segunda-feira, 21 de maio de 2018

Ao desistir de viagem pela Ásia, Temer gasta R$ 1,7 milhão



Valores incluem passagens, seguro-viagem, multas por desistência e diárias da equipe que já havia se deslocado para preparar a visita oficial.

A mudança de planos do presidente Michel Temer, que desistiu na véspera da visita que faria a países asiáticos no início deste mês, custou ao menos R$ 800 mil aos cofres públicos. Foi a segunda vez que a viagem foi cancelada na última hora. A primeira foi em janeiro, quando o governo já havia gastado R$ 900 mil com os preparativos. Somadas, as duas desistências consumiram R$ 1,7 milhão.

Os valores incluem passagens, seguro-viagem, multas por desistência e diárias da equipe que já havia se deslocado para preparar a visita oficial do presidente brasileiro. A comitiva presidencial era estimada em cerca de 30 pessoas.

Em janeiro, o cancelamento da viagem se deu, de acordo com informações do Palácio do Planalto, por recomendação médica. No fim do ano passado, o presidente passou por procedimentos cirúrgicos para desobstrução da uretra e o longo período dentro do avião preocupava a equipe médica.

Desta vez, a justificativa dada pelo governo foi a de que Temer preferiu permanecer no Brasil por causa de votações importantes que ocorreriam no Congresso, como a proposta de remanejamento de verbas orçamentárias. A viagem do presidente, que começaria no dia 7 e iria até o dia 14, previa visitas a quatro países - Cingapura, Tailândia, Indonésia e Vietnã.

A decisão de Temer de ficar no País aconteceu no momento em que as investigações sobre o Decreto dos Portos começava a avançar sobre seus familiares. Na mesma semana da viagem, uma das filhas de Temer, Maristela, prestou depoimento no inquérito - do qual o emedebista é alvo - que apura suspeitas de corrupção em empresas que atuam no Porto de Santos.

De acordo com os investigadores, uma reforma realizada na casa da filha do presidente pode ter sido utilizada para lavar dinheiro de propina destinada ao emedebista. Temer nega irregularidades na edição do decreto. Por meio de nota, o Planalto informou que não há relação entre as investigações e o cancelamento da viagem.

Procurado para comentar os gastos, o governo disse não ter feito as contas e sugeriu que o cálculo está superestimado. "Muitos dos gastos poderão ser reaproveitados ou reembolsados, como pagamentos de diárias de hotéis", afirmou o Palácio do Planalto, em nota.

"A viagem cancelada pelo presidente foi substituída por ida do ministro das Relações Exteriores à região."

Segundo o Itamaraty, o cancelamento das viagens não afetou a relação do Brasil com os países que seriam visitados.

Parceria

Apesar das desistências de Temer, o Brasil tenta estreitar relações com países asiáticos. O Itamaraty já começou um trabalho para fortalecer as relações com os países da região, para além de parceiros tradicionais, como Japão e China.

O chanceler Aloysio Nunes faz um giro pelo continente desde a semana passada. O roteiro inclui China, Coreia do Sul, Indonésia, Japão, Cingapura, Tailândia e Vietnã.

O ponto alto será o lançamento oficial das negociações do acordo Mercosul-Coreia do Sul, nesta quarta-feira. A iniciativa, que causa preocupação em segmentos da indústria nacional por causa da perspectiva de maior concorrência com produtos de tecnologia produzidos naquele país, faz parte do esforço do bloco sul-americano em buscar novas parcerias comerciais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sábado, 19 de maio de 2018

Dirceu chora antes de ser preso e reforça que não fará delação


Ele foi condenado a 30 anos e 9 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa

Preso desde ontem (18), no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, o ex-ministro José Dirceu continua rechaçando com veemência a possibilidade de delação premiada.

