segunda-feira, 16 de novembro de 2015

20ª fase da Lava Jato: Novos mandados são executados contra funcionários da Petrobras


A pedido do MPF e da PF, a 13ª Vara de Curitiba determinou buscas, conduções coercitivas e prisão temporária para apurar crimes de funcionários da Petrobras, como corrupção e lavagem, na aquisição de Pasadena e na contratação de navios-sonda

16/11/2015 - com informações do site oficial do MPF
Foram cumpridos hoje, 16 de novembro, mandados de busca e apreensão, de condução coercitiva e de prisão temporária, para apurar crimes de corrupção e lavagem cometidos por funcionários e ex-funcionários da Petrobras. A operação foi batizada de "Corrosão" pela Polícia Federal (PF).
 
São investigados Luis Carlos Moreira da Silva, Rafael Mauro Comino, Cezar de Souza Tavares, Aurélio Telles, Agosthilde Monaco e Carlos Roberto Barbosa, por haver provas de terem recebido propinas na compra da Refinaria de Pasadena, localizada no Texas, Estados Unidos. Há também evidências que indicam que Luis Carlos Moreira da Silva, Rafael Mauro Comino e Cezar de Souza Tavares corromperam-se para que a contratação dos navios-sonda Vitória 10.000 e Petrobras 10.000 fosse concretizada. Glauco Colepicolo Legatti é investigado por ter recebido propina em contratos da Petrobras para a construção da Refinaria Abreu e Lima. Por fim, há evidências de que Roberto Gonçalves corrompeu-se na diretoria de serviços e na Sete Brasil.
 
Refinaria de Pasadena - Conforme já amplamente divulgado pela imprensa, a aquisição da Refinaria de Pasadena ocasionou prejuízo estimado de US$ 792 milhões à Petrobras. Além de ser obsoleta e de estar em péssimo estado de conservação, essa refinaria não possuía capacidade para processar o óleo marlim, produzido pela Petrobras. 

De acordo com as informações fornecidas por réus colaboradores, a aquisição dos primeiros 50% da Refinaria de Pasadena foi concretizada a partir do pagamento de vantagens indevidas em favor de vários ex-funcionários da Petrobras. Além de Luis Carlos Moreira da Silva, Rafael Mauro Comino, Cezar de Souza Tavares, Aurélio Telles, Agosthilde Monaco e Carlos Roberto Barbosa, há evidências de que os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró também se beneficiaram com o recebimento de vantagens indevidas. 

Segundo revelado pelo colaborador Fernando Soares, o pagamento da vantagem indevida foi realizado pela empresa Astra Oil, que repassou a quantia de US$ 15 milhões a fim de que Soares transferisse o montante de propina prometido a cada um dos agentes públicos envolvidos. Ainda de acordo com Fernando Soares, os pagamentos das propinas foram realizados no exterior, em contas a ele fornecidas por Luís Carlos Moreira.

 
Navio-sonda -
 Na Ação Penal nº 5072727-59.2014.404.7000, foi comprovado o pagamento de propinas à Diretoria da Área Internacional da Petrobras em contratos de fornecimento de navios-sonda, tendo sido condenadas as pessoas de Julio Camargo, Nestor Cerveró e Fernando Soares. A partir das medidas cautelares agora deferidas, será possível apurar a participação de outras pessoas em tais fatos.
 
Refinaria do Nordeste - O pagamento de propinas para a construção da Refinaria Abreu e Lima (RNEST, também conhecida como Refinaria do Nordeste) foi o primeiro fato ocorrido na Petrobras que apareceu na Lava Jato. A investigação agora expande-se para outra pessoa sobre a qual pesa evidência do envolvimento nos crimes. 

Glauco Colepicolo Legatti é empregado da Petrobras e ex-gerente geral de empreendimentos da RNEST. Há indicativos de que recebeu, das mãos do criminoso colaborador Shinko Nakandakari, propinas no valor de R$ 400 mil nos anos de 2013 e 2014 para que facilitasse a aprovação de aditivos contratuais que favorecessem a empreiteira Galvão Engenharia. Legatti é investigado também pela prática de ilícitos em contratos celebrados pela Petrobras com as empreiteiras Odebrecht e Alusa para execução de obras na RNEST. Dentre as pessoas que o visitaram em seu local de trabalho na Petrobras, está Bernardo Schiller Freiburghaus. Freiburghaus é operador financeiro e réu em ação penal da Operação Lava Jato e é acusado de ter sido o responsável pela abertura das contas em nome de off-shores para Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras, e de ter intermediado os pagamentos de propina da Odebrecht para ele.
 
