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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Veja avanço do vírus Zika no mundo


Entre 3 e 4 milhões de pessoas devem contrair o vírus Zika em 2016 no continente americano, sendo que 1,5 milhão desses casos devem ser registrados no Brasil. A estimativa foi divulgada nesta quinta-feira (28) pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas. O cálculo considera o número de infectados por dengue, doença transmitida pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti, em 2015, e a falta de imunidade da população ao vírus.

Pelo menos 22 países e territórios já confirmaram a circulação autóctone do vírus Zika, desde maio de 2015, segundo a Opas. A maioria está localizado no continente americano. São eles: Brasil, Barbados, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Guiana Francesa (França), Haiti, Honduras, Martinica (França), México, Panamá, Paraguai, Porto Rico (EUA), Ilha de São Martinho (França/Holanda), Suriname, Venezuela, Ilhas Virgens (EUA), Samoa e Cabo Verde.


Além desses países, o Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) também aponta casos da doença na Bolívia, em Curaçao, na República Dominicana, em Guadalupe (França), na Nicarágua, Tailândia, em Fiji, nas Ilhas Maldivas, Nova Caledônia (França) e nas Ilhas Salomão. O órgão ainda indica que 10 países da Europa registraram casos importados de Zika: Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Itália, Portugal, Holanda, Espanha, Suécia e Reino Unido.

O Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) informou que um morador do Texas é o primeiro infectado com o vírus Zika no país. O homem havia visitado a América Latina recentemente.
De acordo com a diretora da Opas, Carissa F. Etienne, o vírus Zika está se espalhando rapidamente pelas Américas e pode chegar a todos os países do continente, exceto o Canadá e o Chile continental, onde o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, não está presente.

Ainda não há dados consolidados e precisos do número de casos da doença nos países que registraram a ocorrência do vírus. Segundo a diretora, a dificuldade na obtenção de números confiáveis de casos de infecção pelo vírus Zika se deve a várias razões, como o fato de o vírus ser detectável somente por alguns dias no sangue das pessoas infectadas, e dos médicos, assim como os exames laboratoriais, não conseguirem com facilidade diferenciar os casos de Zika de doenças como dengue e chikungunya, que têm sintomas semelhantes.

Além disso, apenas uma em cada quatro pessoas infectadas apresentam os sintomas, o que significa que somente uma pequena parcela de pessoas procura os serviços de saúde, prejudicando a contagem dos casos da doença.

Vírus Zika
Da família Flaviviridae e do gênero Flavivirus, o vírus Zika provoca uma doença com sintomas muito semelhantes ao da dengue, febre amarela e chikungunya. De baixa letalidade, causa febre baixa, hiperemia conjuntival (olhos vermelhos) sem secreção e sem coceira, artralgia (dores nas articulações) e exantema maculo-papular (manchas ou erupções na pele com pontos brancos ou vermelhos), dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas.

O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos da família Aedes (aegypti, africanus, apicoargenteus, furcifer, luteocephalus e vitattus). A partir da picada, a doença tem um período de incubação de aproximadamente quatro dias no organismo humano até os sintomas começarem a se manifestar, que podem durar até 7 dias.
Como não existe um medicamento específico contra o vírus, o tratamento atual serve apenas para aliviar os sintomas. Assim, o uso de paracetamol, sob orientação médica, é indicado nesses casos.

As medidas de prevenção e controle da doença são as mesmas adotadas para a dengue, febre amarela e chikungunya, como eliminar os possíveis criadouros do mosquito, evitando deixar água acumulada em recipientes como pneus, garrafas, vasos de plantas e fazer uso de repelentes.

No Brasil, as autoridades de saúde investigam a relação do Zika com o aumento da ocorrência de microcefalia, uma anomalia que implica na redução da circunferência craniana do bebê ao nascer ou nos primeiros anos de vida, entre outras complicações. O Ministério da Saúde confirma 270 casos de bebês que nasceram com microcefalia por infecção congênita, que pode ter sido causada por algum agente infeccioso, inclusive o vírus Zika, e 49 mortes. A pasta ainda investiga outros 3.448 casos suspeitos de microcefalia no país.

Também associado ao vírus, os órgãos de saúde de vários países da América do Sul e Central, incluindo o Brasil, verificaram um crescimento de casos da síndrome de Guillain-Barré (SGB). A doença neurológica, de origem autoimune, provoca fraqueza muscular generalizada e, em casos mais graves, pode até paralisar a musculatura respiratória, impedindo o paciente de respirar, levando-o à morte.

De acordo com a OMS, o Zika pode causar outras síndromes neurológicas, como meningite, meningoencefalite e mielite. 

* Com informações da Organização Mundial de Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças, Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA e do Ministério da Saúde

domingo, 31 de janeiro de 2016

Fiocruz pesquisa formas de transmissão do Zika


Pesquisadores da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) estudam se a bactéria Wolbachia, usada no Aedes aegypti para evitar a transmissão da dengue, impede também a propagação do vírus Zika. De acordo com o pesquisador Luciano Moreira, que coordena o projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil, estudos internacionais tiveram resultados positivos.

“Tem já trabalhos publicados na literatura científica. [A bactéria] também reduz a transmissão do vírus da febre amarela, do vírus Chikungunya. Não está publicado ainda, mas recentemente colaboradores do programa internacional realizaram experimento e foi mostrado que o mosquito com Wolbachia também tem efeito sobre o vírus Zika”, disse o pesquisador.
Desde 2014, os pesquisadores usam os chamados mosquitos do bem como um meio natural de controle da dengue. São insetos criados em laboratório, que não têm a capacidade de transmitir a doença. O pesquisador Luciano Moreira esclarece que não se trata de modificação genética, mas de uma bactéria que é naturalmente encontrada em mosquitos e em até 60% dos insetos do mundo inteiro. “Foi descoberto que, quando colocada no Aedes aegypti, ela bloqueia e reduz muito a transmissão do vírus da dengue”, explica.

