segunda-feira, 11 de julho de 2011

Câmaras municipais terão de responder por dívidas

Audifax Barcelos

Antes de elogiar a iniciativa do deputado Audifax Barcelos (PSB), por protocolar um projeto na Câmara Federal, que pretende fazer alterações na Lei da Responsabilidade Fiscal, e determinar que os presidentes de câmaras de vereadores respondam pelas dívidas dos Legislativos municipais, quero registrar o meu desapontamento ao tomar conhecimento que, até hoje esta lei de Responsabilidade Fiscal ainda não tenha sido implantada. Dito isso, parabenizo-o.

Segundo Audifax as câmaras não têm autonomia jurídica e, por causa disso, suas dívidas são assumidas pelas prefeituras, mesmo o Legislativo contando com repasse orçamentário mensal, o chamado duodécimo. "A câmara tem autonomia administrativa e financeira. Não é justo que as prefeituras se responsabilizem pôr dívidas da câmara", afirmou o deputado federal, que foi prefeito da Serra.

Audifax explicou que quando o presidente da câmara deixa de pagar o INSS dos servidores, por exemplo, cabe à prefeitura arcar com a despesa. "Se aprovarmos a lei, os vereadores passam a responder, não o prefeito", enfatizou.

Em evento na última sexta em Vitória, onde mais de 50 prefeitos receberam orientação sobre forma de conseguir recursos federais, o socialista foi um dos palestrantes e apresentou a proposta aos líderes dos Executivos municipais. "A motivação veio dos próprios prefeitos, e falei isso no evento. Foi uma alegria geral. Vamos beneficiar mais de 5.500 prefeitos. Isso é justo", declarou.

O presidente da Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), o prefeito de
Santa Teresa, Gilson Amaro, classificou a proposta do socialista como importante para todo o âmbito da administração pública. "Temos o compromisso de repassar mensalmente os recursos para as câmaras, e os vereadores têm de ter responsabilidade pelo andamento do Legislativo. Vejo que Audifax fez um projeto muito importante. Aprovo", destacou o presidente da Amunes.

Já o presidente da Frente Nacional de Prefeitos, João Coser (PT), preferiu não se manifestar até conhecer a fundo a proposição.
O projeto foi protocolado na última semana e segue para análise das comissões da Casa.
Audifax ainda protocolou um segundo projeto, que determina a extinção do 14° e 15° salários de parlamentares. Indagado, ele concordou que a proposta seria difícil de ser  aprovada, mas disse ser uma promessa de campanha.

Prefeitura bancou R$ 20 milhões

Não são raros os casos em que o Executivo acaba arcando com a dívida do Legislativo.
E os valores podem chegar a milhões. Em Vila Velha, a prefeitura teve que pagar mais de R$ 20 milhões em encargos trabalhistas da Câmara.
Segundo o presidente ao Legislativo municipal, Ivan Carlini (PR), essa foi uma herança de outras gestões da Casa, que resultou da falta de pagamento de Imposto de Renda e INSS. (Talvez ele não se recorde mais, mas, ele participou das últimas gestões da casa). O déficit impactou diretamente no Executivo. "A prefeitura foi fazer um convênio, logo no início da gestão, em 2009, com o governo federal e estadual, e passou a constar a divida. A prefeitura teve que pagar para conseguir os convênios", disse.
Carlini explicou que agora o Legislativo paga ao Executivo, parcelas mensais de R$ 40 mil.
Caso semelhante aconteceu na Câmara de Cariacica. Segundo o presidente, Adilson Avelina (PP), houve um problema com o pagamento do 13° salário dos funcionários, o que bloqueou o repasse da União ao município.
"Quando assumimos o mandato tínhamos uma dívida com o pagamento do 13° dos funcionários, o que bloqueou o repasse para a prefeitura. Tivemos que ir à Receita Federal para conversar", contou o progressista.
Ambos concordaram com a proposta do deputado Audifax Barcelos (PSB) de responsabilizar o Legislativo por suas despesas. Mas afirmaram que precisam estudar o projeto. O presidente da Câmara de Vitória, Reinaldo Matiazzi (PT), o Bolão, também elogiou.

domingo, 10 de julho de 2011

DILMA, DEMITA O JOBIM!

