A noção de que
a inflação é um fenômeno nocivo é bastante comum na ciência econômica.
Porém, a maioria dos livros-texto subestima a extensão desse mal, pois todos
eles definem inflação muito limitadamente como sendo uma duradoura redução no
poder de compra do dinheiro. Ademais, eles prestam escassa atenção às
formas concretas de inflação. Para compreendermos a natureza destruidora
da inflação em sua totalidade, é necessário termos em mente que ela se origina
de uma violação das regras fundamentais da sociedade.
Inflação é o
que ocorre quando as pessoas aumentam a oferta monetária por meio de fraude,
imposição ou quebra de contrato. Invariavelmente, ela gera três
conseqüências características: (1) ela beneficia os perpetradores à custa de
todos os outros usuários do dinheiro; (2) ela permite a acumulação de dívidas
além do nível que as dívidas poderiam atingir no livre mercado; e (3) ela reduz
o poder de compra do dinheiro para um nível menor do que aquele que
prevaleceria no livre mercado.
Embora essas
três consequências sejam ruins o bastante, as coisas ficam muito piores quando
a inflação é estimulada e promovida pelo estado (inflação por decreto). A
inflação criada pelo governo é contínua, e, como resultado, podemos observar a
formação de instituições e hábitos especificamente criados
pela inflação. Assim, a inflação monetária criada monopolisticamente pelo
governo gera uma mácula cultural e espiritual na sociedade humana. A
seguir, vamos analisar mais detidamente alguns aspectos desse legado.