terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Brasil não precisa de novas escolas de medicina, mas de mais vagas de residência médica, diz CFM

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d'Ávila, defendeu hoje (11) que o governo passe a investir na abertura de mais vagas em residência médica e não na ampliação de escolas e cursos de medicina. “Há uma falsa polêmica entre quantidade e qualidade. A preocupação, mais que o número, é a qualidade do ensino”, avaliou.
Em junho deste ano, o Ministério da Educação anunciou o Plano de Expansão da Educação em Saúde, voltado para regiões consideradas prioritárias, que prevê o aumento em 10% do número de vagas existentes em cursos de medicina.
Atualmente, o país conta com uma média de 1,9 médico para cada mil habitantes. O governo defende que o índice ideal seria 2,5. Durante coletiva de imprensa, o presidente do CFM lembrou que algumas localidades como o Distrito Federal chegam a registrar médias superiores a 6 médicos para cada mil habitantes, mas não oferecem boa assistência à população.

“Há uma percepção popular de que falta médico no país. Não é verdade. Faltam médicos no serviço público, onde não há carreira, estímulos, progressão. Os médicos trabalham em condições adversas, sem material”, disse. “Ninguém quer trabalhar nessas condições em lugar nenhum no mundo”, completou.
Sobre a abertura de instituições para o ensino da medicina, d'Ávila destacou que a maioria das novas escolas não tem corpo docente ou estrutura para aulas práticas, como cadáveres e hospitais. “É uma falácia e uma irresponsabilidade. O que precisamos é de médicos bons e bem formados”, avaliou.
Dados do CFM indicam que o Brasil conta com 197 escolas médicas, algumas com dois ou três cursos distintos. Em todo o país há 208 cursos de medicina. Ainda segundo o conselho, nos Estados Unidos, há 137 escolas de medicina, mesmo com uma população superior à brasileira.
“Temos médicos suficientes. Eles estão mal distribuídos, concentrados no Sul e no Sudeste. A ideia de abrir escolas no interior não é de todo ruim, mas tem que ter qualidade. Precisamos da abertura de vagas de residência médica, que é o que prepara os especialistas. O que fixa o médico é a residência. A escola não fixa”, destacou.
Atualmente, cerca de 14 mil médicos se formam todos os anos no Brasil, mas o país registra apenas 7 mil vagas de residência médica.


Conselho Federal defende mudanças na avaliação de cursos e alunos de medicina

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d'Ávila, defendeu hoje (11) avaliação continuada dos cursos de graduação de medicina, e não apenas ao final do curso – como ocorre atualmente. Para ele, a avaliação precisa ser menos teórica e mais prática, com provas de habilidades e não apenas de múltipla escolha.
Ao comentar os resultados da prova realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), d'Ávila defendeu ainda que, além dos alunos, as instituições de ensino também sejam avaliadas. “O exame deve ser mais bem elaborado, deve acontecer ao longo do curso e deve avaliar a escola também”, disse.
Na semana passada, o Cremesp informou que mais da metade dos alunos recém-formados em medicina no estado foram reprovados no exame. A prova foi realizada em novembro deste ano e é obrigatória a todos os formandos de São Paulo.
A prova do Cremesp contou com 120 questões objetivas que abrangem problemas comuns da prática médica, de diagnóstico, tratamento e outras situações, em nove áreas básicas: clínica médica, clínica cirúrgica, pediatria, ginecologia, obstetrícia, saúde mental, epidemiologia, ciências básicas e bioética.
Dos 2.411 participantes, 54,5% acertaram menos de 60% da prova, ou seja, menos de 71 das 120 questões. O exame contou com a presença de 2.525 estudantes das 28 escolas médicas paulistas que funcionam há mais de seis anos. Cento e quatorze provas foram invalidadas.
“Esse exame é o retrato da realidade. É uma inferência de que alguma coisa vai mal”, destacou o presidente do CFM. “Defendemos um teste de progresso e uma avaliação da escola, como pré-requisito para exercer a profissão”, concluiu.
( Agência Brasil)

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