Por: CELSO LUNGARETTI - O REBATE

O motivo certo para demitir Nelson Jobim é o mesmíssimo pelo qual ele jamais deveria ter sido confirmado no posto em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o colocou, na pior de todas as suas escolhas ministeriais: Jobim nunca se comportou como um verdadeiro ministro da Defesa, a quem cabe dar voz de comando às Forças Armadas.

Pelo contrário, seu papel foi o de porta-ultimatos dos fardados no Ministério. Toda vez em que alguém pensou em apurar seriamente as atrocidades perpetradas pela ditadura militar, Jobim fez alarmismo com as ameaças da caserna, conseguindo frustrar as iniciativas dos Genros e Vannuchis.

O pior é que tais ameaças não passavam de blefes: os  gorilas  comprometidos com o festival de horrores dos  anos de chumbo  são vistos como relíquias do passado e não têm, nem de longe, o apoio da tropa para novas quarteladas.

Aliás, não se derruba governo brasileiro sem o sinal verde dos EUA e dos grandes capitalistas, que estão se lixando para eventuais punições a Ustras e Curiós. Enquanto o Brasil continuar rezando pela cartilha do capitalismo globalizado, não verão motivo para aventuras institucionais. É simples assim.

Essa gente não troca o certo pelo incerto, como aprenderam os  cansadinhos  e as aves de mau agouro (aqueles tucanos que têm passado de esquerda, mas apostaram num voo cego para a direita como forma de conquistar o poder... acabando por quebrar o bico e a cara).

No fundo, Jobim pertencia mesmo, de corpo e alma, ao Ministério do FHC. Nele não destoariam suas ridículas exposições públicas em uniforme de campanha, qual garotinho deslumbrado a sonhar com o  marcha-soldado-cabeça-de-papel...

Então, já passou do tempo da presidente Dilma Rousseff lembrar-lhe que porta da rua é serventia da casa. Sua última incontinência verbal, espero e torço, será a gota d'água a entornar o copo.

Mesmo porque, se lhe causam tanto asco os  idiotas  com os quais ele está convivendo no governo  da Dilma, o sentimento é recíproco, pelo menos por parte de quem ainda se mantém fiel aos valores originais do PT.  A estes, decerto, repugnam os quintas-colunas e as  viúvas da ditadura.

E não dá para acreditarmos que ele verdadeiramente se referia aos idiotas dos jornalistas. Trata-se, claro, de uma saída pela tangente idêntica à do Jair Bolsonaro, que optou pelo mal menor, preferindo ser acusado de homofobia que de racismo.

Ainda assim, todos os jornalistas que não se veem como idiotas e têm vergonha na cara deveriam engrossar o coro de Dilma, demita o Jobim!

Obs.: há muito circulam rumores da saída de Jobim do Ministério no meio do ano. Cheguei até a levantar a hipótese de que José Genoíno estivesse sendo preparado para o suceder. Então, é bem provável que as farpas em seu discurso louvaminhas a FHC tenham visado exatamente provocar as reações que lhe permitissem deixar o cargo atirando, com pose de injustiçado e perseguido...

