Por Ana Paula de Araújo no InfoEscola
Em 1950, Getúlio
Vargas ganha as eleições presidenciais. Após 15 anos de governo ditatorial, o
gaúcho deveria governar o Brasil por um período de 5 anos em um regime
democrático.
Ao iniciar o
seu governo, Getúlio sente as primeiras dificuldades encontradas em não ter uma
bancada totalmente favorável no Congresso que apoiasse os seus atos
nacionalistas.
A construção
da Petrobrás, com apoio popular, após a Campanha “O Petróleo é nosso”, faz com
que a rivalidade entre o presidente e o Congresso aumentassem, já que essa
decisão ia contra os setores empresariais - a indústria nascida era totalmente
estatal. Além disso, com ações cada vez mais independentes, como o aumento em
100% do salário mínimo em 1954, as críticas dos adversários continuavam a
aumentar, de modo particular, vindas de setores da UDN, lideradas pelo
jornalista Carlos Lacerda, declarado opositor de Vargas.
O fato
culminante da crise que antecede o suícidio do presidente acontece em agosto de
1954. Na madrugada do dia 05, o jornalista Carlos Lacerda sofre um atentado, no
qual sai ferido e um Marechal da Aeronáutica, Rubens Vaz, é assassinado.
Após uma
investigação, chega-se ao mandante do crime que era o chefe da guarda-pessoal
do presidente, um ex-policial, chamado Gregório Fortunato. Esse crime, chamado
de atentado da Rua Toneleros, é decisivo para que a campanha contra Vargas
aumentasse e ganhasse mais adeptos no Brasil.
Diante disso,
o presidente começa a ser pressionado por políticos, pelos militares, pelos
setores empresariais. O vice-presidente, Café Filho, une-se aos opositores para
fazer com que Vargas renunciasse o cargo.
Mas, na
madrugada do dia 24 de agosto, Vargas toma a decisão que mudaria totalmente o
rumo de sua trajetória na história do Brasil. Sozinho, em seu quarto, no
Palácio do Catete, Vargas toma uma arma e dispara contra o próprio peito.
Sobre o fato,
sua filha, Alzira Vargas diz: “Eu saí correndo feito uma doida e me joguei
sobre o corpo dele. Ele ainda estava vivo e eu tive a impressão de que esboçava
um sorriso”.
A situação
tinha transformado-se completamente, os adversários do presidente, que até
horas antes comemoravam a vitória, agora estavam do lado oposto. Na manhã de 24
de agosto de 1954, à medida que a carta testamento era transmitida pelas
rádios, a população manifestava-se com indignação e revolta contra os
adversários de Getúlio, tomando as ruas do Brasil. O jornalista Carlos Lacerda
foi obrigado a fugir para o exterior, sendo considerado o “principal
responsável” pela morte do presidente. Assim, os que conspiraram contra ele
tiveram que esperar dez anos para, só então, concretizar seus planos. Antes
disso, apesar de algumas tentativas, não houve clima político nem apoio popular
para tal.