terça-feira, 16 de agosto de 2011

Dilma tem habilidade política para 69,6% dos brasileiros

A presidente Dilma Rousseff é considerada hábil politicamente para 69,6% dos brasileiros. É o que revela a pesquisa CNT/Sensus, divulgada nesta terça-feira (16). O levantamento também detectou que, para 73,2%, a presidente Dilma tem capacidade administrativa.

De acordo com os dados, 16,9% acreditam que Dilma não tem capacidade administrativa, 7,3% acreditam que ela é mais ou menos hábil e 2,6% não souberam responder. Já em relação à capacidade política, 18,4% acreditam que ela não tem habilidade política, 9,3% acham que ela é mais ou menos hábil e 2,8% não responderam.

A pesquisa da CNT/Sensus é a primeira feita pelo instituto durante o governo da presidente Dilma. O levantamento foi feito com 2.000 pessoas, em 136 municípios de 24 Estados, entre os dias 7 e 12 de agosto. A margem de erro é de 2,2 pontos para mais ou para menos.

A pesquisa também questionou os entrevistados sobre as denúncias de corrupção em três ministérios do governo Dilma. De acordo com o levantamento, 40,4% dos entrevistados acompanham as denúncias de corrupção, 25,3% ouviram falar e 32,1% não têm acompanhado e não ouviram falar.


Ainda sobre as denúncias, 79,2% aprovam as medidas adotadas pela presidente Dilma, 13,6% desaprovam e 7.2% não responderam.

Especificamente sobre a crise no Ministério dos Transportes, 62,9% dos entrevistados acham que a crise afeta a imagem da presidente Dilma, 6,8% acreditam que afeta um pouco, 25,7% acham que não afeta e 4,5% não sabem, ou não responderam. A maior parte dos entrevistados, ou 66,3%, acha que a crise nos Transportes não foi solucionada. 11,7% acreditam que já foi solucionada e 14% que foi solucionada em parte.

Gabrielli: ingerência política é intrínseca ao mercado

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou hoje que a existência de ingerência política é intrínseca à cadeia do petróleo. Questionado sobre o assunto durante o seminário "Os novos desafios do pré-sal", realizado hoje pelo Grupo Estado, o executivo sinalizou que a mesma situação é enfrentada pelas principais petrolíferas globais, como Exxon, Shell, BP e Chevron, entre outras. "Alguém acha que alguma empresa de petróleo grande não tem ingerência política?", disse. "Há sim, porque faz parte da natureza do petróleo", complementou.
Essa intervenção é vista principalmente nas "grandes decisões" das companhias, explicou Gabrielli. Após a declaração, o executivo defendeu os investimentos da Petrobras em diversas áreas e a política de integração, com exploração e refino associadas. "Se olharmos a história da Exxon, da Shell, elas caminharam como a Petrobras está caminhando. Elas são empresas integradas", ressaltou. "No caso da Exxon, o refino é tão importante quanto o upstream. No caso da Shell, o gás é mais importante do que o petróleo", exemplificou.
Gabrielli destacou ainda que o retorno sobre o capital empregado pelas empresas integradas, em comparação com os índices de empresas que apenas ou apenas produzem petróleo, é maior quando observado um cenário de 20 anos. "No petróleo, a integração adiciona valor", afirmou o executivo, que considera os investimentos da Petrobras na construção de novas refinarias a "descoberta de um novo pré-sal", em alusão à nova fronteira de exploração na costa brasileira.
Petróleo e gás
Após o evento, Gabrielli revelou que o governo brasileiro deverá apresentar uma política industrial específica para a cadeia de petróleo e gás. "Vai vir uma política para o setor. Virá e deve ser boa", afirmou, evitando dar detalhes do que está sendo analisado pelo governo federal em parceria com a estatal.
Segundo o executivo, as medidas recentes anunciadas pelo governo "caminham em uma direção positiva", disse. Gabrielli ainda sinalizou que o governo tem uma preocupação específica com a cadeia de fornecedores. "É uma questão fundamental para o País, que precisa desenvolver sua cultura nacional. O governo está absolutamente alinhado com essa posição e está fazendo uma política nesta linha", complementou.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Assinaturas para proposta popular de reforma política começam a ser coletadas

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Com cerca de 60 entidades empenhadas, é necessário arrecadar mais de um milhão de assinaturas para ser apresentada à Câmara dos Deputados e tramitar como projeto de lei no Congresso.



Começam a ser coletas as assinaturas para o preparo de uma Proposta de Lei de Iniciativa Popular, para fazer a reforma política no Brasil. Mais de 60 entidades estão empenhadas e querem aproveitar a Marcha das Margaridas que espera reunir em Brasília, na próxima quarta-feira, 17, cerca de 70 mil mulheres.

