Um dia depois
do crash chinês e queda brusca nas bolsas internacionais, Ibovespa opera
em alta nesta terça-feira 25 seguindo a disparada global depois que a China deu
os tão esperados estímulos à economia como o corte na taxa de compulsório e na
taxa de empréstimos; às 12h17 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa
brasileira subia 2,39%, a 45.395 pontos; Petrobras registrava alta de 5%
Por Ricardo
Bomfim
SÃO PAULO - O Ibovespa opera em alta nesta terça-feira
(25) seguindo a disparada das bolsas internacionais depois que a China deu
os tão esperados estímulos à economia como o corte na taxa de compulsório e na
taxa de empréstimos. As boas indicações do governo chinês fazem os índices
norte-americanos Dow Jones e S&P 500 subirem 2,47% a 16.264 pontos e 2,63%
a 1.943 pontos respectivamente, além de impulsionar commodities como o
petróleo, com o barril do Brent registrando alta de 3,09% a US$ 44,01.
Às 12h17
(horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira subia 2,39%, a 45.395
pontos. Já o dólar comercial recua 0,50% a R$ 3,5346 na venda, ao mesmo tempo
em que o dólar futuro para setembro registra perdas de 0,37% a R$ 3,547. No
mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 recua 14 pontos-base a
13,95% ao passo que o DI para janeiro de 2021 cai 9 pbs a 13,81%. Ontem o
presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que a inflação terá
forte queda.
No cenário
doméstico o Senado começa a votar hoje as medidas da chamada agenda Brasil,
testando trégua política após entendimento entre o presidente do
Congresso Renan Calheiros (PMDB-AL) e o governo. Enquanto isso, o TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) avalia ação contra Dilma, que admite erros após União
anunciar corte de ministérios.
Indicadores O
Brasil registrou déficit em transações correntes de US$ 6,163 bilhões em julho,
informou o Banco Central nesta terça-feira, acumulando em 12 meses um saldo
negativo equivalente a 4,34% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado
no mês veio melhor ao estimado por economistas consultados pela Reuters, que
esperavam saldo negativo em julho de US$ 6,7 bilhões.
Já os
Investimentos Diretos no País (IDP) - antiga denominação para Investimentos
Estrangeiros Diretos (IED) - alcançaram 5,994 US$ bilhões em julho, contra
expectativa de 6 bilhões de dólares em pesquisa Reuters.
Também foi
divulgada às 9h desta terça a Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio)
Contínua, que mostrou um aumento da taxa de desemprego a 8,3% no segundo
trimestre de 2015, ante 7,9% no primeiro trimestre deste ano. O número foi o
maior da série histórica iniciada em 2012.
Destaques de
ações Depois de caírem forte ontem, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,10,
+4,60%; PETR4, R$ 8,08, +4,12%) disparam mais de 3% nesta terça. Após
a forte queda de 6% ontem em meio ao cenário de pânico das bolsas mundiais com
a China, a Petrobras voltou a registrar ganhos, também de olho nas novas medidas
chinesas. Hoje, o dia é de recuperação para os mercados: o preço do barril
de petróleo brent sobe 2,88%, a US$ 43,92, enquanto o WTI tem ganhos de 2,80, a
US$ 39,31, o que impulsiona também as ações da estatal.
Petrobras sobe
5%, elétrica dispara 8% e 2 small caps saltam 20%
Após a
derrocada de ontem em meio à falta de estímulos na China, fazendo com que a
Bovespa voltasse aos níveis de 2009, hoje o dia é de forte alta para o
benchmark da bolsa brasileira com o anúncio de novas medidas pelo gigante
asiático. Papéis das empresas ligadas a commodities são as mais beneficiadas.
Com a euforia
dos mercados por conta das medidas de estímulo chinês, apenas 2 ações do
Ibovespa tem queda nesta manhã. Confira abaixo os principais destaques da
Bolsa, segundo cotação das 12h24 (horário de Brasília):
Petrobras
(PETR3, R$ 9,01, +3,56%; PETR4, R$ 8,02, +3,35%) Após a forte queda de 6%
ontem em meio ao cenário de pânico das bolsas mundiais com a China, a Petrobras
repica hoje e aparece entre as maiores altas do Ibovespa. Apesar do forte
movimento positivo, a alta é mais amena do que na abertura, quando os papeís
chegaram a subir 6%.
Hoje, o dia é
de recuperação para os mercados: o preço do barril de petróleo brent sobe
2,88%, a US$ 43,92, enquanto o WTI tem ganhos de 2,80, a US$ 39,31, o que
impulsiona também as ações da estatal.
Vale (VALE3,
R$ 15,99, +3,83%, VALE5, R$ 12,70, +2,58%) e siderúrgicas Além da Petrobras, as
ações da Vale reagem positivamente hoje depois de despencarem na véspera. Com
as medidas adotadas pelo BC chinês, os ativos chegaram a subir mais de 5% nesta
manhã. Acompanham o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 8,16, +2,26%),
holding que detém participação na mineradora.
