Tiago Santiago e Reynaldo Boury Autor e diretor da novela "AMOR E REVOLUÇÃO" |
CIDADÃOS BRASILEIROS COMPROMETIDOS COM A VERDADEIRA DEMOCRACIA, COM A DEFESA DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS E COM O RESGATE DA MEMÓRIA HISTÓRICA DO BRASIL, TOMANDO CONHECIMENTO DE QUE A NOVELA “AMOR E REVOLUÇÃO”, ATUALMENTE VEICULADA PELO SBT (SISTEMA BRASILEIRO DE TELEVISÃO), TEM COMO OBJETIVO FINALIZAR SEUS CAPÍTULOS COM A PUBLICAÇÃO TELEVISIVA DE DEPOIMENTOS DOS TORTURADORES, TEMOS A CONSIDERAR E A EXIGIR O QUE SEGUE:
1) Consideramos que a história oficial que predominou no Brasil foi a “história” da versão oficiosa dos ditadores e todos aqueles que, de alguma forma, colaboraram para a sustentação do regime de opressão, seus torturadores, estupradores, assassinos e responsáveis pelo desaparecimento de pessoas, simplesmente porque se opunham à supressão das liberdades democráticas, permanecendo, até então, sem qualquer rastro oficial da destinação de seus restos mortais, negando às suas famílias o direito ao luto e à ciência da localização de seus entes queridos.
2) Na condição de vítimas do golpe de estado dado em 1964, integrantes do do povo brasileiro na luta pelo resgate da memória histórica, temos a prerrogativa de impedir que a perpetração da versão oficiosa dos ditadores continue se repetindo pelos meios de comunicação, pelos veículos de educação e pelos valores transmitidos às gerações que nos seguem.
3) Entendemos que os ditadores já trouxeram sua versão dos fatos relacionados ao período de crimes e arbitrariedades ao longo dos mais de 20 anos em que permaneceram no poder e pretendemos que este momento histórico e democrático que se instala no Brasil seja destinado às declarações dos oprimidos, privados de liberdade, sequestrados, torturados e calados pelo regime ditatorial, como fonte de resgate desta memória, até então não oficialmente registrada.
4) Diante da postura adotada pela Organização dos Estados Americanos junto à Organização das Nações Unidas, no sentido de que a tortura é um crime contra a humanidade, insuscetível de prescrição e anistia, inclusive veementemente cobrando do Brasil as medidas cabíveis para a apuração e punição destes fatos ocorridos entre 1.964 e 1985, entendemos pela necessidade da imediata, senão tardia, instalação da Comissão da Verdade.
5) Entendemos que esta Comissão da Verdade, com natureza institucional e oficial, deva refletir os anseios da sociedade brasileira em resgatar seu lamentável passado opressor, bem como registrar, para fontes de memória histórica, os fatos que ocorreram nos porões da ditadura militar, de forma ampla, transparente e com a participação de todos os interessados, espaço no qual os ditadores, torturadores e assassinos do regime ditatorial poderão livremente prestar seus depoimentos.
6) Nossa oposição à veiculação destas declarações através da novela “Amor e Revolução” nada tem com vingança ou pretensa censura, mas nos obrigamos a nos posicionar contra a transmissão destas ideias de forma ficcional, sem compromisso com a verdade e sujeita a edições e sínteses.
7) Entendemos que colher depoimentos no mesmo espaço televisivo de vítimas e algozes é, no mínimo, igualar situações diferenciadas. Enquanto os primeiros se insurgiram contra um regime totalitário e lutaram como voluntários, entregando as próprias vidas pelo ideal de liberdade e justiça, os segundos eram servidores públicos, remunerados pelo povo brasileiro para zelar pela proteção de nossas fronteiras, que se tornaram criminosos ao torturar, estuprar e até assassinar os opositores do regime, de forma que não podemos concordar que, hoje, após à instalação da redemocratização do Brasil, sejam equiparados em suas prerrogativas de falar sobre os fatos acontecidos naquele período.
ASSIM SENDO, pelos argumentos acima expostos, postulamos que os depoimentos dos ditadores e torturadores não sejam veiculados como conclusão da novela “Amor e Revolução” do SBT, senão pela dívida histórica que a sociedade brasileira tem para com aqueles que lutaram pela liberdade, ao menos pelo respeito à dor e ao sofrimento de todas as vítimas do regime ditatorial.
Esclarecemos que não pretendemos censurar o direito de expressão dos ditadores e torturadores nem impedi-los de qualquer manifestação, mas sim que tais depoimentos não concluam a novela “Amor e Revolução”, não partilhem o mesmo espaço midiático, para que não sejam equiparados à condição de heróis do golpe de Estado dado em 1.964, o que significaria mais uma injustiça em relação às vítimas que lutaram pela democracia no Brasil.
Ressaltamos que este abaixo-assinado se originou no grupo “Documento Ditadura” do Facebook/Brasil, o mesmo que, meses atrás, elaborou e circulou outro abaixo-assinado em defesa da permanência de “Amor e Revolução”, enquanto os ditadores se organizavam para censurar e impedir a transmissão da novela, o que atesta que nosso compromisso é com a verdade dos fatos históricos a serem resgatados por estes depoimentos.