Serão necessárias mais de 1 milhão de assinaturas para ser apresentada à Câmara dos Deputados e tramitar como projeto de lei no Congresso. A Constituição Federal exige que a iniciativa popular seja subscrita por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional e que essas assinaturas sejam distribuídas pelo menos por cinco estados. Além disso, a proposta tem que contar com o apoio de 0,3% dos eleitores de cada um desses estados.

Reunidas no Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, as entidades trazem a proposta com conceitos que vão desde a simplificação do trâmite das iniciativas populares, até o polêmico financiamento público exclusivo de campanha, uma forma considerada fundamental pelas entidades para combater a corrupção, os chamados “caixa 2 e os abusos de poder econômico durante as eleições. A criação do veto popular é outra novidade, usado para quando a população discordar de uma lei aprovada pelo Parlamento.

Nesse caso, o veto popular terá que seguir o mesmo rito da coleta de assinaturas da iniciativa popular, previsto atualmente pela Constituição Federal, e depois a proposta terá que ser submetida a um referendo.

Mudanças nos partidos políticos e o fim das votações secretas no Poder Legislativo são outros aspectos abordados na plataforma. Outro ponto que deve ser examinado para evitar o troca-troca de legenda por parte dos políticos é o que trata da fidelidade partidária. A plataforma propõe que “os cargos eletivos não sejam propriedade particular de cada eleito”. A troca de partido, sem motivação programática, de acordo com a proposta, deve repercutir com a “perda automática do mandato”.

O aumento de prazo de filiação partidária também deve mudar. Atualmente sendo de um ano, deve aumentar para quatro anos, no caso de político que tenha perdido o mandato por infidelidade partidária.

Agência Brasil 


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO E A LUTA POR VERDADE E JUSTIÇA EM FOZ DO IGUAÇU

A partir de 2007, iniciou-se um debate no Brasil sobre o tema da “Justiça de Transição”, conceito aplicado pelo Conselho de Segurança da ONU que reúne quatro práticas para lidar com o legado deixado por regimes de exceção. São elas: a reforma das instituições para a democracia, o direito à memória e à verdade, o direito à reparação e o adequado tratamento jurídico aos crimes cometidos no passado.
O que se debate hoje no País é que tortura e desaparecimento forçado são crimes de lesa-humanidade, imprescritíveis. Não podem ser objeto de anistia ou autoanistia. A Lei de Anistia brasileira, promulgada em 1979 (ou seja, ainda sob a égide do regime militar, existente entre 1964 e 1985), impune ao mesmo tempo as vítimas da ditadura e os responsáveis pelos crimes de tortura e desaparecimento forçado.
O Brasil é o único país da América Latina que ainda não julgou criminalmente quem torturou e matou. Ao longo de 21 anos de regime autoritário, vicejou aqui um sistema repressivo estimado em 24 mil agentes que, devido a razões políticas, prendeu cerca de 50 mil brasileiros e torturou algo em torno de 20 mil pessoas - uma média de três torturas a cada dia de ditadura.
Somente com o desgaste cada vez maior da ditadura, e o movimento desencadeado pelos Comitês Brasileiros de Anistia é que o general João Batista Figueiredo promulgou a Lei de Anistia em 28 de agosto de 1979. Porém, essa lei que concedeu anistia aos opositores do regime, também anistiou os agentes da ditadura que prenderam, torturaram, mataram e ocultaram cadáveres. Com isso ficou decretado que não seriam investigadas as violações aos direitos humanos cometidas ao longo do regime totalitário. 
Essa autoanistia promulgada pela ditadura trouxe prejuízos ao processo da justiça de transição e a obtenção de uma “verdade histórica” referente aos fatos ocorridos durante o regime de exceção e a construção de um regime com princípios e valores democráticos.
Entre as normas fundamentais para a concretização da Justiça de Transição estão as que devem contribuir para o esclarecimento da verdade sobre as violações praticadas durante o período ditatorial. Ao mesmo tempo, outros fundamentos da Justiça de Transição devem ajudar na construção de parâmetros para a reforma das instituições que cuidam da justiça e da segurança pública e, finalmente devem incentivar políticas públicas de educação para a memória, com o objetivo de conscientizar a “cultura do nunca mais”.
Vale salientar que regime que sucedeu à ditadura está longe de ter princípios e valores democráticos. Por não ter posto em prática nos anos 80 a Justiça de Transição a sociedade brasileira caminha a passos lentos na construção de um País com princípios e valores democráticos, visto além do institucional, com preceitos humanísticos nas relações entre o Estado e a população. Ainda perdura entre nós a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais, a descriminalização e o preconceito em vários sentidos, a ação policial pautada pela cultura do “pau-de-arara”, a abordagem policial estilo brucutu e a execução sumária praticada pelas polícias e justificadas nos boletins na forma de auto de resistência.
A violência policial no Brasil é reflexo da ineficiência do processo de transição. Segundo especialistas, entre os quais Juan Faroppa, consultor da Corte Interamericana de Direitos Humanos, “as forças policiais têm uma missão insubstituível para o funcionamento do sistema democrático”. Faroppa ressalta a existência de policias militares no Brasil como resquício do regime militar. A letalidade da polícia brasileira também assusta.