Atualmente o projeto é testado em Tubiacanga, na Ilha do Governador, zona norte da capital fluminense e em Jurujuba, Niterói. Moreira afirma que pode demorar anos para que a tecnologia seja usada em grande escala.
“Ainda é um projeto de pesquisa, a gente passou por todas as fases de aprovação regulatória governamental, hoje a gente está no campo em pequena escala. Isso dando certo, um próximo passo seria a expansão do projeto. A gente já está em conversa com o ministério [da Saúde], há interesse, mas isso tem que ser muito planejado e pode levar alguns anos para ter resultado numa área maior”, disse o pesquisador.

Pernilongo
O departamento de entomologia da Fiocruz também investiga se o mosquito Culex, conhecido popularmente como pernilongo ou muriçoca também pode transmitir o vírus Zika. A coordenadora da pesquisa, Constância Ayres, diz que até agora não há comprovação da tese, motivada pela rapidez com que ocorreu a propagação do Zika.

“A primeira coisa que me chamou a atenção foi a rapidez na transmissão. Na maioria dos países em que o Zika vírus foi introduzido, ele gerou um número de casos muito grande em um espaço de tempo muito curto. Então isso já mostra um padrão um pouco diferente das outras viroses que o Aedes transmite, por exemplo a dengue. Então isso foi uma das coisas que me levou a investigar a possibilidade de outros mosquitos estarem envolvidos”, disse Constância.

De acordo com a pesquisadora, saber qual é o agente transmissor é fundamental, pois os hábitos do pernilongo e do Aedes são bem distintos. “Infelizmente, os mosquitos são completamente diferentes. Essas duas espécies têm hábitos completamente diferentes, enquanto o Aedes se alimenta durante o dia, o Culex quinquefasciatus se alimenta preferencialmente à noite, quando a gente está dormindo. Os criadouros também são diferentes.

O Culex tem preferencialmente criadouros que contém água extremamente poluída, como esgotos, fossas, canaletas, água rica em matéria orgânica. Já o Aedes aegypti prefere colocar seus ovos em água parada, em água limpa”.
Ela ressalta, no entanto, que ainda é cedo para mudanças de estratégia e que as ações devem continuar voltadas para o controle do Aedes aegypti, comprovadamente vetor das duas doenças. “A priori é o Aedes aegypti. Então as ações estão voltadas para o controle do Aedes".

De acordo com estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 3 milhões e 4 milhões de pessoas do continente Americano devem ser contaminadas com o vírus Zika em 2016.

sábado, 30 de janeiro de 2016

EUA aumentam monitoramento sobre Zika e apostam no desenvolvimento de vacina


Os Estados Unidos vão monitorar o avanço do vírus Zika nas Américas e adotar medidas mais eficazes para contê-lo, disse o porta-voz do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC ), Benjamin Haynes.

As medidas anunciadas pelo CDC revelam a importância que o governo norte-americano vem dando ao problema. Ontem (29), em conversa por telefone, o presidente Barack Obama e a presidenta Dilma Rousseff decidiram criar um grupo de pesquisa para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus Zika.

À Agência Brasil, o porta-voz acrescentou que o monitoramento será acompanhado de ações para equipar laboratórios de diagnóstico e apoiar programas de controle de mosquitos, tanto nos Estados Unidos quanto nos países em que se verificam a presença do mosquito Aedes aegypt. O mosquito é o agente transmissor do vírus Zika, da dengue e da chikungunya.

A pesquisa destinada a criar uma vacina contra o vírus Zika, que pode provocar malformação em recém-nascidos, deverá ser feita com base em uma cooperação já existente entre o Instituto Butantan e o Instituto Nacional de Saúde (NIH), uma agência governamental do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, com sede em Bethesda, no estado de Maryland.

Reunião
Antes da conversa com a presidenta Dilma, Obama orientou sua equipe de saúde para acelerar os esforços nas pesquisas para desenvolver vacinas e tratamentos para conter o vírus Zika. Em reunião, na terça-feira (26), na Casa Branca, com integrantes da área de Saúde e Segurança Nacional, Obama determinou que todos os americanos recebam informações sobre o vírus e as medidas que devem tomar para se proteger da infecção.

Hoje, existem 31 casos de Zika em 11 estados norte-americanos. O papel do CDC é evitar que aumentem os casos da doença. Por isso, o órgão faz constantes alertas destinados, principalmente, a americanos que possam ser infectados em viagens ao exterior.

Recentemente, o CDC alertou às mulheres grávidas que residem nos Estados Unidos a evitar que viajem para 23 países, a maioria na América o Sul e na América Central. Orientou também às mulheres que pretendem ficar grávidas que avaliem seus planos de viagem e que, caso resolvam mesmo viajar, se protejam contra os mosquitos nos lugares de destino.

Apesar de ressaltar que a epidemia do Zika se espalha muito rapidamente no Brasil e nas Américas, Benjamin Haynes disse que ainda é cedo para que o órgão publique uma lista de recomendações para que atletas e turistas se protejam durante o período das Olimpíadas, no Rio de Janeiro, de 5 a 21 de agosto deste ano. “Seria imprudente especular prematuramente o conteúdo de recomendações de cuidados ou proteção com uma antecedência de seis meses”, disse o porta-voz do CDC.