Diretoria de Serviços e Sete Brasil - As investigações já colheram muitas provas de pagamentos de propinas em favor da Diretoria de Serviços e da Sete Brasil. Como um desdobramento das apurações, a investigação alcançou Roberto Gonçalves, empregado da Petrobras e sucessor de Pedro Barusco no cargo de gerente executivo de engenharia. Preso temporariamente hoje, ele foi nominado por colaboradores como destinatário de propinas, primeiro por sua atuação na diretoria de serviços em favor de empreiteiras cartelizadas e, posteriormente, em razão de contratos celebrados pela Sete Brasil com estaleiros para a construção e operação de 28 sondas. 

Segundo o colaborador Ricardo Pessoa, sócio da UTC, sua empresa efetuou o pagamento de cerca de R$ 5 milhões a Ricardo Gonçalves em razão do contrato celebrado pela Petrobras com o Consórcio TUC para execução de obras no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). Há evidências de que Ricardo Gonçalves recebeu ainda cerca de US$ 1,6 milhão em contas na Suíça, em pagamentos intermediados pelo operador financeiro colaborador Mário Góes.


Demitido após 18 anos na Globo News, Sidney Rezende critica jornalismo feito por colegas


Trechos da última coluna que Sidney publicou em seu blog: "Há uma má vontade dos colegas que se especializaram em política e economia. A obsessão em ver no Governo o demônio, a materialização do mal, ou o porto da incompetência, está sufocando a sociedade e engessando o setor produtivo. (...) O Governo acumula trapalhadas e elas precisam ser noticiadas na dimensão precisa. Da mesma forma que os acertos também devem ser publicados. E não são. Eles são escondidos. (...) Uma trupe de jornalistas parece tão certa de que o impedimento da presidente Dilma Rousseff é o único caminho possível para a redenção nacional que se esquece do nosso dever principal, que é noticiar o fato, perseguir a verdade." Leia na íntegra:

Nas últimas duas décadas, Sidney Rezende construiu uma carreira respeitada no Rio de Janeiro. Dedicado como poucos à profissão, conquistou espaços importantes em rádio, com sua atuação constante na CBN; na TV, onde era um dos âncoras mais destacados da Globo News, além de apresentador de telejornais da TV Globo; e, também, na Internet, onde foi um dos desbravadores do potencial oferecido pelo web jornalismo

Mas tudo isso não foi suficiente para mantê-lo na emissora onde estava há quase 20 anos.

Leia também: New York Times diz que a Globo é a TV que ilude o Brasil

Em reportagem publicada no Diário do Centro do Mundo, o articulista Kiko Nogueira escreveu uma introdução, antes de mostrar aos leitores a bombástica coluna de Sidney:

"Chega de notícias ruins": a sinceridade da última coluna de um apresentador da Globo 

É certo que a Globo News está realizando o que se chama eufemisticamente de "reestruturação" - aka, demitindo. No mês passado, foi o apresentador Eduardo Grillo, que trabalhava no canal desde o início, em 1996.

Agora chegou a vez de Sidney Rezende, que integrava o estafe há 18 anos. "Ao dar a notícia de que o contrato não seria renovado, Ali Kamel, diretor de jornalismo e esporte, fez questão de enaltecer para Sidney Rezende a sua qualidade profissional e o excelente desempenho dele nos muitos anos que trabalhou para a TV Globo", diz um comunicado oficial publicado no dia 13 (sexta).

Também é certo que a última coluna que Rezende escreveu em seu blog, datada de 12 de novembro, é intitulada "Chega de Notícias Ruins". Poderia ser endereçada a praticamente todo o time de articulistas da Globo.

Ei-la:

Em todos os lugares que compareço para realizar minhas palestras, eu sou questionado: "Por que vocês da imprensa só dão 'notícia ruim'?"

O questionamento por si só, tantas vezes repetido, e em lugares tão diferentes no território nacional, já deveria ser motivo de profunda reflexão por nossa categoria. Não serve a resposta padrão de que "é o que temos para hoje". Não é verdade. Há cinismo no jornalismo, também. Embora achemos que isto só exista na profissão dos outros.

Os médicos se acham deuses. Nós temos certeza!

Há uma má vontade dos colegas que se especializaram em política e economia. A obsessão em ver no Governo o demônio, a materialização do mal, ou o porto da incompetência, está sufocando a sociedade e engessando o setor produtivo.