Por: CELSO LUNGARETTI - O REBATE

sábado, 9 de julho de 2011

Henrique Fontana (PT-RS) vai propor a extinção do cargo de suplente de senador

Relator da reforma política quer extinguir cargo de suplente de senador 

O projeto de reforma política que o deputado Henrique Fontana (PT-RS) vai propor à Câmara na primeira semana de agosto prevê a extinção do cargo de suplente de senador. A proposta do relator é para que o deputado federal mais votado assuma o cargo vago de senador em um mandato tampão até as eleições seguintes, mesmo que sejam municipais, quando seria feita uma nova eleição para preencher a vaga.
Outra proposta que deverá estar no relatório de Fontana é a que prevê o financiamento público exclusivo de campanha eleitoral. O dinheiro viria da criação de um fundo com recursos públicos para que os partidos, com base na representação no Congresso, possam bancar as campanhas eleitorais. “Hoje, é cada vez mais difícil uma pessoa pobre chegar ao Parlamento. Há uma grande desigualdade entre os candidatos e as campanhas são caríssimas”, disse Fontana.
O sistema eleitoral misto também estará sob análise dos deputados. A ideia é criar um sistema duplo de votação, em que o eleitor vota primeiro no partido e depois no candidato. “Com isso, não se retira o direito do eleitor de escolher seu candidato e cria uma cultura importante: o eleitor deve se preocupar com o candidato e também com o partido”, explicou o relator.
Fontana pretendia apresentar o relatório ainda no primeiro semestre, mas preferiu adiar para aprofundar as discussões sobre o assunto. “Meu papel como relator é apresentar um relatório que tenha grandes chances de ser aprovado. Eu precisava de um tempo para garantir as negociações sem açodamento”, comentou.
O deputado disse ainda que a expectativa é que o projeto de reforma política comece a valer a partir de 2014. “Para não haver açodamento nas eleições municipais do ano que vem”, explicou Fontana.
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Dagmar Vulpi O sistema eleitoral misto também estará sob análise dos deputados. A ideia é criar um sistema duplo de votação, em que o eleitor vota primeiro no partido e depois no candidato. “Com isso, não se retira o direito do eleitor de escolher seu candidato e cria uma cultura importante: o eleitor deve se preocupar com o candidato e também com o partido”, explicou o relator.
Dagmar Vulpi Outra proposta que deverá estar no relatório de Fontana é a que prevê o financiamento público exclusivo de campanha eleitoral. O dinheiro viria da criação de um fundo com recursos públicos para que os partidos, com base na representação no Congresso, possam bancar as campanhas eleitorais. “Hoje, é cada vez mais difícil uma pessoa pobre chegar ao Parlamento. Há uma grande desigualdade entre os candidatos e as campanhas são caríssimas”, disse Fontana. 
Sidney Lino BOM SE TIVER TRANSPARÊNCIA E FISCALIZAÇÃO QUE Ñ PODE SER FEITA POR PARTIDOS NEM POR POLITICOS E SIM TCU !!FOR IGUAL PARA TODOS OS CANDITADOS ATÉ QUE DA PRA PENSAR EM USAR DINHEIRO PUBLICO MAS NESSA FORMA ONDE DEIXARIA TODOS EM PÉ DE IGUALDADE!!!!!!!!!!!!
Mauro Garcia Ideias boas para o povo; mas os políticos que vêm se benfeficiando das leis ruins não quererão mudá-las Diantee disso pergunto: o como podemos fazer para ver, aqui, pela internet, o quadro de votões de Brasília?
Fernanda Tardin não sei pra que Senador, inda mais suplente de Senador. Apoiado. bjao
Fernanda Tardin acompanhar ON LINE Terça, quarta e quinta a votação no Congresso. Site da Camara federal e site do Senado. Bjao
Dagmar Vulpi Realmente Nanda, para que servem os senadores? Os estados já tem seus representantes em âmbito Federal, todo estado possui um governador, este ao menos deveria trabalhar em benefício do estado que representa, e sobretudo temos um Presidente da República, que tem a obrigação de ver em cada estado que compõe a federação como um filho (metafóricamente falando), e tratar todos com igualdade. Aí vem o questionamento feito pelo Nanda, e apoiado por mim: SE A EXISTÊNCIA DOS SENADORES É DISPENSÁVEL, O QUE DIZER ENTÃO DE SEUS SUPLENTES? 
José Roberto Bonifácio Mas que "programa de Indio" (rsrsrs) e este de vcs heim!!!? Acompanhar votaoes nominais e muito chato... Abs.,
Dagmar Vulpi Pois é amigo José Roberto, alguém precisa fazer o "programa de Indio" para tentar manter a tribo bem informada! rsrsrssr
José Roberto Bonifácio Que os antropologos e cientistas politicos de plantao nao nos escutem...rsrsr
Linda Morais Muito justo. O povo tem de saber em quem está votando.Suplentes pegam o "cavalo selado".Quem quer ser eleito tem de pedir voto e demonstrar com propostas e muita sola de sapato.Parabéns
Dagmar Vulpi Que honra. A companheira Linda Morais participando do debate do nosso grupo! Seja super bem vinda, suas participações irão colaborar em muito para o nível dos debates.
Linda Morais Tenho te acompanhado, meu amigo Dagmar Vulpi.Parabéns pelos teus posicionamentos e publicações.Grande abraço!
Dagmar Vulpi Linda fico agradecido, para mim é honroso saber que você acompanha minhas publicações e que concorda com os meus posicionamentos!, fico na esperança de que você continue nos dando a honra da participação. Um abraço querida.
J Ferreira Ferrerinha Parabéns Deputado! deveria para a nossa realidade, propor a extinção do cargo de Senador! Despesa a menos para os cofres públicos!! O que eles fazem de produtivo para justificar o Alto salario que tem!!            


