sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Brasileiro desiste de apartamento de US$ 1,5 mi por lei da maconha do Uruguai

'Achei meio perigoso', diz ex-deputado federal Arnold Fioravante, que pretendia dar imóvel de presente aos netos

Divulgação
praia
Um ex-deputado brasileiro desistiu de comprar um apartamento de US$ 1,5 milhão (quase R$ 3,6 milhões) em Punta del Este, balneário de luxo localizado no Uruguai, após a país legalizar a produção e a venda da maconha. Arnold Fioravante, de 83 anos, cancelou o negócio depois de o governo do presidente José Pepe Mujica sancionar a medida em dezembro.
Frequentador da cidade uruguaia famosa por seus cassinos e praias, Fioravante contou ao iG que queria comprar o imóvel para presentear os netos. “Era um apartamento gostoso e pedi a uma imobiliária para mandar o preço. Nesse meio tempo, li qualquer coisa sobre a nova legislação uruguaia. O apartamento não é pra mim, mas para meus netos. Achei meio perigoso”, conta.
Na mensagem que enviou ao corretor desfazendo o negócio, o brasileiro disse que a maconha “é a porta para outras experiências com substâncias tóxicas” e expressou preocupação com as consequências da nova legislação. "Como no Brasil não temos educadores totalmente preparados para orientar os jovens sobre como lidar com as drogas, optei por não levar a minha família a um lugar onde essa experiência não é segura nem controlada ", escreveu.

Advogado, Fioravante foi deputado federal constituinte pelo extinto PDS (sucessor da Arena, partido que sustentou no Congresso a ditadura militar). Para ele, o debate sobre a legalização das drogas é caso encerrado. “Trabalhei com escola a vida inteira. Isso está sendo estimulado. Esse assunto não deveria nem ser tocado. Você vai ver quantos moços vão para o Uruguai experimentar”, especulou. O ex-deputado participou também da fundação das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e das Faculdades Tancredo Neves.
Uruguaio fuma maconha durante marcha a favor da legalização (10/12). Foto: Reuters
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Em Miami é diferente
A incursão no ramo imobiliário do exterior não foi a primeira de Fioravante. O advogado tem “há mais de 30 anos” um imóvel em Miami, nos EUA. É a cidade carimbada com o selo de miserável por um ranking da revista Forbes que usava como critério a vulnerabilidade ao tráfico de drogas, entre outros flagelos.
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Arnold Fioravante
“Não dá para comparar os controles americanos com os argentinos, brasileiros. Tem país de primeiro mundo na América Latina? Não tem. Não dá para comparar. O Brasil poderá um dia talvez (controlar o consumo de maconha), mas é um país muito grande. Não controla.”
Fioravante brincou ao ser indagado sobre a recente autorização para o uso recreativo da maconha no estado norte-americano do Colorado. “Colorado... até o nome é meio espanhol, não é? Eu daria uma orientação para que meus netos escolhessem um Estado mais americanizado”, receita.
“Só o termo recreativo é de uma imbecilidade tamanha. Por que ninguém fala de cachaça recreativa? Se você não tem controle hoje, que é proibido, como você vai ter controle quando é liberado?”

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