Ele foi condenado a 30 anos e 9 meses de prisão, por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Na quinta-feira (17), teve seus últimos recursos negado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que já havia se posicionado a favor da execução da pena, após o desfecho do caso em segunda instância. A ordem de prisão foi dada pela 13ª Vara Federal.

Apesar da volta para o presídio, de acordo com informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, Dirceu diz que nunca considerou a chance de delatar. “No Exército Vermelho [da antiga União Soviética] tinha um ditado: para ser covarde, é preciso ter coragem. Porque os traidores eram sumariamente eliminados pelo comissário político na frente de batalha”, afirmou. 

“Eu fui formado numa geração em que a delação é a perda da condição humana. A maioria [das pessoas presas na ditadura] não delatou nem mesmo sob torturas que as destruíam psicologicamente, fisicamente. Muitas ficaram com sequelas e carregam até hoje aqueles tormentos, como é o caso da própria [ex] presidente Dilma”, completou.

Antes de ser preso, o ex-ministro enviou mensagens de WhatsApp a amigos, demonstrando estar firme e forte diante da situação. Em conversa com alguns aliados, no entanto, chegou a chorar, ainda conforme a colunista.

O petista foi preso preventivamente, em agosto de 2015, mas teve habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em maio de 2017. No período em que esteve solto, terminou sua biografia, que será lançada pela Geração Editorial.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Sitio de Atibaia: FHC será ouvido como testemunha de defesa de Lula



Ex-presidente prestará depoimento sobre sítio de Atibaia

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vai prestar depoimento como testemunha de defesa de Lula, no próximo dia 28, dentro das investigações sobre o sítio de Atibaia. Ele será ouvido por meio de videoconferência, a partir de São Paulo.

As audiências referentes ao inquérito foram retomadas na semana passada. Entre as pessoas ouvidas pelo juiz Sérgio Moro estão o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e o ex-ministro do governo petista Gilberto Carvalho.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu no processo, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na denúncia, o Ministério Público Federal (MPF) acusa o petista de estruturar, orientar e comandar esquema ilícito de pagamento de propina em benefício de partidos, políticos e funcionários públicos.

A força-tarefa da Lava Jato sustenta ainda que Lula, quando era presidente, nomeou diretores da Petrobras para praticar crimes em benefício das empreiteiras Odebrecht e OAS. Em troca, recebeu propina das construtoras de forma disfarçada por meio de obras feitas no sítio. O ex-presidente nega as acusações.

Segundo o portal G1, foram arroladas mais de 130 pessoas pelas defesas dos réus. A ex-presidente Dilma Rousseff também prestará depoimento, no dia 25 de junho, também por videoconferência, a partir de Porto Alegre.

Ministros do TSE avaliam impugnar 'de ofício' candidatura de Lula



Receio é de que o PT consiga postergar impasse sobre o assunto até as vésperas da eleição e a Corte fique sem condições técnicas para retirar da urna o nome e a foto do ex-presidente.

Após condenação em segunda instância, a 12 anos e um mês de prisão, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

A sentença, proferida pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), levou o petista à prisão, no dia 7 de abril. Desde então, ele ocupa uma "sala especial", na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR).

Com isso, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a decisão sobre impugnar, ou não, a candidatura do petista à Presidência da República. O PT, por enquanto, segue defendendo o nome de Lula e rechaça qualquer plano B.

O objetivo, conforme o blog do Gerson Camarotti, no portal G1, é postergar uma decisão sobre o assunto, a fim de transferir o máximo de votos para um possível substituto de Lula na corrida ao Planalto e, dessa forma, tentar levá-lo ao segundo turno.

Embora o PT negue oficialmente, o nome mais cogitado é o do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. "É claro que há conversas. Só que não podemos cogitar isso oficialmente, seria burrice. Além de deixar Lula vulnerável, seria um tiro contra nós mesmos. Hoje, Lula é nosso principal cabo eleitoral", admitiu um senador petista, pedindo anonimato.

