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quinta-feira, 21 de maio de 2015

Neoliberalismo


O que é Neoliberalismo:


Neoliberalismo é uma redefinição do liberalismo clássico, influenciado pelas teorias econômicas neoclássicas e é entendido como um produto do liberalismo econômico clássico.

O neoliberalismo pode ser uma corrente de pensamento e uma ideologia, ou seja, uma forma de ver e julgar o mundo social ou um movimento intelectual organizado, que realiza reuniões, conferências e congressos.

Esta teoria, que foi baseada no liberalismo, nasceu nos Estados Unidos da América e teve como alguns dos seus principais defensores Friedrich A. Hayeck e Milton Friedman.

Na política, neoliberalismo é um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do estado na economia, onde deve haver total liberdade de comércio, para garantir o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país. Os autores neoliberalistas afirmam que o estado é o principal responsável por anomalias no funcionamento do mercado livre, porque o seu grande tamanho e atividade constrangem os agentes econômicos privados.

O neoliberalismo defende a pouca intervenção do governo no mercado de trabalho, a política de privatização de empresas estatais, a livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização, a abertura da economia para a entrada de multinacionais, a adoção de medidas contra o protecionismo econômico, a diminuição dos impostos e tributos excessivos etc. Esta teoria econômica propunha a utilização de a implementação de políticas de oferta para aumentar a produtividade. Também indicavam uma forma essencial para melhorar a economia local e global era reduzir os preços e os salários.

Neoliberalismo no Brasil:

No Brasil, o Neoliberalismo começou a ser seguido de uma forma aberta nos dois governos consecutivos do presidente Fernando Henrique Cardoso. Neste caso, seguir o neoliberalismo foi sinônimo de privatização de várias empresas do Estado. O dinheiro conseguido com essas privatizações foi na sua maioria utilizado para manter a cotação do Real (uma nova moeda na altura) ao nível do dólar.

A estratégia de privatização encorajada por ideais neoliberais não foi seguida por todos os países. Ao contrário do Brasil, a China e Índia (países que têm mostrado um crescimento enorme nas últimas décadas) adotaram tais medidas de forma restrita e gradativa. Nesses países, o investimento de grupos econômicos foram feitos em parceria com empresas nacionais.

Neoliberalismo e globalização:


Os conceitos de neoliberalismo e globalização estão ligados porque o neoliberalismo surgiu graças à globalização, e mais concretamente à globalização da economia. Depois da Segunda Guerra Mundial, o aumento do consumo e o avanço da tecnologia da produção lideraram a sociedade para o consumismo.

Essa sociedade consumista fomentou a globalização da economia, para que os capitais, serviços e produtos pudessem fluir para todo o mundo, um claro pensamento neoliberal. Desta forma, o neoliberalismo abriu a liberdade econômica ordenada pelo mercado, sendo que em algumas ocasiões o Estado tem que intervir em algumas negociações para evitar desequilíbrios financeiros.

Apesar disso, a doutrina neoliberal visa que a economia e política atuem de forma independente uma da outra, e por isso não aprecia quando há uma intervenção política na economia.

Neoliberalismo e educação:


O neoliberalismo vê a educação de forma específica, e estes são alguns itens fulcrais na área da educação: qualidade total, modernização da escola, adequação do ensino à competitividade do mercado internacional, nova vocacionalização, incorporação das técnicas e linguagens da informática e da comunicação, abertura da universidade aos financiamentos empresariais, pesquisas práticas, utilitárias, produtividade.

É importante que de acordo com a vertente neoliberal, a educação não é incluída no campo social e político, passando a ser integrada no mercado. Assim, alguns dos problemas econômicos, sociais, culturais e políticos abordados pela educação são muitas vezes transformados em problemas administrativos e técnicos. Uma escola modelo deve conseguir competir no mercado. O aluno passa a ser um mero consumidor do ensino, enquanto o professor fica conhecido como um funcionário treinado para capacitar os seus alunos a se integrarem no mercado de trabalho.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Neoliberalismo

Por Antonio Gasparetto Junior



O Neoliberalismo é uma releitura do Liberalismo Clássico.

Embora o termo tenha sido cunhado em 1938 pelo sociólogo e economista alemão Alexander Rüstow, o Neoliberalismo  só ganharia efetiva aplicabilidade e reconhecimento na segunda metade do século XX, especialmente a partir da década de 1980. Nesta época, houve um grande crescimento da concorrência comercial, muito em função da supremacia que o capitalismo  demonstrava conquistar sobre o sistema socialista. Mesmo ainda no decorrer da Guerra Fria, as características do conflito já eram muito diferenciadas das existentes nos anos imediatamente posteriores ao fim da Segunda Guerra Mundial. A União Soviética  já havia se afundado em uma grave crise que apontava para o seu fim inevitável. Enquanto isso, o capitalismo consolidava-se como sistema superior e desfrutava de maior liberdade para determinar as regras do jogo econômico.

