Após ser citada em voto do relator,
presidente disse serem necessários esclarecimentos sobre declarações
Para Gilmar Mendes, depoimente de Dilma 'vale como todos os outros' |
Em novo sinal da tensão que envolve o
Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) por causa do julgamento do
mensalão, o ministro Gilmar Mendes criticou nesta terça-feira, 25, a
decisão da presidente Dilma Rousseff de divulgar uma nota oficial após ter sido
citada na semana passada no julgamento da ação penal 470. "O depoimento
dela vale como todos os outros. Não é assim que se diz na República?",
indagou Mendes.
"Imagine se cada vez que um
tribunal tiver de se debruçar sobre depoimentos tiver de buscar a interpretação
autêntica do depoente. Imagina o que vai representar isso", disse o
ministro para jornalistas. "Vocês imaginam quantos depõem na CPMI,
inquéritos policiais, perante o juiz e agora alguém diz que o que o relator
disse não é exatamente. Isso vai anular o julgamento?", questionou.
"Isso é apenas um acidente nesse processo", disse o ministro depois
de participar de uma sessão de julgamento nas turmas do STF.
Na semana passada, ao sustentar a tese
de que ocorreu compra de votos no Congresso, o relator do processo, Joaquim
Barbosa, citou depoimento dado por Dilma em 2009 à Justiça no qual ela afirmou
que ficou surpresa com a rapidez na votação do marco regulatório do setor
elétrico.
Na época do depoimento, Dilma era
ministra chefe da Casa Civil. Mas no primeiro governo do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva tinha ocupado o Ministério de Minas e Energia. No
julgamento, Joaquim Barbosa defendeu a punição de políticos acusados de
envolvimento no esquema, como Roberto Jefferson, que foi o delator do mensalão.
Um dia depois ter sido mencionada por
Joaquim Barbosa, Dilma Rousseff soltou uma nota dizendo que eram necessários
alguns esclarecimentos para eliminar quaisquer dúvidas sobre as declarações.
Ela também afirmou que as relações entre o Executivo e o Judiciário são
marcadas pelo absoluto respeito. Alvo da resposta de Dilma, o ministro relator
esquivou-se de comentar a nota presidencial.
É de uma burrice ASNAL esta presidente.
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