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Rivalidades entre Senado e Câmara ameaçam reforma política

06 de julho de 2011
 O descompasso evidente entre a Câmara dos Deputados e o Senado para tratar do tema da reforma política e a rivalidade entre as duas casas legislativas voltam a gerar dúvidas sobre a aprovação das mudanças e sobre quando elas de fato devem entrar em vigor.

Entenda a reforma política
Na Câmara, o relator da Comissão Especial da Reforma Política, deputado Henrique Fontana (PT-RS), deve apresentar seu relatório nesta semana. Aprovadas pela comissão, as propostas passarão a tramitar na Casa. No Senado, a Comissão da Reforma Política encerrou seus trabalhos na metade do mês de maio. Dela saíram 11 propostas (sete propostas de emendas à Constituição e quatro projetos de lei). Várias já passaram pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e estão prontas para ir a plenário.
Polêmicas à vista
Os temas mais polêmicos, contudo, e que são os principais da reforma - o financiamento público de campanha e a alteração no sistema eleitoral - serão os últimos a serem apreciados na CCJ. Sobre vários pontos, as sugestões são convergentes. Mas por enquanto, com os trabalhos do Senado em ritmo acelerado e os da Câmara em compasso de espera, não há deputado ou senador que arrisque dizer o que vai acontecer para "harmonizar" as propostas das duas Casas.
"O que vai acontecer agora é uma incógnita. Por enquanto, não há indicativo de que tenhamos um entendimento e o Senado corre o risco de ver engavetada pela Câmara uma reforma pronta, como já aconteceu em 1998", admite a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que integrou a comissão da reforma no Senado. Na avaliação da senadora, se houver mesmo vontade de que a reforma aconteça, deve ser feito um acordo. "Ainda há tempo. Só que o Senado vai precisar abrir muito para a Câmara, já que os deputados, com certa razão, se consideram os protagonistas da reforma", apontou a parlamentar.
O relator da comissão na Câmara já avisou que não fará a proposta de reforma de seus sonhos. "O meu papel é construir uma maioria para fazermos as mudanças possíveis. E o sistema político, para construir maioria, é muito complexo. O chamado exército do contra se forma com muita facilidade", justificou Fontana. O deputado, contudo, parece acreditar que de fato algumas mudanças são possíveis e acena até com uma proposta de consenso em relação a um dos pontos principais da reforma: a alteração no sistema eleitoral. Ao invés de voto em lista fechada, como defendia seu partido, o PT, vai propor uma combinação entre lista fechada e candidatos escolhidos diretamente pelos eleitores.
As palavras do presidente da Comissão da Reforma Política no Senado, Francisco Dornelles (PP-RJ), reforçam a ideia de como a aprovação é difícil. "A reforma só passa se houver entendimento entre os partidos e entre o Senado e a Câmara. Estou conversando com o Fontana sobre isso. Mas a maior dificuldade dele é convencer o próprio partido. O PT as vezes acha que pode impor a sua reforma e não é assim que vai funcionar", lamenta.
Especialistas pessimistas
Entre especialistas que acompanham o assunto, o clima é de descrédito. "Acho difícil um acordo entre a Câmara e o Senado, a não ser para o que popularmente se chamam de mudanças pontuais", assinalou o cientista político e consultor legislativo da Câmara, Antônio Octávio Cintra. Segundo ele, há um grande desconhecimento a respeito das alterações possíveis até mesmo entre a classe política. "A nocividade das coligações da forma como elas são feitas atualmente, por exemplo, é um tema sobre o qual há consenso. E a lista mista é interessante, talvez passe", exemplificou.
André Marenco, professor de Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), é ainda mais cético. "Há uma insatisfação compreensível com o sistema eleitoral, mas acho pouco provável que ocorra uma reforma significativa. Porque o que as burocracias partidárias desejam mesmo é aumentar o seu poder. O PT vislumbra essa possibilidade com a lista fechada e o PMDB com o sistema distrital", pontua Marenco.