Essas violações foram herdadas do período ditatorial, quando membros da oposição foram assassinados na tortura e os agentes da repressão política faziam constar nos boletins que os mesmos haviam resistido à prisão. As violações aos direitos humanos na atualidade é conseqüência de uma democratização não resolvida, onde os criminosos de ontem são homenageados com nomes de ruas, praças, escolas e outros espaços públicos. Justiça de Transição é rever e reescrever, trazendo à luz os crimes de ontem, condenando os criminosos de ontem, para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça.
Aqui em Foz do Iguaçu um grupo composto por pessoas conscientes
dessa situação tomou a iniciativa de colocar essa discussão na ordem do dia.
Para tanto, este grupo está organizando uma série de atos públicos, entre os quais um dia de protesto às homenagens prestadas aos criminosos de ontem em nossa cidade. Vamos dizer em alto e bom som que o marechal Castelo Branco, o general Costa e Silva e o general Costa Cavalcanti, violentaram os direitos fundamentais da pessoa humana.      
As jornadas que irão culminar com a ação de protesto contra a nominação de espaços públicos homenageando os criminosos de ontem é um esforço iguaçuense de um construir permanente de uma sociedade democrática, onde os direitos humanos sejam respeitados em sua plenitude.
Aluízio Palmar – Jornalista

Taques faz palestra sobre ‘Reforma Política’

O senador Pedro Taques (PDT) participa nesta sexta-feira do projeto "Calourada" com a palestra "A Reforma Política no Brasil". O evento, que fecha a programação da semana do calouro da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), está marcado para iniciar às 8:30h da manhã.
Financiamento público de campanha, fim da reeleição e do sistema proporcional na eleição para deputados e vereadores são alguns dos temas que serão discutidos com estudantes, professores e demais participantes.
A palestra faz parte da programação política do evento, que também terá Grupos de discussão sobre desafios do movimento estudantil, a "Universidade que temos e a que queremos", o novo Código Florestal e movimentos Sindicais na Educação, que serão oferecidos pelo DCE.
Na oportunidade, o senador Pedro Taques, membro da Comissão Especial da Reforma Política, debaterá os projetos que trazem mudanças na campanha eleitoral, na posse, no mandato dos candidatos e na atuação partidária. Nas campanhas eleitorais, a mudança mais significativa já aprovada na Comissão de Constituição e Justiça é a adoção do financiamento público exclusivo, um dos temas defendidos pelo mato-grossense. Para ele, a medida é uma tentativa de tornar a disputa eleitoral igualitária e inibir a prática de corrupção.
"Importante frisar que os trabalhos da Comissão da Reforma Política já foram encerrados. Entretanto, os projetos ainda estão sendo analisados na CCJ e receberá emendas antes de ser votado em Plenário. Isso significa que a discussão é muito importante para que eventuais equívocos sejam corrigidos", finaliza Pedro Taques.
O projeto Calourada recepciona os novos alunos da UFMT desde o dia 8 até amanhã, com uma programação de palestras, mini cursos, oficinas, atrações culturais, grupos de discussão e gincanas. O objetivo do evento é incluir o calouro no ambiente acadêmico, apresentar a Universidade e tudo que ela oferece: oportunidades, desafios, novas amizades, experiências, vivências e principalmente conhecimento.

Presidente da CNBB critica reforma política em discussão no Congresso

Bispos dizem que a reforma em andamento é 'restrita e limitada'; presidente da confederação também falou sobre denúncias de corrupção

O presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis, criticou nesta quinta-feira (11) as discussões em andamento no Congresso sobre a reforma política. Para Assis, a reforma “não se trata de uma reforma de Estado, é quase uma reforma eleitoral (...) bastante restrita e limitada”. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira (11) na sede da CNBB, em Brasília.

Segundo o cardeal, a preocupação da CNBB e da Igreja Católica no Brasil é incitar a participação da sociedade no debate sobre a reforma política. Assis citou o exemplo da lei da Ficha Limpa, que, segundo ele, só foi aprovada no Congresso graças a uma pressão exercida pela sociedade e pela opinião pública.

O cardeal também falou sobre as recentes denúncias de corrupção no governo. Para Assis, a impunidade “estimula a corrupção” e deve ser combatida. Em uma avaliação sobre a reação do governo Dilma às denúncias de irregularidades, o presidente da CNBB disse que o governo tem tomado “medidas claras” para uma gestão mais transparente.

“Na medida em que o governo está tomando essas medidas [de combate à corrupção] está buscando maior transparência, maior honestidade na gestão dos recursos públicos, e merece todo nosso apoio nesse sentido”, concluiu Assis.

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Dag Vulpi

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