As estratégias pensadas pelo partido e pela defesa do ex-presidente estariam preocupando os ministros da Corte Eleitoral, que já começam a discutir, nos bastidores, soluções para evitar a indefinição do cenário até setembro.

O receio é de que, restando apenas um mês para as eleições, o TSE fique sem condições técnicas para retirar da urna eletrônica o nome e a foto de Lula, ainda que o candidato do PT venha a ser outro.

"Convém à democracia que uma pessoa sabidamente inelegível prossiga a sua propaganda eleitoral e fique na urna"?, questiona o ministro Admar Gonzaga, sem fazer referência ao ex-presidente.

Para evitar essa situação, alguns ministros do TSE cogitam até mesmo tomar uma decisão "de ofício", o que significa não esperar a contestação da candidatura por um partido ou pelo Ministério Público.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Calendário da candidatura de Lula será lançado hoje pelo PT



Partido pretende alternar entre grandes eventos e pequenas reuniões.

Preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, o ex-presidente Lula terá o calendário de sua candidatura lançado nesta quarta-feira (16) pelo PT.

Uma das principais ideias do partido, segundo a Folha de S. Paulo, é promover eventos de diferentes portes, incluindo encontros em pequenas cidades nos quais representantes da sigla conversam com a população sentados em um banquinho, usando megafone.

De acordo com pesquisa divulgada pelo instituto MDA na segunda-feira (16), Lula lidera a corrida presidencial com 32% dos votos, seguido por Jair Bolsonaro, com 17%. O deputado federal assume a liderança no cenário sem Lula, com 18%, que tem Marina Silva (11%) e Ciro Gomes (9%) na segunda e terceira colocações, respectivamente.

Fachin manda abrir inquérito para investigar repasses da J&F ao MDB



Segundo a PGR, cerca de R$ 40 milhões foram doados a integrantes do partido, entre eles Renan Calheiros, Romero Jucá e Eunício Oliveira.

Após a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedir investigação de repasses no valor de R$ 40 milhões a integrantes do MDB, feitos pelo grupo J&F, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou abertura de inquérito, nesta terça-feira (15).

De acordo com a denúncia, o dinheiro foi repassado para a campanhas eleitorais da legenda em 2014, a pedido do PT, para garantir a aliança entre os partidos.

Segundo a procuradora-geral, Raquel Dodge, as suspeitas constam nas delações premiadas do ex-senador Sérgio Machado, que presidiu a Transpetro, e do ex-executivo da J&F Ricardo Saud.

"Chegou ao conhecimento dele que o Grupo JBS faria doações à bancada do Senado do PMDB de R$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de reais), a pedido do Partido dos Trabalhadores - PT, para as eleições do ano de 2014", disse Machado. "Seriam contemplados por esta referida doação os seguintes parlamentares: RENAN CALHEIROS, JADER BARBALHO, ROMERO JUCÁ, EUNÍCIO DE OLIVEIRA, VITAL DO REGO, EDUARDO BRAGA, EDISON LOBÃO, VALDIR RAUPP, ROBERTO REQUIÃO, dentre outros", afirma, em outro trecho do depoimento, ainda conforme a PGR.

Já Ricardo Saud, segundo denúncia da procuradoria, "afirmou que houve pagamento na ordem de R$ 46 milhões de reais a senadores do PMDB a pedido do PT". "Segundo ele, apesar de diversas doações terem sido realizadas de forma oficial, tratava-se de vantagem indevida, uma vez que dirigentes do PT estariam comprando o apoio de peemedebistas para as eleições de 2014 como forma de assegurar a aliança entre os partidos. Segundo o colaborador, este direcionamento tinha por objetivo manter a unidade do PMDB, já que havia, á época, risco de ruptura, com a perspectiva de integrantes do partido passarem a apoiar formalmente a campanha de Aécio Neves à Presidência da República", diz Raquel Dodge no pedido de inquérito.

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Dag Vulpi

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