecidos de 15 lugares do corpo
masculino e de 18 do corpo feminino. Foram tomadas até três mostras de cada
voluntário em lugares tais como vagina, boca, nariz, pele e intestino.
Os artigos
publicados proporcionam um panorama integral da diversidade dos micróbios em 18
lugares diferentes do corpo humano. Isso inclui genomas de referência de
milhares de micróbios cultivados relacionados com o anfitrião, através de 3,5
terabases de sequências metagenômicas, conjuntos e reconstruções metabólicas, e
um catálogos de mais de 5 milhões de genes de micróbios.
Os estudos
incluem a descrição de mudanças na composição de várias comunidades microbiais
em relação às condições específicas, por exemplo, o microbioma dos intestinos e
a doença de Crohn, a colite ulcerosa e o adenocarcinona de esôfago.
Outro estudo
se refere ao microbioma da pele e sua relação com a psoríase, a dermatite
atópica e a imunodeficiência. Há também um artigo que se refere ao microbioma
urogenital e sua vinculação com a história reprodutiva e sexual.
De acordo
com a gerente do programa, Lita Proctor, os humanos não têm todas as enzimas
necessárias para digerir a própria dieta. "Os micróbios em nosso corpo
decompõem grande parte das proteínas, lipídios e carboidratos da dieta e os
transformam em nutrientes que podemos absorver."
Além disso,
Lita destacou que os micróbios produzem compostos beneficentes como as
vitaminas e os antiinflamatórios que nosso próprio genoma não pode produzir.
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