O "ministro" Delfim Netto, um dos mais bem humorados frasistas do Brasil, disse há poucas semanas que todos estamos tão focados em sermos "líquidos" que acabaremos "morrendo afogados". Ele está certo.

Outro dia, Delfim estava com o braço na tipoia e eu perguntei: "o que houve?". Ele respondeu: "está cada vez mais difícil defender o governo".

Uma trupe de jornalistas parece tão certa de que o impedimento da presidente Dilma Rousseff é o único caminho possível para a redenção nacional que se esquece do nosso dever principal, que é noticiar o fato, perseguir a verdade, ser fiel ao ocorrido e refletir sobre o real e não sobre o que pode vir a ser o nosso desejo interior. Essa turma tem suas neuroses loucas e querem nos enlouquecer também.

O Governo acumula trapalhadas e elas precisam ser noticiadas na dimensão precisa. Da mesma forma que os acertos também devem ser publicados. E não são. Eles são escondidos. Para nós, jornalistas, não nos cabe juízo de valor do que seria o certo no cumprimento do dever.

Se pesquisarmos a quantidade de boçalidades escritas por jornalistas e "soluções" que quando adotadas deram errado daria para construir um monumento maior do que as pirâmides do Egito. Nós erramos. E não é pouco. Erramos muito.

Reconheço a importância dos comentaristas. Tudo bem que escrevam e digam o que pensam. Mas nem por isso devem cultivar a "má vontade" e o "ódio" como princípio do seu trabalho. Tem um grupo grande que, para ser aceito, simplesmente se inscreve na "igrejinha", ganha carteirinha da banda de música e passa a rezar na mesma cartilha. Todos iguaizinhos.

Certa vez, um homem público disse sobre a imprensa: "será que não tem uma noticiazinha de nada que seja boa? Será que ninguém neste país fez nada de bom hoje?". Se depender da imprensa brasileira, está muito difícil achar algo positivo. A má vontade reina na pátria.

É hora de mudar. O povo já percebeu que esta "nossa vibe" é só nossa e das forças que ganham dinheiro e querem mais poder no Brasil. Não temos compromisso com o governo anterior, com este e nem com o próximo. Temos responsabilidade diante da nação.

Nós devemos defender princípios permanentes e não transitórios.

Para não perder viagem: por que a gente não dá também notícias boas?

Taí uma boa pergunta, cuja resposta Rezende sabe.

New York Times diz que a Globo é a TV que ilude o Brasil


Um artigo publicado no jornal New York Times, e reproduzido por aqui no site UOL, é de causar constrangimento a todo brasileiro mais crítico. Nele, Vanessa Bárbara revela com contundente precisão o quanto a TV Globo historicamente interfere no cotidiano de um país que figura entre os de mais baixa qualificação de ensino do planeta. Lembrar que William Bonner comparou o telespectador médio de TV do país com Homer Simpson chega a ser obrigatório.

Gigante da mídia cativa os telespectadores com novelas vazias e comentários ineptos no noticiário.

Vanessa Barbara, no International New York Times, via UOL em São Paulo

No ano passado, a revista "The Economist" publicou um artigo sobre a Rede Globo, a maior emissora do Brasil. Ela relatou que "91 milhões de pessoas, pouco menos da metade da população, a assistem todo dia: o tipo de audiência que, nos Estados Unidos, só se tem uma vez por ano, e apenas para a emissora detentora dos direitos naquele ano de transmitir a partida do Super Bowl, a final do futebol americano".

Esse número pode parecer exagerado, mas basta andar por uma quadra para que pareça conservador. Em todo lugar aonde vou há um televisor ligado, geralmente na Globo, e todo mundo a está assistindo hipnoticamente.

Sem causar surpresa, um estudo de 2011 apoiado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou que o percentual de lares com um aparelho de televisão em 2011 (96,9) era maior do que o percentual de lares com um refrigerador (95,8) e que 64% tinham mais de um televisor. Outros pesquisadores relataram que os brasileiros assistem em média quatro horas e 31 minutos de TV por dia útil, e quatro horas e 14 minutos nos fins de semana; 73% assistem TV todo dia e apenas 4% nunca assistem televisão regularmente (eu sou uma destes últimos).

Entre eles, a Globo é ubíqua. Apesar de sua audiência estar em declínio há décadas, sua fatia ainda é de cerca de 34%. Sua concorrente mais próxima, a Record, tem 15%.

