Ele
foi condenado a 30 anos e 9 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro
e associação criminosa
Preso
desde ontem (18), no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, o
ex-ministro José Dirceu continua rechaçando com veemência a possibilidade de
delação premiada.
Ele
foi condenado a 30 anos e 9 meses de prisão, por corrupção, lavagem de dinheiro
e associação criminosa. Na quinta-feira (17), teve seus últimos recursos negado
pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que já havia se
posicionado a favor da execução da pena, após o desfecho do caso em segunda
instância. A ordem de prisão foi dada pela 13ª Vara Federal.
Apesar
da volta para o presídio, de acordo com informações da colunista Mônica
Bergamo, da Folha de São Paulo, Dirceu diz que nunca considerou a chance de
delatar. “No Exército Vermelho [da antiga União Soviética] tinha um ditado:
para ser covarde, é preciso ter coragem. Porque os traidores eram sumariamente
eliminados pelo comissário político na frente de batalha”, afirmou.
“Eu
fui formado numa geração em que a delação é a perda da condição humana. A
maioria [das pessoas presas na ditadura] não delatou nem mesmo sob torturas que
as destruíam psicologicamente, fisicamente. Muitas ficaram com sequelas e
carregam até hoje aqueles tormentos, como é o caso da própria [ex] presidente
Dilma”, completou.
Antes
de ser preso, o ex-ministro enviou mensagens de WhatsApp a amigos, demonstrando
estar firme e forte diante da situação. Em conversa com alguns aliados, no
entanto, chegou a chorar, ainda conforme a colunista.
O
petista foi preso preventivamente, em agosto de 2015, mas teve habeas
corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em maio de 2017. No
período em que esteve solto, terminou sua biografia, que será lançada pela
Geração Editorial.