Apesar de o
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ter aprovado uma resolução que libera a
oficialização de casamentos homossexuais em todo o País, os casais que buscam
seus direitos nos cartórios do Rio de Janeiro não vêm conseguindo a
documentação. Os cartórios da capital fluminense encaminham os pedidos de
conversão de união estável para casamento civil à 1ª Vara de Registro Público
da capital - e o juiz Luiz Henrique Oliveira Marques não concede os registros.
O magistrado
não mudou sua atuação, que já era assim antes da resolução do CNJ. Procurado
pelo Terra, Marques não quis conceder entrevista. A corregedoria do
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro avalia a necessidade de editar um ato
normativo para que os cartórios cumpram a resolução sem a necessidade de
avaliação por parte de um magistrado.
A Associação
dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg-BR) informou que enviou
orientações de como deve ser cumprida a resolução do CNJ para as associações
regionais. Segundo a Anoreg-BR, não há necessidade de envio de pedido ao Poder
Judiciário para o registro do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
O Cartório da
4ª Circunscrição do Registro Civil das Pessoas Naturais, no Flamengo, afirmou
que a orientação recebida é de que os casais homossexuais que ainda não têm
nenhum tipo de documentação da união procurassem fazer diretamente o casamento.
Em caso de conversão de união estável para casamento, o processo é mais
demorado e depende ainda de envio do pedido para a 1ª Vara de Registro Público.
A mesma situação
foi verificada no cartório da 5ª Circunscrição (Botafogo) e no da 10ª
Circunscrição, no Meier. Os cartórios asseguram que, desde a manhã desta
sexta-feira, não estão mais enviando ao Poder Judiciário os pedidos diretos de
casamento civil - mas a conversão de união estável ainda precisa passar pela
confirmação do juiz, o que não tem acontecido.
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Dag Vulpi