Assim, o que essa presença onipenetrante significa? Em um país onde a educação deixa a desejar (a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico classificou o Brasil recentemente em 60º lugar entre 76 países em desempenho médio nos testes internacionais de avaliação de estudantes), implica que um conjunto de valores e pontos de vista sociais é amplamente compartilhado. Além disso, por ser a maior empresa de mídia da América Latina, a Globo pode exercer influência considerável sobre nossa política.
Um exemplo: há dois anos, em um leve pedido de desculpas, o grupo Globo confessou ter apoiado a ditadura militar do Brasil entre 1964 e 1985. "À luz da História, contudo", o grupo disse, "não há por que não reconhecer, hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais do período que decorreram desse desacerto original".

Com esses riscos em mente, e em nome do bom jornalismo, eu assisti a um dia inteiro de programação da Globo em uma terça-feira recente, para ver o que podia aprender sobre os valores e ideias que ela promove.

A primeira coisa que a maioria das pessoas assiste toda manhã é o noticiário local, depois o noticiário nacional. A partir desses, é possível inferir que não há nada mais importante na vida do que o clima e o trânsito. O fato de nossa presidente, Dilma Rousseff, enfrentar um sério risco de impeachment e que seu principal oponente político, Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, está sendo investigado por receber propina, recebe menos tempo no ar do que os detalhes dos congestionamentos. Esses boletins são atualizados pelo menos seis vezes por dia, com os âncoras conversando amigavelmente, como tias velhas na hora do chá, sobre o calor ou a chuva.

A partir dos talk shows matinais e outros programas, eu aprendi que o segredo da vida é ser famoso, rico, vagamente religioso e "do bem". Todo mundo no ar ama todo mundo e sorri o tempo todo. Histórias maravilhosas foram contadas de pessoas com deficiência que tiveram a força de vontade para serem bem-sucedidas em seus empregos. Especialistas e celebridades discutiam isso e outros assuntos com notável superficialidade.

Eu decidi pular os programas da tarde -a maioria reprises de novelas e filmes de Hollywood- e ir direto ao noticiário do horário nobre.

Há dez anos, um âncora da Globo, William Bonner, comparou o telespectador médio do noticiário "Jornal Nacional" a Homer Simpson -incapaz de entender notícias complexas. Pelo que vi, esse padrão ainda se aplica. Um segmento sobre a escassez de água em São Paulo, por exemplo, foi destacado por um repórter, presente no jardim zoológico local, que disse ironicamente "É possível ver a expressão preocupada do leão com a crise da água".

Leia também: JN omite notícias importantes enquanto audiência despenca

Assistir à Globo significa se acostumar a chavões e fórmulas cansadas: muitos textos de notícias incluem pequenos trocadilhos no final ou uma futilidade dita por um transeunte. "Dunga disse que gosta de sorrir", disse um repórter sobre o técnico da seleção brasileira. Com frequência, alguns poucos segundos são dedicados a notícias perturbadoras, como a revelação de que São Paulo manteria dados operacionais sobre a gestão de águas do Estado em segredo por 25 anos, enquanto minutos inteiros são gastos em assuntos como "o resgate de um homem que se afogava causa espanto e surpresa em uma pequena cidade".

O restante da noite foi preenchido com novelas, a partir das quais se pode aprender que as mulheres sempre usam maquiagem pesada, brincos enormes, unhas esmaltadas, saias justas, salto alto e cabelo liso. (Com base nisso, acho que não sou uma mulher.) As personagens femininas são boas ou ruins, mas unanimemente magras. Elas lutam umas com as outras pelos homens. Seu propósito supremo na vida é vestir um vestido de noiva, dar à luz a um bebê loiro ou aparecer na televisão, ou todas as opções anteriores. Pessoas normais têm mordomos em suas casas, que são visitadas por encanadores atraentes que seduzem donas de casa entediadas.

Duas das três atuais novelas falam sobre favelas, mas há pouca semelhança com a realidade. Politicamente, elas têm uma inclinação conservadora. "A Regra do Jogo", por exemplo, tem um personagem que, em um episódio, alega ser um advogado de direitos humanos que trabalha para a Anistia Internacional visando contrabandear para dentro dos presídios materiais para fabricação de bombas para os presos. A organização de defesa se queixou publicamente disso, acusando a Globo de tentar difamar os trabalhadores de direitos humanos por todo o Brasil.

Apesar do nível técnico elevado da produção, as novelas foram dolorosas de assistir, com suas altas doses de preconceito, melodrama, diálogo ruim e clichês.

