Na 18ª fase da
operação, a Polícia Federal cumpre 11 mandados judiciais, incluindo a prisão
temporária de Alexandre Oliveira Correa Romano, ex-vereador do PT em Americana
(SP)
Com informações do site do Ministério Público Federal - 13/08/2015
Leia tudo sobre a operação lava jato aqui
A pedido da
Força-Tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal
cumpre, nesta quinta-feira, 13 de agosto, na 18ª fase da Operação Lava Jato, 11
mandados de busca e apreensão e a prisão temporária do advogado e ex-vereador
do PT em Americana (SP) Alexandre Oliveira Correa Romano. O objetivo é obter
novas provas sobre o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que gira em
torno de contratos milionários celebrados no âmbito do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MPOG).
Desde a última
fase da operação, foram reforçadas, com novas evidências, as suspeitas de
desvios milionários efetuados por empresas do Grupo Consist Software em
decorrência de contratos fechados com a anuência do MPOG. De acordo com as
apurações, essas empresas iniciaram os pagamentos ilegais após a celebração de
Acordo de Cooperação Técnica entre o MPOG, a Associação Brasileira de Bancos
(ABBC) e o Sindicato das Entidades Abertas de Previdência Privada (SINAPP). O objetivo
do acordo seria a disponibilização de serviços e software para gestão de margem
consignável em folha de pagamento.
Até agora, já
foi comprovado o repasse pelas empresas do Grupo Consist de cerca de R$ 50
milhões sob a falsa justificativa da prestação de serviços. Mais de 20% desse
valor foi repassado, entre os anos de 2011 e 2014, à empresa Jamp Engenheiros,
do operador Milton Pascowitch, e posteriormente destinados a João Vaccari Neto,
que então ocupava o cargo de tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT).
O restante dos
valores, segundo diversas notas fiscais apresentadas por Pablo Alejandro
Kipersmit, dirigente da Consist Software, foi transferido às empresas indicadas
pelo advogado Alexandre Romano. A partir de diligências efetuadas pela Polícia
Federal, já foi possível identificar que parte desses valores foram destinados
a empresas de fachada. Também figuraram como beneficiários desses depósitos
alguns escritórios de advocacia, um deles sediado em Curitiba (PR).
Apesar de o
representante da Consist ter afirmado em seu depoimento que esses valores
teriam sido transferidos como contraprestação de serviços prestados por Romano
e Pascowitch no interesse de contratos que a Consist assinou com instituições
bancárias para a gestão do sistema de pagamentos consignados do MPOG, não foi
encontrada nenhuma evidência nesse sentido. Ao contrário, o colaborador revelou
que somente intermediou tais pagamentos, a pedido de João Vaccari Neto, o qual
lhe informou que “o partido possuía um crédito junto a uma empresa [Consist] e
que vinha apresentando problemas com um intermediário anterior”.
Também chama
atenção o fato de que os depósitos continuaram sendo realizados por empresas do
Grupo Consist em favor da Jamp até o final de 2014 e em favor de empresas
indicadas por Alexandre Romano até julho de 2015.
O procurador
da República Roberson Pozzobon destaca que "a Lava Jato já apresentou
fortes provas de corrupção na Petrobras, na Caixa Econômica Federal e na
Eletronuclear. Há, agora, evidências de desvio multimilionário relacionado a
contratos do Ministério do Planejamento. Chama atenção o fato de que o
pagamento da propina ocorreu até mês passado, o que traduz uma crença absoluta
na impunidade, que caminha de mãos dadas com a corrupção”.
Para diminuir
a impunidade e tornar mais eficaz o combate à corrupção, o MPF lançou a
campanha "Dez Medidas contra a Corrupção". Saiba mais no sitewww.10medidas.mpf.mp.br.
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