Haynes disse que o CDC tem conhecimento do vírus Zika há algum tempo e vem se preparando para sua chegada aos Estados Unidos. Laboratórios em muitos países já foram treinados para realizar testes para detectar a dengue e a febre chikungunya. “Essa especialização dos laboratórios agora será destinada para testes com o Zika”, acrescentou.


Por telefone, Dilma e Obama acertam parceria para vacina contra o vírus Zika

A presidenta Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiram criar um grupo de alto nível para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus Zika. Os dois conversaram hoje (29), por telefone, e concordaram em unir esforços para produzir a vacina e produtos terapêuticos contra o vírus. O Zika está relacionado à ocorrência de microcefalia em recém-nascidos. 

A base das pesquisas será a cooperação já existente entre o Instituto Butantan e o National Institute of Health (NIH), que já estudam uma vacina contra a dengue, também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

Durante a ligação, Dilma e Obama determinaram que o ministro da Saúde brasileiro, Marcelo Castro, e o Departamento de Saúde dos Estados Unidos mantenham contato a fim de aprofundar a cooperação bilateral na área.

Nesta semana, o governo federal intensificou as ações de mobilização para eliminar criadouros do Aedes aegypti. Outro vírus transmitido pelo mosquito, o chikungunya, provocou a morte de uma pessoa no Recife. Danielle Santana, de 17 anos, teve miosite aguda, associada ao vírus.

Itália desaconselha viagens a países afetados pelo Zika

O Ministério da Saúde da Itália desaconselhou grávidas ou mulheres pensando em ter um filho a visitarem os países mais afetados pelo vírus Zika. O comunicado da pasta não menciona o nome de nenhuma nação, apenas fala em “adiar viagens não essenciais para essas áreas”.

O governo recomendou também a mesma precaução para indivíduos afetados por doenças no sistema imunológico ou com graves patologias crônicas. “Ainda que a OMS [Organização Mundial da Saúde], até o momento, não recomende a aplicação de restrições de viagens ou movimentos internacionais às áreas ligadas à transmissão do vírus zika, é oportuno, com base em um princípio de extrema precaução, pedir a todos os viajantes que adotem medidas de proteção individual para prevenir picadas de mosquito”, diz o aviso do Ministério da Saúde.

Além disso, nos próximos dias, serão colocados em portos e aeroportos painéis informativos sobre a doença pedindo para os turistas que retornarem à Itália ficarem atentos a sintomas como febre, dores musculares e nas articulações, erupções cutâneas e conjuntivite.


Venezuela tem 255 casos de síndrome neurológica relacionada ao Zika

As autoridades venezuelanas registraram 255 casos da síndrome neurológica de Guillain-Barré, relacionada com o vírus Zika e que em alguns casos pode causar paralisia ou debilidade muscular, segundo a ministra da Saúde da Venezuela, Luisana Melo.

“Ontem, tínhamos registros de 255 doentes com a síndrome de Guillain-Barré e, de entre eles, há 55 que estão na unidade de cuidados intensivos”, disse a ministra em entrevista à televisão estatal VTV.

Até agora, foram contabilizados na Venezuela 4.500 casos suspeitos do vírus Zika, de acordo com a governante, que descartou a ocorrência de casos de microcefalia em bebés associados ao vírus, que se propagou por 24 países americanos e do Caribe.

No entanto, Luisana Melo assinalou que aquele número não corresponde ao total de casos, uma vez que, segundo cálculos das autoridades, três em cada quatro pessoas com o vírus é assintomática, pelo que o número de casos pode ser muito superior.

Ainda de acordo com a ministra, foi concebido “um plano de abordagem com atividades de promoção e prevenção” relativas à doença para implantar em todo o país. Serão usados de cerca de 70.000 litros de inseticida em pulverizações.

O vírus Zika provoca uma doença caracterizada por um surto de erupções cutâneas que podem ser acompanhados de febre, artrite, conjuntivite, dores musculares e dores de cabeça, entre outros sintomas.

Nos últimos meses, o vírus espalhou-se velozmente pelo continente americano que, segundo estimativas da Organização Pan-Americana de Saúde, pode chegar 3 milhões a 4 milhões de casos da doença no espaço de um ano.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Dilma discute com governadores ações de combate ao Aedes aegypti

A presidenta Dilma Rousseff está reunida neste momento com os governadores dos estados de Pernambuco, Paraíba, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, por meio de videoconferência, para tratar de medidas de combate ao mosquito Aedes aegypti.

Dilma está acompanhada de sete ministros, entre eles, da Saúde, Marcelo Castro, da Integração Nacional, Gilberto Occhi e da Defesa, Aldo Rebelo, na Sala Nacional de Coordenação e Controle para Enfrentamento da dengue, chikungunya e vírus Zika.

Dia de mobilização
Hoje, o governo federal promove um dia de mobilização para eliminar possíveis criadores do Aedes aegypti, mosquito que transmite dengue, chikungunya e zika – que pode causar microcefalia em crianças.

Mais cedo, o ministro da Saúde afirmou que o Brasil está diante de uma epidemia que chama a atenção do mundo, ao se referir ao avanço do vírus Zika no país. A declaração foi feita um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) convocar um comitê de emergência para tratar do assunto.

O continente americano deve ter entre 3 milhões e 4 milhões de casos de zika em 2016. A estimativa, divulgada ontem (28), é da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da OMS.

