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• A gestão da
política fiscal protagonizada pelo governo Temer lançou sinais contraditórios
com relação à continuidade das políticas de austeridade. Para o curto prazo
definiu-se o “keynesianismo fisiológico” e para o longo prazo, a “austeridade
permanente”.
• O
afrouxamento da meta fiscal para 2016 e 2017 evidencia por um lado o
pragmatismo econômico e, por outro lado, hipocrisia dos que argumentam pela
austeridade e, simultaneamente, passam a defender um déficit primário recorde
no novo Governo.
• Como medida
de longo prazo, o governo Temer propõe estabelecer um “Novo Regime Fiscal” por
meio de uma proposta de emenda constitucional (PEC 241) que cria por 20 anos um
teto para crescimento das despesas públicas vinculado à inflação. Enquanto a
população e o PIB crescem, os gastos públicos ficam congelados.
• A proposta
apoia-se em argumentos falsos de que nações desenvolvidas usam regras
semelhantes. Desde 2011, membros da União Europeia estabeleceram um limite para
o crescimento da despesa associado à taxa de crescimento de longo prazo do PIB
e não em crescimento real nulo. Na maioria desses países já existe uma
estrutura consolidada de prestação de serviços públicos, diferentemente do
Brasil onde há muito maiores carências sociais e precariedades na
infraestrutura.
• Segundo nossas estimativas, a regra implicaria reduzir a despesa primária do governo federal
de cerca de 20% do PIB em 2016 para algo próximo de 16% do PIB até 2026 e de
12% em 2036.
•
Adicionalmente, para que o teto global da despesa seja cumprido – dado que
algumas despesas como os benefícios previdenciários tendem a crescer acima da
inflação - os demais gastos (como Bolsa Família e investimentos em
infraestrutura) precisarão encolher de 8% para 4% do PIB em 10 anos e para 3%
em 20 anos, o que pode comprometer o funcionamento da máquina pública e o
financiamento de atividades estatais básicas. Essa meta não parece ser
realista.
• A nova regra
não prevê nenhum mecanismo para lidar com crises econômicas ou outros choques.
Ao contrário, tende a engessar a política fiscal por duas décadas.
• Na verdade,
o que o novo regime se propõe a fazer é retirar da sociedade e do parlamento a
prerrogativa de moldar o tamanho do orçamento público, que passará a ser
definido por uma variável econômica (a taxa de inflação), e impor uma política
permanente de redução relativa do gasto público.
• Em suma,
trata-se da imposição de um projeto de país que dificilmente passaria no teste
de um pleito eleitoral, única forma de garantir sua legitimidade.
• Quem ganha?
Quem não quer financiar os serviços públicos por meio de impostos e o grande capital
que enxerga o Estado como concorrente quando esse ocupa setores que poderiam
ser alvo de lucros privados, como saúde e educação.
• Quem perde?
A população mais pobre, isto é, aqueles que são os principais beneficiários dos
serviços públicos. Além disso, aqueles que vislumbram uma sociedade mais justa
e igualitária.
Via http://brasildebate.com.br/
a Populaçao mais pobre ja vem perdendo a muito tempo...
ResponderExcluirdeixar como esta!
em quanto tempo o Brasil quebra?
Boa tarde meu caro Ivan Balbino.
ExcluirMais uma vez agradeço a sua participação no meu blog.
Você realmente faz essa leitura da economia brasileira, de que são a saúde e a educação que estariam "quebrando" o Brasil? Pois saiba que a PEC 241/55 trata exclusivamente de cortes de gastos nestas áreas. Será que a culpa da atual situação da economia brasileira de fato são os gastos com a saúde e a educação dos mais pobres? Se sim, você está com a razão.
Abração