Por Flavia Bemfica


terça-feira, 5 de julho de 2011

Se estivesse vivo, com quem estaria hoje Leonel Brizola?

por: Pedro Porfírio 
 
Pelo que sei de sua natureza, ele faria de tudo para evitar uma marcha à ré no Brasil.
“Cá para nós. Um político de antigamente, o senador Pinheiro Machado, dizia que a política é a arte de engolir sapo. Não seria fascinante fazer agora a elite brasileira engolir o Lula, sapo barbudo?” (Leonel Brizola, 1989)

Neste 21 de junho, data do sétimo aniversário da morte surpreendente (e um tanto inexplicável) de Leonel de Moura Brizola, varei a madrugada com uma pergunta na cabeça e uma redobrada disposição para a prospecção dos alvos que escolho para comentar: qual seria a posição do caudilho o hoje, diante de um jogo de poder grosseiro, cuja marca mais realçada é a tentativa das raposas de apoderarem-se do governo da primeira presidente mulher? 

É claro que os elementos reunidos para as minhas ilações não são incontestáveis, mas você há de reconhecer o enorme esforço que faço para imprimir exclusivamente com as tintas da honestidade e lisura as expressões do meu pensamento.

Se não fosse pela dogmática busca do que é correto, pelo menos à luz da minha percepção, que presumo aguda, estaria falando sozinho, exposto ao ridículo e ao descrédito. 

Pelas manifestações que recebo a cada opinião omitida, pela recente pesquisa que realizei e pelas conversas pessoais com alguns dos meus destinatários, posso dizer sem medo de errar que o meu “índice de credibilidade” é altamente positivo, perdoe-me a “imodéstia”.

Por isso, não me acanho em oferecer minhas opiniões, mesmo quando elas são motivadas por explícitas demonstrações de admiração e simpatia. Essa transparência, aliás, a meu ver, é a chave do respeito granjeado. 

Isto é, não escondo minha inabalável crença em idéias que me alcançaram ainda de calças curtas. E exatamente em nome delas procuro demonstrar meu respeito por quem pensa diferente, até mesmo por quem está cronicamente em postura diametralmente oposta.

Lembro ainda, nestas premissas, que sempre estive envolvido dentro dos acontecimentos. Não sou desses que se limitam ao camarote da observação e posam de analistas restritos ao ofício, escondendo suas preferências e suas conveniências sob o manto esfarrapado de compromissos profissionais com a imparcialidade.

Ser honesto é ser visível, é expor o verniz do seu pensamento, mesmo quando se expressa uma conclusão diferente de sua vontade. É, igualmente, nortear-se pelo indispensável distanciamento crítico: nem sempre os meus preferidos estão certos; nem sempre os meus “adversários” estão errados.
Foto Reprodução
Pelo que sei, Brizola estaria com Dilma.
Dito isso, posso afirmar com todas as letras que se vivo estivesse, neste momento, Leonel de Moura Brizola tomaria uma posição muito apaixonada em defesa da presidente Dilma Rousseff, diante dos enormes desafios que enfrenta, assim como se aliou ao “sapo barbudo” depois da rasteira que o tirou do segundo turno, em 1989.