Boletim divulgado na quarta-feira (27) pelo Ministério da Saúde confirma que 270 crianças nasceram com microcefalia por infecção congênita, mas não necessariamente causada pelo vírus Zika. A pasta ainda investiga 3.448 casos suspeitos de microcefalia.

A Região Nordeste concentra 86% dos casos notificados. Pernambuco continua com o maior número de casos em investigação (1.125), seguido da Paraíba (497), Bahia (471), do Ceará (218), de Sergipe (172), Alagoas (158), do Rio Grande do Norte (133), Rio de Janeiro (122) e Maranhão (119).

Zika: Brasil está diante de epidemia que chama a atenção do mundo, diz ministro


O ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou hoje (29) que o Brasil está diante de uma epidemia que chama a atenção do mundo, ao se referir ao avanço do vírus Zika no país. A declaração surge um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) convocar um comitê de emergência para tratar do assunto.

Durante cerimônia de mobilização contra o mosquito Aedes aegypti no próprio prédio do ministério, Castro disse que os servidores da pasta precisam dar o exemplo em primeiro lugar. "Não temos ainda a vacina, o remédio para combater o vírus. O que nos resta é o trabalho cotidiano e ininterrupto para destruir os criadouros do mosquito."

O ministro lembrou que o Aedes aegypti circula atualmente em pelo menos 113 países e está no Brasil há cerca de 30 anos. Para ele, acabar com os criadouros é uma tarefa difícil, mas não impossível. "O governo está fazendo a sua parte. Nunca houve na história deste país uma mobilização tão efetiva", disse. "São fundamentais e mais necessárias ainda a participação e a mobilização da sociedade".


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Vírus Zika é detectado em turista dinamarquês que esteve na América Latina


Um turista dinamarquês, que voltou de uma viagem à América Latina, foi diagnosticado com o vírus Zika, ligado a um aumento de casos de recém-nascidos com malformações no Brasil e em outros países da região, informou o Hospital Aarhus.

“Um turista dinamarquês, que viajou para a América Central e do Sul, foi diagnosticado, ao regressar, com o vírus Zika”, informou o hospital, no Leste da Dinamarca, em comunicado divulgado nessa terça-feira (26) à noite.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Zika deve chegar a quase todos os países das Américas, alerta Opas


Todos os países do continente americano provavelmente terão a circulação interna do vírus Zika, com exceção do Chile e Canadá. O alerta foi feito hoje (25) pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), em nota sobre transmissão e prevenção do vírus que pode casuar microcefalia em crianças.

Desde maio do ano passado 21, países das américas registraram transmissão interna do vírus. A “rápida disseminação” do Zika pelo continente, segundo a organização, se deve à presença do mosquito em todos os países, menos no Canadá e Chile, e também ao fato de a população não ter imunidade ao vírus.

A transmissão do Zika pelo mosquito Aedes aegypti é certa e bem conhecida. Porém, as informações sobre uma possivel transmissão por sêmen ainda são bem limitadas. O vírus já foi isolado no sêmen humano, mas ainda são necessárias investigações para saber se a tramissão sexual é possível.  

Pelo sangue já foi confirmada transmissão do vírus. Segundo a Opas, é uma forma pouco frequente e pode ser evitada na triagem do sangue para transfusão. A contaminação de mãe para filho na gravidez e na hora do parto são pontos em pesquisa, apesar de o Brasil já ter registrado seis bebês que nasceram com microcefalia e tiveram exame positivo para Zika.

Sobre a transmissão pelo leite materno, a Opas informou que não há registros e que as mães, mesmo as infectadas pelo mosquito, podem continuar alimentando seus filhos exclusivamente com leite materno até os seis meses e depois conforme recomendações médicas.

Além do Brasil, Barbados, Bolívia, Colômbia, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Guadalupe, Guiana, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Porto Rico, San Martin, Suriname e Venezuela notificaram casos transmissão interna de Zika.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Pesquisadores vão desenvolver soro contra vírus Zika


Parceria firmada entre o Instituto Vital Brazil, laboratório do governo do Rio, e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) prevê desenvolver um soro contra o vírus Zika. A previsão é que o soro fique pronto em até três anos para o tratamento de pessoas infectadas pelo vírus.

O diretor científico do Vital Brazil, Cláudio Maurício de Souza, disse que a expectativa é que o soro funcione da mesma forma que o soro antirábico. “A ideia é que, uma vez sendo administrado em um paciente com o vírus Zika, ele [o soro] vai reconhecer as partículas virais, vai se ligar na capa protetora dessas partículas promovendo a sua inativação”.

“A gente acredita que esse soro vai ser uma ferramenta terapêutica bastante útil, que vai ajudar bastante na proteção da gravidez das mulheres no Brasil”, disse o diretor.

De acordo com o presidente do instituto, Antônio Werneck, uma vez aplicado o soro em grávidas, tão logo seja confirmado o diagnóstico da doença, poderá evitar que o vírus entre em contato com o feto e evitar a microcefalia, uma malformação que afeta o tamanho adequado da cabeça do recém-nascido. O Ministério da Saúde confirmou 230 casos de microcefalia no país causados pelo vírus Zika.

O vírus Zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue. Os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente em até sete dias.

A doença se assemelha com a dengue por ter sinais semelhantes, como febre, manchas pelo corpo com coceira, dor de cabeça e nas articulações, enjoo e dores musculares. Em alguns casos, o paciente pode apresentar olhos vermelhos.