No mesmo
caminho da Vale, as ações das siderúrgicas também têm alta hoje: Gerdau (GGBR4,
R$ 4,77, +0,90%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,61, +1,16%), CSN (CSNA3, R$
2,92, +3,18%) e Usiminas (USIM5, R$ 2,83, +2,91%).
No mercado de
commodities, o minério de ferro cotado no porto de Qingdao, na China, encerrou
a sessão com leve alta de 0,32%, a US$ 53,45 a tonelada - lembrando que quando
o governo chinês anunciou as medidas a sessão já havia sido encerrada.
Hoje, o BTG
Pactual divulgou um relatório comentando sobre o setor de siderúrgica,
mineração e papel e celulose. Para o banco, Suzano, Fibria e Gerdau parecem
mais interessantes agora, embora Gerdau sofra ainda com o cenário
macroeconômico desafiador. Já em relação à Vale, os analistas comentam que o
risco/retorno ainda não parece dos melhores (podendo surgir mais para frente um
melhor ponto de entrada), mas lembraram que o corte de juros e compulsório na
China deverão impulsionar os papéis do setor.
Além disso,
sobre a Gerdau, a Standard and Poor's reafirmou os ratings 'BBB-' e
'brAAA' da siderúrgica em escala global e nacional. A perspectiva segue
estável. Em comunicado, a S&P's afirmou que a reafirmação reflete a
diversificação geográfica da siderúrgica, operação eficiente e amplo escopo de
produtos e mercados finais da Gerdau, que resultaram em margens e fluxo de
caixa resilientes, mesmo com uma demanda mais fraca por aço no Brasil.
Bancos Os
papéis dos bancos sobem e ajudam a impulsionar o benchmark nesta sessão. O Itaú
Unibanco (ITUB4, R$ 26,67, +3,05%), Bradesco (BBDC3, R$
25,34, +3,47%; BBDC4, R$ 23,47, +2,62%), Banco do Brasil (BBAS3, R$
18,25, +1,78%) e Santander (SANB11, R$ 14,16, +1,14%) sobem forte depois
de derrocada da véspera.
Gol (GOLL4, R$
4,12, +3,78%) As ações da Gol tem alta hoje, acompanhando o dia de repique do
mercado, depois de ter renovado na véspera mínima histórica. Na segunda-feira,
a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota da
empresa na escala global e nacional, com perspectiva estável, citando
enfraquecimento dos fundamentos da companhia por conta da deterioração
macroeconômica.
Somente em
agosto, as ações da Gol já caíram 30%, enquanto no ano desabam 71,9%. Por conta
da forte queda, operadores do mercado já comentavam que a notícia da S&P
não deveria fazer preço nas ações da companhia aérea.
Light (LIGT3,
R$ 11,83%, +8,14%) A Light vê suas ações dispararem hoje após
ter recomendação elevada pelo JPMorgan, de neutra para overweight
(desempenho acima da média). A revisão veio após a companhia anunciar um plano
de investir R$ 3,5 bilhões entre 2015 e 2018, representando um corte de 22%, ou
R$ 1 bilhão, frente ao plano anterior, de R$ 4,5 bilhões entre 2014 e 2017. A
expectativa da companhia é investir, anualmente, em média, R$ 865 milhões,
patamar abaixo dos R$ 1,054 bilhão no ano passado.
Por outro
lado, o Credit Suisse se manteve neutro no papel, apontando que ontem, no
Investor Day da empresa, não foi apresentado nenhuma notícia muito relevante
para os investidores ficarem mais animados com a perspectiva da empresa. Apesar
da queda de 36% no ano, os analistas preferem se manter neutros, já que a alta
a alta alavancagem, falta de geração de caixa e potencial revisao de lucro para
baixo devem manter as ações sob pressão.
Lupatech
(LUPA3, R$ 4,00, +21,21%) A fornecedora de equipamentos e serviços para o setor
de óleo e gás Lupatech informou ter apresentado na segunda-feira seu plano de
recuperação judicial, que estabelece termos e condições para a restruturação de
suas dívidas e de suas subsidiárias e prevê a venda de ativos considerados não
essenciais.
A companhia
apresentou pedido de recuperação judicial no fim de maio, em conjunto com
outras empresas do grupo e em caráter de urgência, uma vez que vem sendo
afetada pelos menores preços do barril do petróleo e pelas turbulências
envolvendo a Petrobras, sua principal cliente. O processo tramita perante a 1ª
Vara de Falências, Recuperações Judiciais e Conflitos Relacionadas à Arbitragem
da Comarca de São Paulo.
Triunfo
(TPIS3, R$ 5,45, +18,48%) As ações da Triunfo chegaram a disparar 30%
nesta sessão, após a companhia informar hoje cedo que seu conselho de
administração aprovou vender fatia de três controladas do segmento de energia
Rio Verde Energia para a China Three Gorges Brasil Energia. O valor a ser pago
pela CTG Brasil para a totalidade das três controladas é de R$ 970 milhões no
fechamento.
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