O Povo brasileiro, até o presente momento, ainda não teve assegurado o acesso à integralidade dos documentos e arquivos do período ditatorial e permaneceu privado de ver os torturadores da ditadura civil-militar exemplarmente responsabilizados por seus crimes de lesa-humanidade, de tortura e assassinato, o que consideramos como afronta aos direitos mais elementares do ser humano.
Como defensores e guardiães da memória histórica do Brasil, requisitamos que todos os depoimentos gravados pela produção da referida novela sejam devidamente publicizados, NA ÍNTEGRA, em meios adequados de difusão de informações, a fim de que sejam registrados como fontes históricas de pesquisa sobre os fatos sombrios ocorridos no período da ditadura militar no Brasil.
2) Na condição de vítimas do golpe de estado dado em 1964, integrantes do do povo brasileiro na luta pelo resgate da memória histórica, temos a prerrogativa de impedir que a perpetração da versão oficiosa dos ditadores continue se repetindo pelos meios de comunicação, pelos veículos de educação e pelos valores transmitidos às gerações que nos seguem.
3) Entendemos que os ditadores já trouxeram sua versão dos fatos relacionados ao período de crimes e arbitrariedades ao longo dos mais de 20 anos em que permaneceram no poder e pretendemos que este momento histórico e democrático que se instala no Brasil seja destinado às declarações dos oprimidos, privados de liberdade, sequestrados, torturados e calados pelo regime ditatorial, como fonte de resgate desta memória, até então não oficialmente registrada.
4) Diante da postura adotada pela Organização dos Estados Americanos junto à Organização das Nações Unidas, no sentido de que a tortura é um crime contra a humanidade, insuscetível de prescrição e anistia, inclusive veementemente cobrando do Brasil as medidas cabíveis para a apuração e punição destes fatos ocorridos entre 1.964 e 1985, entendemos pela necessidade da imediata, senão tardia, instalação da Comissão da Verdade.
5) Entendemos que esta Comissão da Verdade, com natureza institucional e oficial, deva refletir os anseios da sociedade brasileira em resgatar seu lamentável passado opressor, bem como registrar, para fontes de memória histórica, os fatos que ocorreram nos porões da ditadura militar, de forma ampla, transparente e com a participação de todos os interessados, espaço no qual os ditadores, torturadores e assassinos do regime ditatorial poderão livremente prestar seus depoimentos.
6) Nossa oposição à veiculação destas declarações através da novela “Amor e Revolução” nada tem com vingança ou pretensa censura, mas nos obrigamos a nos posicionar contra a transmissão destas ideias de forma ficcional, sem compromisso com a verdade e sujeita a edições e sínteses.
7) Entendemos que colher depoimentos no mesmo espaço televisivo de vítimas e algozes é, no mínimo, igualar situações diferenciadas. Enquanto os primeiros se insurgiram contra um regime totalitário e lutaram como voluntários, entregando as próprias vidas pelo ideal de liberdade e justiça, os segundos eram servidores públicos, remunerados pelo povo brasileiro para zelar pela proteção de nossas fronteiras, que se tornaram criminosos ao torturar, estuprar e até assassinar os opositores do regime, de forma que não podemos concordar que, hoje, após à instalação da redemocratização do Brasil, sejam equiparados em suas prerrogativas de falar sobre os fatos acontecidos naquele período.
ASSIM SENDO, pelos argumentos acima expostos, postulamos que os depoimentos dos ditadores e torturadores não sejam veiculados como conclusão da novela “Amor e Revolução” do SBT, senão pela dívida histórica que a sociedade brasileira tem para com aqueles que lutaram pela liberdade, ao menos pelo respeito à dor e ao sofrimento de todas as vítimas do regime ditatorial.
Esclarecemos que não pretendemos censurar o direito de expressão dos ditadores e torturadores nem impedi-los de qualquer manifestação, mas sim que tais depoimentos não concluam a novela “Amor e Revolução”, não partilhem o mesmo espaço midiático, para que não sejam equiparados à condição de heróis do golpe de Estado dado em 1.964, o que significaria mais uma injustiça em relação às vítimas que lutaram pela democracia no Brasil.
Ressaltamos que este abaixo-assinado se originou no grupo “Documento Ditadura” do Facebook/Brasil, o mesmo que, meses atrás, elaborou e circulou outro abaixo-assinado em defesa da permanência de “Amor e Revolução”, enquanto os ditadores se organizavam para censurar e impedir a transmissão da novela, o que atesta que nosso compromisso é com a verdade dos fatos históricos a serem resgatados por estes depoimentos.
O Povo brasileiro, até o presente momento, ainda não teve assegurado o acesso à integralidade dos documentos e arquivos do período ditatorial e permaneceu privado de ver os torturadores da ditadura civil-militar exemplarmente responsabilizados por seus crimes de lesa-humanidade, de tortura e assassinato, o que consideramos como afronta aos direitos mais elementares do ser humano.
Como defensores e guardiães da memória histórica do Brasil, requisitamos que todos os depoimentos gravados pela produção da referida novela sejam devidamente publicizados, NA ÍNTEGRA, em meios adequados de difusão de informações, a fim de que sejam registrados como fontes históricas de pesquisa sobre os fatos sombrios ocorridos no período da ditadura militar no Brasil.
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Dag Vulpi