terça-feira, 25 de agosto de 2015

Ibovespa sobe forte após estímulos na China


Um dia depois do crash chinês e queda brusca nas bolsas internacionais, Ibovespa opera em alta nesta terça-feira 25 seguindo a disparada global depois que a China deu os tão esperados estímulos à economia como o corte na taxa de compulsório e na taxa de empréstimos; às 12h17 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira subia 2,39%, a 45.395 pontos; Petrobras registrava alta de 5%

Por Ricardo Bomfim


SÃO PAULO - O Ibovespa opera em alta nesta terça-feira (25) seguindo a disparada das bolsas internacionais depois que a China deu os tão esperados estímulos à economia como o corte na taxa de compulsório e na taxa de empréstimos. As boas indicações do governo chinês fazem os índices norte-americanos Dow Jones e S&P 500 subirem 2,47% a 16.264 pontos e 2,63% a 1.943 pontos respectivamente, além de impulsionar commodities como o petróleo, com o barril do Brent registrando alta de 3,09% a US$ 44,01.

Às 12h17 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira subia 2,39%, a 45.395 pontos. Já o dólar comercial recua 0,50% a R$ 3,5346 na venda, ao mesmo tempo em que o dólar futuro para setembro registra perdas de 0,37% a R$ 3,547. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 recua 14 pontos-base a 13,95% ao passo que o DI para janeiro de 2021 cai 9 pbs a 13,81%. Ontem o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que a inflação terá forte queda.

No cenário doméstico o Senado começa a votar hoje as medidas da chamada agenda Brasil, testando trégua  política após entendimento entre o presidente do Congresso Renan Calheiros (PMDB-AL) e o governo. Enquanto isso, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) avalia ação contra Dilma, que admite erros após União anunciar corte de ministérios.

Indicadores O Brasil registrou déficit em transações correntes de US$ 6,163 bilhões em julho, informou o Banco Central nesta terça-feira, acumulando em 12 meses um saldo negativo equivalente a 4,34% do Produto Interno Bruto (PIB).  O resultado no mês veio melhor ao estimado por economistas consultados pela Reuters, que esperavam saldo negativo em julho de US$ 6,7 bilhões.

Já os Investimentos Diretos no País (IDP) - antiga denominação para Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) - alcançaram 5,994 US$ bilhões em julho, contra expectativa de 6 bilhões de dólares em pesquisa Reuters.

Também foi divulgada às 9h desta terça a Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio) Contínua, que mostrou um aumento da taxa de desemprego a 8,3% no segundo trimestre de 2015, ante 7,9% no primeiro trimestre deste ano. O número foi o maior da série histórica iniciada em 2012.

Destaques de ações Depois de caírem forte ontem, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,10, +4,60%; PETR4, R$ 8,08, +4,12%) disparam mais de 3% nesta terça. Após a forte queda de 6% ontem em meio ao cenário de pânico das bolsas mundiais com a China, a Petrobras voltou a registrar ganhos, também de olho nas novas medidas chinesas. Hoje, o dia é de recuperação para os mercados: o preço do barril de petróleo brent sobe 2,88%, a US$ 43,92, enquanto o WTI tem ganhos de 2,80, a US$ 39,31, o que impulsiona também as ações da estatal.

Petrobras sobe 5%, elétrica dispara 8% e 2 small caps saltam 20%

Após a derrocada de ontem em meio à falta de estímulos na China, fazendo com que a Bovespa voltasse aos níveis de 2009, hoje o dia é de forte alta para o benchmark da bolsa brasileira com o anúncio de novas medidas pelo gigante asiático. Papéis das empresas ligadas a commodities são as mais beneficiadas.

Com a euforia dos mercados por conta das medidas de estímulo chinês, apenas 2 ações do Ibovespa tem queda nesta manhã. Confira abaixo os principais destaques da Bolsa, segundo cotação das 12h24 (horário de Brasília):

Petrobras (PETR3, R$ 9,01, +3,56%; PETR4, R$ 8,02, +3,35%) Após a forte queda de 6% ontem em meio ao cenário de pânico das bolsas mundiais com a China, a Petrobras repica hoje e aparece entre as maiores altas do Ibovespa. Apesar do forte movimento positivo, a alta é mais amena do que na abertura, quando os papeís chegaram a subir 6%.

Hoje, o dia é de recuperação para os mercados: o preço do barril de petróleo brent sobe 2,88%, a US$ 43,92, enquanto o WTI tem ganhos de 2,80, a US$ 39,31, o que impulsiona também as ações da estatal.

Vale (VALE3, R$ 15,99, +3,83%, VALE5, R$ 12,70, +2,58%) e siderúrgicas Além da Petrobras, as ações da Vale reagem positivamente hoje depois de despencarem na véspera. Com as medidas adotadas pelo BC chinês, os ativos chegaram a subir mais de 5% nesta manhã. Acompanham o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 8,16, +2,26%), holding que detém participação na mineradora.