O crescimento comercial foi notório e, para enfrentar a concorrência, medidas foram tomadas no Reino Unido e nos Estados Unidos. As principais características dessas medidas foram a redução dos investimentos na área social, ou seja, no que se refere à educação, saúde e previdência social. Ao mesmo tempo, adotou-se como prática também a privatização das empresas estatais, o que se aliou a uma perde de poder dos sindicatos. Passou-se a defender um modelo no qual o Estado não deveria intervir em nada na economia, deixando-a funcionar livremente. Ou seja, considerando-se as características do novo momento, uma releitura da forma clássica do Liberalismo.

O Neoliberalismo ganharia força e visibilidade com o Consenso de Washington, em 1989. Na ocasião, a líder do Reino Unido, Margareth Thatcher, e o presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, propuseram os procedimentos do Neoliberalismo para todos os países, destacando que os investimentos nas áreas sociais deveriam ser direcionados para as empresas. Esta prática, segundo eles, seria fundamental para movimentar a economia e, consequentemente, gerar melhores empregos e melhores salários. Houve ainda uma série de recomendações especialmente dedicadas aos países pobres, as quais reuniam: a redução de gastos governamentais, a diminuição dos impostos, a abertura econômica para importações, a liberação para entrada do capital estrangeiro, privatização e desregulamentação da economia.

O objetivo do Consenso de Washington foi, em certa medida, alcançado com sucesso, pois vários países adotaram as proposições feitas. Só que muitos países não tinham condições de arcar com algumas delas, o que gerou uma grande demanda de empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Logo, criava-se todo um sistema de privilégios para os países desenvolvidos, pois as medidas neoliberais eram implementadas sob o monitoramento do FMI e toda essa abertura econômica favorecia claramente aos países ricos, capazes de comprar as empresas estatais e de investir dinheiro em outros mercados. Por outro lado, o argumento de defesa do Neoliberalismo diz que a abertura econômica é benéfica porque força à modernização das empresas.

No Brasil, o Neoliberalismo foi adotado abertamente nos dois governos consecutivos do presidente Fernando Henrique Cardoso. Em seus dois mandatos presidenciais houve várias privatizações de empresas estatais. Muito do dinheiro arrecadado foi usado para manter a cotação da nova moeda brasileira, o Real, equivalente a do dólar.

Fontes:

 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

2012: a crise americana cinco anos depois

A política de Obama de combate à crise foi fundamentalmente uma política de resgate dos grandes, isto é, dos grandes bancos, das grandes indústrias e dos ricos. Foi uma saída que salvou os mais aquinhoados. Mas, que deixou a economia congelada, sem oxigênio no seu mercado de consumo. (João Sicsu)

Os Estados Unidos sofreram uma grave crise financeira, econômica e social em 2007-2008. Seus efeitos se arrastam até os dias de hoje. As bases teóricas e ideológicas da crise têm suas raízes nas ideias do liberalismo econômico de Milton Friedman, Frederic Hayek e Adam Smith. Sua operação política em escala mundial teve início com os governos de M.Tatcher, no Reino Unido, e R. Reagan, nos Estados Unidos, ao longo dos anos 1980. Este movimento político, econômico e financeiro ficou conhecido como neoliberalismo. Foi transformado em plataforma de ação através do chamado Consenso de Washington, de 1989, que defendia a privatização do patrimônio público e a desregulamentação do mercado financeiro e de trabalho.

Os Estados Unidos desregulamentaram o seu mercado financeiro permitindo que seus bancos participassem de processos de fusão em grande escala. Seus bancos passaram a atuar em escala nacional e internacional e, simultaneamente, em mercados que transacionavam diferentes produtos financeiros. Regras que restringiam o grau de exposição dos bancos a riscos foram relaxadas. O resultado foi que: aos bancos foi permitido maior grau de liberdade, maior exposição ao risco, com o objetivo de obter lucros extraordinários; aos correntistas e poupadores, restou a ilusão de estarem mais seguros porque seus depósitos estavam guardados em mega-instituições financeiras.

Mas, como a crise eclodiu nos Estados Unidos em 2007-2008? 