Eu mesmo não posso esconder minhas preocupações, decorridos seis meses da posse da primeira mulher a comandar o país. As condições em que ela chegou à Presidência, os interesses econômicos e a hipertrofia das ambições insaciáveis dos políticos brasileiros, para a maioria dos quais o mandato é uma poderosa ferramenta da causa própria, impõem-me uma atitude serena e consequente, focando principalmente o “depois”.

Leonel de Moura Brizola tinha o domínio da hierarquia do processo e não se fazia de rogado nas horas decisivas, mesmo a contragosto. Tentava conviver com o mundo cosmopolita, frio e calculista com enorme dificuldade. Deixava-se dominar pelo emocional em muitas situações, perdia a batalha da vaidade ferida principalmente ante a traições que sofria, mas sempre se posicionava com a lucidez devida nos momentos fatais de nossa história.

Posso dizer isso de conversas pessoais com ele e testemunhos de corpo presente. Ninguém poderia esperar dele uma indignidade, uma atitude movida pela mesquinharia ou pelo cálculo ardiloso dos interesses de sua carreira política.

O Brizola que conheci, com quem mantive ao longo dos anos uma relação crítica em público, tinha como ponto de partida e como referencial exclusivo sua identificação com o povo trabalhador e com a soberania nacional.

Houvesse ameaça em relação a esses postulados, não era difícil saber onde encontrá-lo. Em mais de uma fez, abriu mão de mágoas pessoais, de sentimentos feridos para se apresentar como soldado daqueles que mais próximos estivessem de suas grandes causas. Isso sem pedir nada em troca, até porque lhe repugnava o convívio com a boçalidade fisiológica. 

Contra a cobiça insaciável das raposas.
Neste momento, Leonel de Moura Brizola, que conhecia Dilma muito bem, que em várias situações conviveu com Carlos Araújo, ex-marido dela e militante íntegro, estaria detectando com sua intuição inigualável a terrível trama das velhas raposas, da abominável “correlação de forças” para acanhá-la na furna do poder, tentando fazer dela uma espécie de rainha da Inglaterra tropical, que se veria forçada a ceder as rédeas a um “premier” virtual saído do pior cruzamento da política e dos grandes interesses econômicos.

É o que eu estou vendo nessa feira de lobbies espúrios, que vêem fraqueza e insegurança no modo cerimonioso da presidente Dilma. É o que percebo com enorme preocupação, inclusive em relação à sua capacidade de resistir, tais os espantalhos que rondam sua cabeça e podem penetrar em seus recônditos, fragilizando seu inconsciente, algo que se explicaria melhor recorrendo à mescla das interpretações políticas e existenciais.

Leonel de Moura Brizola, que desconfiava da análise científica e desprezava currículos, guiando-se tão somente por sua intuição aguda, não teria dúvida e estaria oferecendo a Dilma toda a sua experiência, incluindo o reconhecimento de alguns erros e fracassos, como lições oportunas para que afirme sua condição de presidente legitimamente eleita no mar de esperanças que a fez quebrar todo tipo de tabu: ela não foi apenas a primeira mulher presidente, mas foi igualmente alguém que tinha na disputa presidencial sua primeira pugna e, mais significativo ainda, era assimilada por um partido ao qual se juntou no meio do caminho por acidente de percurso.

Tem muito dono da verdade em seu entorno e uma quadrilha de políticos sem menor recato insistindo em fazer do rateio das prebendas e da distribuição de verbas carimbadas (as tais emendas parlamentares) a condição de governabilidade indispensável para o nível de suas responsabilidades.

Tem gente tão canalha e tão sem escrúpulo que joga até com suas condições de saúde como forma de implementar um terrorismo do mais baixo nível, tudo para que seu governo seja fatiado de todas as formas, levando-a a concessões e a retrocessos dramáticos.

Se vivo fosse, insisto, Leonel de Moura Brizola estaria oferecendo o melhor de sua grandeza para nutrir sua ex-correligionária (e fã de carteirinha) das energias necessárias, antes que aconteça aqui o pior, antes que o redemoinho em que tentam sufocá-la abra caminho para a volta ao que há de pior na atividade política brasileira.