No mesmo caminho da Vale, as ações das siderúrgicas também têm alta hoje: Gerdau (GGBR4, R$ 4,77, +0,90%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,61, +1,16%), CSN (CSNA3, R$ 2,92, +3,18%) e Usiminas (USIM5, R$ 2,83, +2,91%).

No mercado de commodities, o minério de ferro cotado no porto de Qingdao, na China, encerrou a sessão com leve alta de 0,32%, a US$ 53,45 a tonelada - lembrando que quando o governo chinês anunciou as medidas a sessão já havia sido encerrada.

Hoje, o BTG Pactual divulgou um relatório comentando sobre o setor de siderúrgica, mineração e papel e celulose. Para o banco, Suzano, Fibria e Gerdau parecem mais interessantes agora, embora Gerdau sofra ainda com o cenário macroeconômico desafiador. Já em relação à Vale, os analistas comentam que o risco/retorno ainda não parece dos melhores (podendo surgir mais para frente um melhor ponto de entrada), mas lembraram que o corte de juros e compulsório na China deverão impulsionar os papéis do setor.

Além disso, sobre a Gerdau, a Standard and Poor's reafirmou os ratings 'BBB-' e 'brAAA' da siderúrgica em escala global e nacional. A perspectiva segue estável. Em comunicado, a S&P's afirmou que a reafirmação reflete a diversificação geográfica da siderúrgica, operação eficiente e amplo escopo de produtos e mercados finais da Gerdau, que resultaram em margens e fluxo de caixa resilientes, mesmo com uma demanda mais fraca por aço no Brasil.
Bancos Os papéis dos bancos sobem e ajudam a impulsionar o benchmark nesta sessão. O Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,67, +3,05%), Bradesco (BBDC3, R$ 25,34, +3,47%; BBDC4, R$ 23,47, +2,62%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 18,25, +1,78%) e Santander (SANB11, R$ 14,16, +1,14%) sobem forte depois de derrocada da véspera.

Gol (GOLL4, R$ 4,12, +3,78%) As ações da Gol tem alta hoje, acompanhando o dia de repique do mercado, depois de ter renovado na véspera mínima histórica. Na segunda-feira, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota da empresa na escala global e nacional, com perspectiva estável, citando enfraquecimento dos fundamentos da companhia por conta da deterioração macroeconômica.

Somente em agosto, as ações da Gol já caíram 30%, enquanto no ano desabam 71,9%. Por conta da forte queda, operadores do mercado já comentavam que a notícia da S&P não deveria fazer preço nas ações da companhia aérea.

Light (LIGT3, R$ 11,83%, +8,14%) A Light vê suas ações dispararem hoje após ter recomendação elevada pelo JPMorgan, de neutra para overweight (desempenho acima da média). A revisão veio após a companhia anunciar um plano de investir R$ 3,5 bilhões entre 2015 e 2018, representando um corte de 22%, ou R$ 1 bilhão, frente ao plano anterior, de R$ 4,5 bilhões entre 2014 e 2017. A expectativa da companhia é investir, anualmente, em média, R$ 865 milhões, patamar abaixo dos R$ 1,054 bilhão no ano passado.

Por outro lado, o Credit Suisse se manteve neutro no papel, apontando que ontem, no Investor Day da empresa, não foi apresentado nenhuma notícia muito relevante para os investidores ficarem mais animados com a perspectiva da empresa. Apesar da queda de 36% no ano, os analistas preferem se manter neutros, já que a alta a alta alavancagem, falta de geração de caixa e potencial revisao de lucro para baixo devem manter as ações sob pressão.

Lupatech (LUPA3, R$ 4,00, +21,21%) A fornecedora de equipamentos e serviços para o setor de óleo e gás Lupatech informou ter apresentado na segunda-feira seu plano de recuperação judicial, que estabelece termos e condições para a restruturação de suas dívidas e de suas subsidiárias e prevê a venda de ativos considerados não essenciais.

A companhia apresentou pedido de recuperação judicial no fim de maio, em conjunto com outras empresas do grupo e em caráter de urgência, uma vez que vem sendo afetada pelos menores preços do barril do petróleo e pelas turbulências envolvendo a Petrobras, sua principal cliente. O processo tramita perante a 1ª Vara de Falências, Recuperações Judiciais e Conflitos Relacionadas à Arbitragem da Comarca de São Paulo.


Triunfo (TPIS3, R$ 5,45, +18,48%)  As ações da Triunfo chegaram a disparar 30% nesta sessão, após a companhia informar hoje cedo que seu conselho de administração aprovou vender fatia de três controladas do segmento de energia Rio Verde Energia para a China Three Gorges Brasil Energia. O valor a ser pago pela CTG Brasil para a totalidade das três controladas é de R$ 970 milhões no fechamento.

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