Mas elas tiveram seu efeito. Ao final do dia, eu me senti menos preocupada com a crise da água ou com a possibilidade de outro golpe militar -assim como o leão apático e as mulheres vazias das novelas.


* Vanessa Barbara é uma colunista do jornal "O Estado de São Paulo" e editora do site literário "A Hortaliça".

domingo, 15 de novembro de 2015

Autoridades divulgam novo balanço de ataques em Paris: 129 mortos e 352 feridos


Balanço divulgado agora há pouco pelas autoridades francesas informa que os atentados de sexta-feira em Paris fizeram 129 mortos e 352 feridos, 99 dos quais estão em estado grave.

O balanço foi divulgado em entrevista coletiva pele procurador de Paris, François Molins, que acrescentou que “sete terroristas morreram durante a sua ação criminosa”, seis dos quais homens-bomba. Um deles já foi “formalmente identificado”, disseram as autoridades.

As primeiras conclusões da investigação sugerem que “pelo menos três equipes” de terroristas perpetraram os atentados. Eles usaram vários veículos, um dos quais com placa da Bélgica e alugado por um francês. Em dos ataques, o casa de shows Bataclan, onde morreram pelo menos 89 pessoas, os terroristas gritaram frases relativas à Síria e ao Iraque.

Nos seis ataques, foram contabilizadas várias centenas de disparos de calibre 7,62 mm, segundo o procurador, que indicou que os atacantes utilizaram metralhadoras ‘kalashnikov’.

Molins confirmou que foi encontrado um passaporte sírio junto ao corpo de um dos atacantes que perpetraram o ataque ao Estádio de France. Também confirmada foi a informação de que um dos terroristas foi identificado como sendo um cidadão francês, de 30 anos, residente em Courcouronnes, nos arredores de Paris, e conhecido das autoridades por pequenos delitos cometidos entre 2004 e 2006.

As autoridades detiveram hoje de manhã três pessoas, uma das quais na fronteira entre a França e a Bélgica.

Hezbollah, Hamas e Jihad Islâmica condenam ataques do Estado Islâmico em Paris


O grupo xiita libanês Hezbollah e os movimentos palestinos Hamas, no poder na Faixa de Gaza, e Jihad Islâmica condenaram neste sábado (14) os atentados de ontem (13) à noite em Paris. Os ataques foram reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, condenou “os ataques feitos pelos terroristas criminosos do Daesh em Paris", e expressou solidariedade para com o povo francês.  Nasrallah disse que o Médio Oriente também está a sofrer "o terremoto" dos grupos jihadistas, referindo-se aos ataques suicidas registrados há dois dias em Beirute que mataram 40 pessoas.

Bassem Naim, chefe do conselho para as relações internacionais do Hamas, também condenou os “atos de agressão e barbárie” e manifestou a expectativa da França poder regressar “à paz e à estabilidade”.

Nafez Azzam, membro da Comissão Política da Jihad Islâmica, condenou o que chamou de “crime contra inocentes” e “mensagem de ódio”, lembrando que “o Islã recusa matanças indiscriminadas”. A Jihad Islâmica tem como objetivo a criação de um Estado palestino e a destruição de Israel e é baseada na capital da Síria, Damasco.

Tanto o Hamas como a Jihad Islâmica são considerados organizações terroristas por Israel, União Europeia e Estados Unidos e têm sido frequentemente comparados pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ao Estado Islâmico.

Os terroristas do Estado Islâmico que atacaram vários pontos na capital francesa na sexta-feira (13)  fizeram pelo menos 129 mortos e mais de 350 feridos.

“Somos todos franceses”, diz Dilma em carta a François Hollande

A presidenta Dilma Rousseff enviou neste sábado (14) uma carta de solidariedade ao presidente da França, François Hollande, depois dos ataques que mataram pelo menos 128 e deixaram 300 feridos, dos quais 80 em estado grave, na noite desta sexta-feira (13) em Paris. No texto, a presidenta repudia os atos terroristas, classificando-os como “covardes“.

“Recebi com profunda consternação a notícia dos covardes atentados terroristas. Neste momento de choque e tristeza, os corações e mentes dos brasileiros estão com os feridos e as famílias das vítimas fatais“, diz o documento.

Dilma ainda expressa solidariedade ao povo e governo da França e “condena esses atentados de forma veemente”.

“Estou certa de que a nação francesa saberá enfrentar com altivez e determinação esse momento difícil, e dele sairá mais forte e coesa”, afirma.

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

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