Isso eu digo com toda segurança, porque também não gostaria de ver o Brasil dando marcha à ré, não interessa pelas mãos de quem. Principalmente da presidente que um dia se entregou de corpo e alma ao mais generoso dos sonhos juvenis.

Postado originalmente por: Pedro Porfírio

Internet chega a 73,9 milhões de pessoas no Brasil, diz Ibope


O número de pessoas com acesso à internet em qualquer ambiente (domicílios, trabalho, escolas, LAN houses ou outros locais) atingiu 73,9 milhões no quarto trimestre de 2010, segundo o Ibope Nielsen Online.

O número representou um crescimento de 9,6% em relação aos 67,5 milhões do quarto trimestre de 2009, segundo dados divulgados pelo instituto nesta sexta-feira.

ano, o Ibope informou que "o acesso à internet no trabalho e em domicílios vem crescendo ainda mais. O total de pessoas com acesso em pelo menos um desses dois ambientes chegou a 56 milhões em fevereiro de 2011, o que significou um crescimento de 19,2% sobre os 47 milhões do mesmo mês do ano anterior."

O total de pessoas que moram em domicílios com acesso à internet cresceu 24% nesse período --e já é de 52,8 milhões.

O Ibope informa ainda que das 56 milhões de pessoas que têm acesso à internet no trabalho ou em residências, 41,4 milhões foram usuárias ativas em fevereiro --o que significou uma diminuição de 3,3% em relação a janeiro e um crescimento de 12,7% na comparação com os 36,7 milhões de fevereiro de 2010.

CONTROVÉRSIA
Embora o crescimento do número de internautas seja favorável, a internet brasileira não está preparada para suportar as exigências atuais dos internautas, de acordo com um relatório divulgado pela Cisco no ano passado.
A pesquisa "A Qualidade da Internet", feita pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e pela Universidade de Oviedo (Espanha) com apoio da Cisco, empresa que fabrica equipamentos que conectam os computadores à rede, revelou que embora o Brasil tenha feito avanços para aumentar o número de domicílios conectados, a qualidade das conexões está abaixo da média.

Hoje, para que um internauta navegue e realize suas tarefas (trocar e-mails, baixar arquivos, assistir a vídeos, entre outras), as velocidades médias precisam ser de 3,75 Mbps (megabits por segundo) para o download (quando se baixa arquivos ou se acessa um site qualquer) e de 1 Mbps para o upload (quando se envia algo, e-mail ou mensagem instantânea).

O tempo de resposta (entre dar o comando e perceber que ele foi obedecido) não pode ser superior a 95 milésimos de segundo, segundo a pesquisa.

Em Fortaleza, apontada como a cidade brasileira com a melhor qualidade de internet, a velocidade de download auferida foi de 4,3 Mbps, ante 570 Kbps (kilobits por segundo) de upload. O tempo de resposta ficou em 114 milésimos de segundo.

A pesquisa indica que, nos próximos cinco anos, os internautas estarão consumindo mais capacidade de rede porque assistirão a vídeos sob demanda e farão videoconferências, entre outras aplicações sofisticadas.

Por isso, os especialistas estimam que, até 2015, um domicílio estará consumindo 500 GBytes mensalmente, ante os atuais 20 GB.

Para dar conta dessa quantidade de dados trocados via internet, será preciso investir mais para que as redes ofereçam velocidades de download de 11,25 Mbps e de 5 Mbps de upload com uma resposta de 60 milésimos de segundo.

MUNDO

Só 38 cidades no mundo já estão preparadas para essa nova fase --nenhuma no Brasil. No total, foram monitorados domicílios em 239 cidades e 72 países.

A Coreia do Sul continua liderando a lista de países líderes em internet, seguida por Hong Kong e Japão. O Brasil ocupa a 38ª colocação. Esteve na 41ª, em 2009, e na 36ª, em 2008.

Fonte: Folha de São Paulo

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