Antes de chegar para uso humano, o soro será testado em animais.


quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Governo dos Estados Unidos confirma três casos de Zika na Flórida


O Departamento de Saúde do estado da Flórida, Sul dos Estados Unidos, confirmou ontem (19) que três pessoas foram diagnosticadas com o vírus Zika no país.

Dois casos foram registrados no condado de Miami-Dade, com pacientes que estiveram na Colômbia em dezembro. O terceiro ocorreu no litoral Oeste do estado, com uma pessoa que esteve na Venezuela no mês passado.

O vírus Zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo hospedeiro da dengue. A doença não é mortal, mas representa uma ameaça para as mulheres grávidas no começo da gestação. Estudos associam o vírus a casos de microcefalia.

O vírus pode provocar febre, erupção cutânea com pontos brancos ou vermelhos e, às vezes, dores musculares e articulares.

O vírus detectado nos Estados Unidos já havia sido encontrado no Brasil, Colômbia, El Salvador, Barbados, Guatemala, Guiana Francesa, Honduras, Martinica, México, Paraguai, San Martín, Suriname e Venezuela.


terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Unicef defende mobilização para combate ao Aedes aegypti


O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) defende o engajamento e a mobilização da sociedade no enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, do vírus Zika e da febre chikungunya. A pediatra Francisca Maria Andrade, especialista em programas do Unicef, diz que é necessária uma mudança de comportamento dos brasileiros em relação ao mosquito para que o combate seja eficiente.

“Precisamos que haja um engajamento, uma mobilização muito grande da sociedade, mudança de comportamento e os meios de comunicação têm uma importância destacada”, apontou.

O Unicef está acompanhando as ações do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais e municipais para combater a proliferação do mosquito, e também monitora a evolução dos casos de microcefalia no Brasil. A malformação em recém-nascidos está relacionada à infecção das mães pelo vírus Zika. 

Por meio do projetos Selo Município Aprovado e Plataforma dos Centros Urbanos, mais de 1,6 mil municípios da Amazônia, do Semiárido e dos grandes centros urbanos estão articulados com o Unicef em um trabalho que mobiliza uma rede de articuladores e adolescentes.

“A ideia é reforçar o trabalho que vem sendo feito, especialmente de combate ao mosquito, porque se conseguirmos combater o mosquito, vamos reduzir infecção pelo Zika, chikungunya e dengue, que comprometem muito a saúde e podem levar à morte.”

Segundo a médica, mesmo tendo informações sobre o Aedes aegypti, muitas pessoas não verificam os locais de foco do mosquito. Embora reconheça que a mudança de comportamento não é fácil, Francisca diz acreditar nos efeitos da campanha do Ministério da Saúde que estimula a população a fazer uma avaliação semanal nas residências, condomínios e locais de trabalho, com o objetivo de interromper o ciclo do mosquito. O Aedes aegypti passa de larva à fase adulta em uma semana.

A especialista em programas do Unicef lembrou que, mesmo que um agente de saúde ou de endemias passe por uma residência, a visita só se repetirá em três meses ou mais. “Aí já criou muito mosquito neste período. É preciso que haja a consciência de cada cidadão não só para proteger a população brasileira, mas os nossos visitantes. A gente tem várias cidades que dependem do turismo e não gostaríamos que houvesse um comprometimento da nossa economia por conta da redução dos turistas no nosso país.”

No caso de empresas, a recomendação da Unicef para as instituições que queiram aderir à campanha de combate ao Aedes aegypti é criar brigadas contra o inseto nas comissões internas de prevenção de acidentes (Cipas). De acordo com a especialista do Unicef, algumas secretarias estaduais de saúde estão fazendo treinamento de funcionários em empresas. “São brigadas que podem se juntar às Cipas para também proteger os funcionários desse agravo que seriam as infecções transmitidas pelo mosquito". 

Teste rápido

Na avaliação de Francisca, o teste rápido para diagnóstico da dengue, Zika e chikungunya, que começará a ser distribuído para os laboratórios centrais da Fundação Oswaldo Cruz até o fim de fevereiro, vai contribuir para o tratamento das doenças.
“A gente já tem uma boa experiência no Brasil com o teste rápido do HIV, que traz resultado em 15 ou 20 minutos para dar uma resposta, então, se a gente tiver também nas três doenças causadas pelo Aedes, vai ser um avanço maravilhoso para o diagnóstico e para o tratamento das pessoas”.

A pediatra defendeu que gestantes, crianças e idosos tenham prioridade no uso dos testes. “O ideal é que este teste esteja disponível para a população inteira, para todos que manifestem os sinais e sintomas das doenças, que procurem os serviços de saúde, mas com prioridade para esses grupos”, apontou.

Segundo a especialista, atualmente, os diagnósticos de Zika se baseiam nas manifestações clínicas como sinais e sintomas, o que dificulta a definição de estatísticas da doença no Brasil.

Opas alerta para aumento de síndromes neurológicas em países com vírus Zika


A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), órgão ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS), emitiu uma atualização epidemiológica aos seus estados-membros devido ao aumento de anomalias congênitas e de ocorrência de Síndrome de Guillain Barré em áreas onde circula o vírus Zika.

Ao todo, 18 países nas Américas registraram a transmissão interna do vírus Zika: Brasil, Barbados, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Guiana Francesa, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Porto Rico, São Martinho, Suriname e Venezuela. Nos Estados Unidos foram registrados dois casos da doença, mas de pacientes que foram infectados em outros países. O Zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo vetor da dengue e da febre chikungunya.

