Postagem Dag Vulpi 28/04/2011[Ciência e Tecnologia]
O brasileiro gosta de ficar conectado à internet. Gasta, por exemplo, muitas horas em sites de relacionamentos. Em muitos deles, o país aparece entre os líderes em acesso e usuários. Isso mostra que o Brasil é um terreno fértil para os negócios com banda larga móvel.
Segundo pesquisa de uma empresa internacional especializada no desenvolvimento de serviços e produtos para o setor, 51% dos consumidores do serviço se conectam diariamente. O percentual é até um pouco superior à média de outros países onde o levantamento foi realizado, como Estados Unidos, Reino Unido e Austrália.
Há, porém, entraves para o avanço do setor, segundo a pesquisa. Os principais são os preços elevados do serviço --muito mais alto do que em outros países-- e a qualidade da conexão, considera lenta e instável pelos consumidores brasileiros.
Mesmo assim, vários participantes da conferência Digital-Life-Design Brasil, realizada na noite de segunda-feira (25), mostraram interesse em investir em negócios com internet e afins no país e relataram ações já em curso.
Segundo os participantes, são dois grandes filões: o comércio eletrônico e a criação de sites que gerem tráfego de internet. Outra oportunidade é "capturar" grupos de usuários nas redes sociais e desenvolver serviços e produtos para determinados nichos.
55% dizem que banda larga móvel é cara, diz pesquisa
A internet móvel em banda larga ainda engatinha no país, mas tem um elevado potencial de crescimento de usuários e de penetração graças ao "gosto" do brasileiro por ficar conectado, revelam dados de uma pesquisa encomendada pela Acision, empresa internacional especializada no desenvolvimento de serviços e produtos para o setor.
No Brasil, o serviço conta com 8 milhões de usuários e um dos problemas apontados para a expansão do setor é o preço da conexão --considerado elevado por 55% dos entrevistados.
Outro entrave que ainda coloca o país "na infância" da banda larga móvel é a qualidade. Para 75%, a velocidade de acesso e navegação é lenta e 68% dizem que a conexão é instável.
Para o alemão Rafael Steinhauser, diretor do Acision, a melhora na qualidade dos serviços e o consequente avanço no nível de satisfação dos clientes é indispensável para a banda larga móvel ganhar mercado no país.
Steinhauser diz ainda que sem a redução dos preços --mais baratos no exterior-- o serviço não ganhará mais usuários em classes de consumo de renda menor.
O executivo avalia, porém, que o potencial do setor no país "é muito grande". Isso porque, diz, os brasileiros têm grande apreço pela internet, demostrado, por exemplo, pelo fato de o país estar entre os líderes no número de usuários e o tráfego em sites de relacionamento como orkut e twitter.
CONEXÃO DIÁRIA
No Brasil, 51% dos consumidores de banda larga móvel se conectam diariamente --percentual próximo aos 50% da média outros países (EUA, Austrália, Reino Unido, Singapura e outros). O dados foram divulgados na conferência DLD (Digital-Life-Design) Brasil, um braço do World Economic Forum para as discussões da vida digital.
Segundo a pesquisa, porém, a preferência de conexão ainda é por banda larga fixa --77% dos usuários. Outros 30% utilizam modens móveis acoplados aos laptops.
O acesso por meio de telefones celulares corresponde a 16% --a soma dos três supera 100% porque os consumidores podem usar mais de uma meio para se conectar.
No Brasil, porém, a penetração do acesso a vídeos ainda é baixa: 26%, contra 37% nos demais países.
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Dag Vulpi