A matriz de grandes bancos estão nos Estados Unidos. Lá estavam o Lehman Brothers, o Goldman Sachs e o Bank of America, entre outros. Lá estavam também cidadãos que não tinham e não têm proteção social; e que não tinham e não têm, obviamente, uma política pública habitacional. Gente que tem emprego temporário, renda variável e que não tem qualquer patrimônio. Não usam balaclavas pretas, mas são chamados de NINJAS (No Income, No Job or AssetS - sem renda, sem emprego ou patrimônio). O cenário americano estava montado. Só faltava colocar os personagens em ação.

As taxas de juros nos Estados Unidos estavam muito baixas. 

Bancos “babavam” por rendimentos mais elevados. O sistema financeiro desregulado e sem fiscalização inventou, então, novos produtos financeiros dirigidos aos NINJAS, que foram convidados: “venham aos bancos, tomem empréstimos e comprem as casas dos seus sonhos”. Os NINJAS eram considerados cidadãos subprime pelos critérios de classificação dos bancos. Não eram cidadãos PRIME (de primeira) que poderiam pagar empréstimos. Mas, novos produtos financeiros foram ofertados aos NINJAS, que apesar da condição subprime, tomaram bilhões de dólares em empréstimos.

Por exemplo, os bancos passaram a emprestar aos NINJAS, agora com acesso ao sistema financeiro, recursos com carência de juros elevados por cinco anos. Deles eram cobrados juros mais elevados porque representavam mais riscos. Juros mais altos satisfaziam a ganância do sistema financeiro. E com crédito abundante, o resultado foi que o preço dos imóveis inflou como uma bolha, o que satisfazia o desejo das construtoras. Contudo, os cidadãos NINJA-SUBPRIME, nos primeiros anos, pagavam somente parte desses altos juros na presunção que, depois de estarem morando em casa nova, com sonho realizado, suas vidas melhorariam e conseguiriam pagar parcelas mensais mais elevadas (isto é, depois de finalizada a carência de juros mais baixos). 

Passados os anos de carência de arrocho financeiro, cidadãos subprime, que tomaram diferenciados tipos de empréstimos imobiliários, não conseguiram pagar suas dívidas. Ao não pagar o que deviam, tiveram que entregar ao sistema financeiro as suas casas e os seus sonhos. 

Novamente, voltaram à condição exclusiva de NINJAS. Eram milhões de cidadãos NINJAS-subprime, portanto, eram milhões de casas devolvidas ao sistema financeiro e colocadas à venda. Os bancos, sem receber o que lhes era devido, também não conseguiam vender milhões de casas aos preços originais. O excesso de oferta de casas fez o preço dos imóveis cair. Em resumo, a bolha imobiliária e financeira americana havia estourado.

Bancos americanos perderam a condição de emprestar e de honrar os seus compromissos. Sem bancos operando, as economias param. Sem crédito para o consumo e para a produção, a economia americana estagnou. Sem consumo, não há necessidade de produção. Sem produção, não há necessidade de trabalhadores. O desemprego aumentou. A miséria cresceu. A economia americana adormeceu.

Neoliberais lembraram: “o Estado existe, ele pode nos socorrer”. E, então, o governo americano socorreu seus grandes bancos e suas grandes empresas. Excetuando no Lehman Brothers, choveu dinheiro público na tesouraria das grandes corporações e no bolso dos seus ricos dirigentes. Os bancos e seus dirigentes foram salvos. Tem-se a partir, de então, uma orientação, “mais qualificada”, do neoliberalismo: o patrimônio público deve ser privatizado e as dívidas privadas do sistema financeiro devem ser estatizadas. 

E o povo? Aqueles que perderam suas casas, seus empregos, seus sonhos? Viraram estatísticas. As políticas de Barak Obama foram limitadas. O presidente americano está cercado de assessores, escolhidos por ele mesmo, que pensam com cérebros formatados em Wall Street. As políticas anti-crise de Obama apenas incluíram a classe média e os pobres nas estatísticas de mais desemprego, pobreza, desigualdade e miséria. 

A política de Obama de combate à crise foi fundamentalmente uma política de resgate dos grandes, isto é, dos grandes bancos, das grandes indústrias e dos ricos. Foi uma saída que salvou os mais aquinhoados. Mas, que deixou a economia congelada, sem oxigênio no seu mercado de consumo. As massas de cidadãos consumidores, que fazem uma economia se movimentar, ficaram endividados, desempregados e sem teto. E o sistema financeiro? Continua, basicamente, desregulado e saudável.

Desde então, a economia americana se arrasta. A grande e boa novidade desde a crise de 2007-2008 é o movimento de contestação OCCUPY WALL STREET.


(*) Professor-Doutor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Via Portal LN

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