No alerta, a Opas recomenda que os países estabeleçam e mantenham a capacidade de detectar e confirmar casos de infecção por Zika e preparem seus serviços de saúde para responder a um possível aumento da demanda por assistência especializada a síndromes neurológicas.

A Síndrome de Guillain-Barré é considerada uma doença neurológica rara. Ela provoca fraqueza muscular, pode gerar paralisia em membros do corpo e até levar o paciente à morte. Segundo a Opas, em julho do ano passado, pelo menos 26 pacientes com histórico de sintomas compatíveis com a infecção por Zika tiveram diagnóstico de Guillain Barré na Bahia.

Em novembro, a Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco – Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães identificou infecções por Zika em sete amostras de pacientes com síndrome neurológica.

O vírus também está relacionado à microcefalia em recém-nascidos. No Brasil, já foram registrados mais de 3,5 mil casos suspeitos da malformação ligados ao Zika.

Na Polínésia Francesa, onde houve surte de Zika entre 2013 e 2014, 74 pacientes apresentaram síndromes neurológicas ou autoimunes logo após terem manifestado sintomas compatíveis com a infecção pelo vírus. Desses, 42 foram classificados como Guillain Barré.

Em El Salvador houve um aumento incomum de casos de Síndrome de Guillain Barré no começo desse ano. Em média, o país registrava 14 casos por mês. Entre 1º de dezembro de 2015 e 6 de janeiro de 2016, foram registrados 46 casos de Guillain Barré. Dos 22 pacientes para os quais havia informação disponível, mais da metade (54%) teve sintomas de infecção por Zika.

Segundo a OMS, situações semelhantes em outros países das Américas estão em investigação. Os casos permitem fazer uma ligação temporal e espacial entre a circulação do vírus Zika e o aumento de Síndrome de Guillain Barré. As formas como surgem e evoluem as doenças não foram identificadas, mas a OMS pede que os países organizem sistemas de vigilância para detectar aumentos incomuns de casos e preparem os serviços de saúde para o atendimento de pacientes com problemas neurológicos. A organização também recomenda o reforço das atividades de consulta e assistência pré-natal.

De acordo com a OMS, o vírus Zika pode causar outras síndromes neurológicas, como meningite, meningoencefalite e mielite. Embora na região das Américas essas síndromes não tenham sido relatadas até o momento, serviços e profissionais de saúde devem estar alertas para as possíveis ocorrências.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Governo distribuirá teste único para detectar dengue, zika e chikungunya


O Ministério da Saúde começará a distribuir no fim de fevereiro as primeiras 50 mil unidades do Kit NAT Discriminatório para dengue, zika e chikungunya, que permitirão o diagnóstico simultâneo das três doenças com maior agilidade. Outra qualidade é a redução do custo de aplicação do teste.

“O teste que vamos distribuir vai dizer de maneira objetiva dentro de duas horas qual é a enfermidade que a pessoa está acometida. É importantíssima a informação para as gestantes”, destacou o ministro da Saúde, Marcelo Castro, durante a apresentação do kit hoje (16), na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico e Prototipagem do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz-Paraná), Marco Aurélio Krieger informou que o teste no formato que foi produzido é único no mundo. “Não existe nenhum teste disponível, que faça esta avaliação discriminatória neste formato”, contou.

Os kits serão encaminhados a 18 dos 27 laboratórios centrais (Lacen) do Ministério da Saúde, localizados em cada estado do país, que conforme o ministro, estão equipados para receber os 50 mil testes, produzidos pela Fiocruz, no Rio de Janeiro.

Outros três laboratórios estão sendo preparados para receber os testes. A previsão é que até o fim do ano sejam distribuídos 500 mil kits. “A produção dos testes vai ser distribuída continuamente para fazer o diagnóstico. A prioridade para a diferenciação diagnóstica vai ser para as gestantes”, revelou.

De acordo com Marcelo Castro, atualmente, o problema número 1 do Brasil é a microcefalia. “O Brasil tinha, em média, de 2.000 para cá, segundo estatísticas, 150 casos de microcefalia por ano. De outubro para dezembro do ano passado tivemos 3.500 casos aproximadamente. Então é um caso gravíssimo de saúde pública, poucas vezes vivido na história de nosso país”, indicou.

Diante da situação, o ministro defendeu que não podem faltar recursos para combater a doença. Ele informou que este ano estão garantidos R$ 500 milhões para ações específicas relacionadas à microcefalia. “Nós temos a palavra e o compromisso da presidenta Dilma, de maneira explícita, de que não faltarão recursos para o combate à microcefalia no Brasil”, disse.
O ministro Marcelo Castro informou que estão confirmadas três mortes por chikungunya, duas na Bahia e uma em Sergipe, todas em pessoas idosas. Castro disse que as três doenças que serão diagnosticadas com os testes são graves e estão matando.

“Qualquer das três doenças tem que ser tratada com a devida gravidade, os casos mais graves tem que ser internados, têm que ser tratados os sintomas, porque a gente não tem o remédio para tratar dengue, não temos o remédio para tratar a chikungunya, não temos o remédio para tratar a zika”, disse, acrescentando que, por isso, ele acredita que é preciso tomar todas as providências clínicas para combater os sintomas”, apontou.

O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, informou que se os testes fossem produzidos por laboratórios privados e com aplicações para cada tipo das três doenças custariam entre R$ 900 e mais de R$ 2 mil.

“Na escala que estamos fazendo esse teste vai sair com um custo entre US$18 a US$20. Então, só é possível colocar isso em escala de saúde pública, vai ser feito nos Lacens e nas áreas de referências e para estudos, ele se torna factível como instrumento de saúde pública”, analisou.


quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Niterói testa projeto da Fiocruz que pode revolucionar combate ao Aedes aegypti


Uma tecnologia desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pode revolucionar o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, chikungunya e zika. A ferramenta inocula a bactéria Wolbachia no mosquito vetor dessas doenças. A partir daí, o mosquito perde a capacidade de transmitir o vírus das três doenças ao ser humano. Isso torna os territórios onde é desenvolvido o projeto imunes ao vírus.

Com experiências bem-sucedidas no exterior, em países como Austrália e Vietnã, o bairro de Jurujuba, na zona sul de Niterói, região metropolitana do Rio, apresentou bons resultados desde o início dos testes na localidade, no segundo semestre de 2015. Nesta quarta-feira (13), a prefeitura anunciou que vai, junto com a Fiocruz, levar o projeto para apreciação do ministro da saúde, Marcelo Castro, no próximo sábado (16).

Se forem obtidos o aval e o financiamento da pasta, a projeção dos responsáveis pelo projeto é cobrir 10% da cidade neste ano com uma colônia de mosquitos Aedes aegypti com a presença da bactéria Wolbachia. No próximo ano, o percentual passaria para 50% da cidade e, em 2017, para 75%.

“Já temos resultados muito satisfatórios, que atestam que essa tecnologia é capaz de fazer com que a região onde os mosquitos com a bactéria Wolbachia são liberados para se reproduzir passe a ter a predominância de cerca de 70% deste tipo de inseto. Serão mosquitos incapazes de transmitir os vírus da dengue, da chikungunya e da zika, conforme atestam pesquisas científicas”, afirmou o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.

De acordo com a Fiocruz, uma vez estabelecido o método em campo, em determinada região, os mosquitos continuam a transmitir a Wolbachia naturalmente para seus descendentes, dispensando a necessidade de intervenções adicionais e tornando o projeto autossustentável.

Além disso, a Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Comunidade das Nações, principal agência de ciências da Austrália, concluiu que tal método apresenta riscos insignificantes tanto para o meio ambiente quanto para a segurança humana.

Segundo o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, o projeto pôde ser desenvolvido graças ao trabalho desenvolvido na saúde pública à estrutura disponível no município para o início dos trabalhos. Isso fez da cidade pioneira no país nesse tipo  de experiência. “É uma conquista extraordinária" e pode ser uma arma radical no enfrentamento da dengue em todo o país, afirmou o prefeito.

Aplicativo para combater criadouros
A campanha Não crise mosquito em casa lançou, nesta quarta-feira, um aplicativo de celular para auxiliar a prefeitura de Niterói a combater focos do Aedes aegypti. Por meio do aplicativo, a população pode tirar fotos de possíveis criadouros do mosquito. A vantagem é que as imagens terão o endereço do local e poderão ajudar o trabalho dos agentes de controle de endemias.

O Sem Dengue é georreferenciado e funciona como os aplicativos de táxi: ao tirar a foto, o endereço será automaticamente identificado, ou a pessoa poderá digitar manualmente o endereço do local. As informações serão transmitidas pela internet para uma equipe da prefeitura que ficará responsável pelo acionamento dos agentes para eliminar o criadouro.

Gratuito, o aplicativo estará disponível para usuários do sistema Android a partir de hoje. Já para o sistema iOS o aplicativo poderá ser baixado a partir de 23 de janeiro.

O município de Rio das Ostras, norte fluminense, também vai a usar ferramenta inovadora no controle do mosquito. As equipes da vigilância em saúde da cidade inciaram nesta semana o treinamento para trabalhar com o novo sistema, que permite identificar, em tempo real, as áreas com maior incidência do Aedes aegypti, além de acompanhar e mapear o trabalho dos guardas sanitários por meio de GPS (sigla para sistema de posicionamento global).

Com os programas Dengue Report e Monitoramento Inteligente da Dengue, a partir de umsmartphone, as informações são transmitidas, armazenadas e ficam disponíveis na internet, de forma simples e imediata, para consulta de toda comunidade. Os guardas sanitários passarão a usar o aparelho móvel, que vai identificar cada imóvel a partir da leitura de uma etiqueta (QR-code) colada dentro da residência ou comércio. Os dados das vistorias serão inseridos no aparelho.

De acordo com a prefeitura de Niterói, o sistema garante agilidade e confiabilidade às informações coletadas, além de reduzir custos, com a eliminação da papelada, e permitir melhor aplicação dos recursos disponíveis.

Além disso, armadilhas serão espalhadas pelo município para que os insetos coletados sejam analisados em laboratório. Com isso, será possível saber quais tipos de vírus estão circulando na região antes das pessoas serem contaminadas.  O município é o segundo do estado do Rio a implantar a tecnologia e o primeiro a usar os novos recursos disponíveis.

Correção - Homem com vírus Zika nos EUA não esteve no Brasil


A matéria "Estados Unidos registram primeiro caso de vírus Zika" publicada ontem (13), estava errada. Diferentemente do informado, o paciente dos Estados Unidos que contraiu o vírus Zika não esteve em Salvador, na Bahia, e sim em El Salvador, conforme correção divulgada hoje (14) pela Ansa Brasil, autora do texto reproduzido pelo blog Dag Vulpi.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Brasil tem mais de 3.500 casos suspeitos de microcefalia associada ao vírus Zika

Em novo balanço divulgado ontem (12), o Ministério da Saúde informou que 3.530 casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus Zika em recém-nascidos foram notificados no país entre 22 de outubro de 2015 e 9 de janeiro. O boletim também traz a confirmação de que a morte de dois recém-nascidos e dois abortos de bebês com a malformação no Rio Grande do Norte foram em decorrência do vírus Zika.

O ministério ainda investiga se a morte de outros 46 bebês com microcefalia na região Nordeste também tem relação com o Zika.

As notificações da malformação estão distribuídas em 724 municípios de 21 unidades da federação. O estado de Pernambuco, primeiro a identificar aumento de microcefalia, continua com o maior número de casos suspeitos (1.236), o que representa 35% do total registrado em todo o país.

Em seguida, estão os estados da Paraíba (569), Bahia (450), do Ceará (192), Rio Grande do Norte (181), de Sergipe (155), Alagoas (149), do Mato Grosso (129) e Rio de Janeiro (122).

Transmitido pelo Aedes aegypti, o vírus Zika começou a circular no Brasil em 2014, mas só teve os primeiros registros feitos pelo Ministério da Saúde em maio de 2015. O que se sabia sobre a doença, até o segundo semestre de 2015, era que sua evolução é benigna e que os sintomas são mais leves do que os da dengue e da febre chikungunya, transmitidas pelo mesmo mosquito.

Porém, no dia 28 de novembro, o ministério confirmou que, quando gestantes são infectadas por esse vírus, podem gerar crianças com microcefalia, uma malformação irreversível do cérebro, que pode ser associada a danos mentais, visuais e auditivos. 

A microcefalia não é uma malformação nova, é sintoma de algum problema no organismo da gestante e do bebê, e pode ter diversas origens, como infecção por toxoplasmose, pelo citomegalovírus e agora ficou confirmado que também pelo vírus Zika. O uso de álcool e drogas durante a gravidez também pode levar a essa condição.

Estados Unidos registram primeiro caso de vírus Zika


As autoridades do Texas confirmaram ontem (12) o primeiro caso de vírus Zika nos Estados Unidos. O homem mora no condado de Harris e havia visitado a América Latina – incluindo Salvador, na Bahia, – recentemente.


Um dos diretores do Texas Children's Hospital, Peter Hote afirmou ao site Medscape que o caso provoca preocupação porque o estado tem as condições ideais para o desenvolvimento do mosquito transmissor, o Aedes aegypti.

"Há uma tempestade perfeita que pode proliferar o vírus no Texas. Temos duas espécies de mosquito que pode transmiti-la [a doença] e altos níveis de pobreza que levam a viver em ambientes não sadios, perto de água parada", ressaltou Hote.

Em adultos, o vírus provoca sintomas mais leves que a dengue e a chikungunya – também transmitidas pelo Aedes aegypti. Os sintomas clássicos são febre, dores no corpo e manchas na pele.

Em novembro de 2015, o Ministério da Saúde brasileiro confirmou a relação entre o vírus Zika e casos de microcefalia em bebês. Por causa do aumento de casos de Zika, as autoridades dos Estados Unidos aconselham seus cidadãos a tomar cuidados adicionais com a doença no Brasil, como uso de repelentes, e pedem que as grávidas adiem viagens à América Latina, para evitar problemas.

*Com informações complementares da Agência Brasil


terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Vacina contra o Zika não deve ser concluída em menos de dois anos, diz ministro


O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse ontem (11) que a grande aposta contra o vírus Zika é o desenvolvimento de uma vacina. No entanto, reconheceu que a conclusão dos estudos sobre o imunizante deve demorar pelo menos dois anos.

O prazo será menor que o tempo para a elaboração da vacina contra a dengue, que demorou cerca de 20 anos para ser concluída e combina proteção contra quatro sorotipos do vírus. A vacina contra o Zika, que está relacionado à ocorrência de microcefalia, protegerá contra um.

“Estamos estudando, contactando, agindo”, disse o ministro em conversa com jornalistas no Ministério da Saúde na tarde de ontem (11). “Enquanto a vacina não vem, o importante é não deixar o mosquito [Aedes aegypti] nascer, porque quando ele nasce é um perigo ambulante”.

Castro citou um modelo de combate ao Aedes aegypti, vetor do vírus da dengue, da febre chikungunya e do virus Zika, usado no município de Água Branca, no Piauí, que, segundo ele, é “simples e eficiente”. Os agentes de saúde da cidade saem de casa em casa procurando focos do mosquito e colam selos vermelhos nas portas das residências onde são encontrados criadouros. As casas livres de Aedes aegypti recebem um selo verde.

“Aquilo fica exposto e todo mundo quer ter o selo verde. Foi uma mobilização muito grande na cidade e todo mundo fez o dever de casa para que, quando o agente voltasse, já tivesse tudo cumprido para receber o selo verde”, disse o ministro. Em 2015, o município piauiense registrou quatro casos de dengue. Em todo o Piauí, foram mais de 7,5 mil casos da doença.

Dengue
Segundo Castro, a Sanofi Pasteur, fabricante da Dengvaxia – primeira vacina contra a dengue registrada no Brasil – estima que cada dose deverá custar cerca de 20 euros. Para a total proteção contra a doença, serão necessárias três doses do imunizante. O valor oficial será estipulado pela Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos e só depois disso a vacina poderá ser vendida no país.

A distribuição dessa vacina na rede pública de saúde ainda será avaliada, segundo o ministro, que a considera “cara”. O governo aposta em um imunizante que está sendo desenvolvido pelo Instituto Butantã, que deverá custar um terço da Dengvaxia e proteger em apenas uma dose, mas ainda levará um ano para ficar pronto.

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